segunda-feira, 10 de maio de 2010

Téo Azevedo É Brasil E Bem Brasileiro



O homenageado de hoje do “A Arte Do Meu Povo”, além de um grande violeiro, poeta e compositor é um dos melhores pesquisadores da nossa Cultura Popular Musical, Téo Azevedo, mais um nome pra ser reverenciado por todo aquele que é apaixonado pela nossa brasilidade, brasileira do Brasil.

Foi no site www.kuarup.com.br/br/art_cada.php?art=1158 – que encontrei essas palavras...




Téofilo Azevedo nasceu em Bocaiúva, norte de Minas Gerais, em 2 de julho de 1973. Seu pai, Teófilo Izidoro de Azevedo, conhecido como "Seu Tiófo", foi lavrador, aboiador, ferreiro, tropeiro, pequeno comerciante, folião de reis, seresteiro, cantador popular e repentista. Foi um violeiro legendário, mesmo com apenas um braço, pois o outro foi perdido acidentalmente com um tiro de espingarda durante uma caçada a veados. A lenda de "Seu Tiófo" virou tema do poema "Viola de bolso" de Carlos Drummond de Andrade.
Em 1951 Téo mudou-se, para o interior de São Paulo, junto com sua família, em busca de melhores condições de vida. Seu pai morreu no mesmo ano, ao contrair febre tifóide, o que forçou o retorno da família a Bocaiúva. Com as dificuldades atravessadas pela família, o meninoTéo Azevedo somente pôde concluir o primeiro ano do curso primário aos oito anos de idade. Começou a trabalhar como engraxate para ajudar a mãe, dona Clemência. Ainda nessa época começou a cantar repentes, participando de concursos de calouros em circos e parques.
Com nove anos começou a acompanhar o camelô pernambucano Antônio Salvino, vendedor de remédios caseiros à base de ervas, em feiras do interior, cantando calangos, atividade que exerceu até os 14 anos. Separando-se de Salvino, continuou a produzir e a apresentar repentes em diversas feiras. Aos 16 anos foi de carona para Belo Horizonte, passando a apresentar-se nas ruas como repentista. Nessa ocasião chegou a ser preso por vadiagem. Apresentou sua defesa cantando um repente em que dizia que é um crime prender um cantador, o que acabou por lhe valer um espécie de salvo-conduto para continuar a cantar nas ruas da capital de Minas Gerais.
Aos 17 anos iniciou-se como lutador de boxe, chegando a consagrar-se tri-campeão mineiro no início dos anos 60. Começou a freqüentar diversas casas de shows em Belo Horizonte, onde também se apresentava cantando repentes. Criou então um estilo de dançar gafieira, batizado pelo sambista Kalu de "puladinho". Foi também um dos três fundadores da escola de samba Unidos do Guarani. Por essa época participou do conjunto de shows e bailes Léo Bahia e os Embalos.
Em 1965, gravou seu primeiro disco. No mesmo período apresentou-se fazendo a abertura de shows de variados artistas, tais como Caxangá e Vicente Lima, e Zé Brasil, que se apresentavam em circos e praças públicas. Em 1968, foi escolhido "O Melhor Compositor Mineiro do Ano" pelo cronista Gérson Evangelista, do jornal mineiro "O Debate". No ano seguinte, mudou-se para São Paulo.
Na capital paulista aprendeu todas as modalidades de cantoria do Nordeste com o cantador alagoano Guriatã de Coqueiro. Apresentou-se como cantador nas ruas de São Paulo, correndo o chapéu entre os ouvintes. Cantou sextilhas com o iniciante Alceu Valença na Feira de Arte da Praça da República, criada pelo alagoano Antônio Deodato, conhecido como Deodato Santeiro. Ficou conhecido por adaptar músicas e poemas, acrescentando estrofes e mudando melodias. Em 1978, foi vencedor do Primeiro Festival de Música Sertaneja promovido pela Rádio Record de São Paulo com a composição "Ternos pingos da saudade", feita em parceria com o poeta Cândido Canela. Além dos prêmios de melhor melodia e de melhor letra, recebeu também o de melhor interpretação.
Em 1980 fundou, com outros companheiros como Amelina Chaves, Jason de Morais, Josece Alves, Silva Neto, Pau Terra, João Martins e o grupo Agreste, a ARPPNM, Associação dos Repentistas e Poetas Populares do Norte de Minas. Publicou vários livros, como "Literatura popular do norte de Minas", "Plantas medicinais e benzeduras", "Repente folclore" e "Tiófo, o cantador de um braço só", entre outros. Já escreveu mais de mil histórias de cordel. Individualmente lançou 10 discos. Participou ainda de discos de outros artistas.
Já teve cerca de mil e quinhentas músicas gravadas pelos mais diversos intérpretes, entre os quais Luiz Gonzaga, Sérgio Reis, Clemilda, Tião Carreiro, Zé Ramalho, Banda Cacau com Leite, Tonico e Tinoco, Jair Rodrigues, Cascatinha e Inhana, Zé Coco do Riachão, Caju e Castanha, Milionário e José Rico, Chrystian e Ralf, Pena Branca e Xavantinho, Jackson Antunes, Gedeão da Viola, Genival Lacerda, Zé Ramalho. Atualmente é o terceiro compositor com mais músicas gravadas no Brasil. É considerado, usualmente no meio, o maior produtor de discos do Brasil, com mais de 3.000 produções. “




No site http://adonato.wordpress.com/tag/teo-azevedo/Os principais discos de Téo Azevedo são:

* Grito Selvagem (1974) Independente LP
* Brasil, Terra da Gente (1978) Copacabana LP
* Morte de vaqueiro (1979) Copacabana LP
* O canto do cerrado (1980) WEA LP
* Cantador Violeiro (1987) Copacabana LP
* Forrozeiro calangueiro (1993) Copacabana LP
* Cultura popular (1993) Independente LP
* Guerrilheiro da natura (1994) Brasidisc LP
* Cantador de Alto Belo (1999) Eldorado CD
* Solos de Viola em dose dupla (1999) Eldorado CD
* Folia de Reis de Alto Belo (1999) Eldorado CD
* Forró, Calango e Blues (2000) Eldorado CD
* Téo Azevedo 50 anos de cultura popular / Cantos do Brasil profundo (2001) Kuarup CD
* Téo Azevedo/Fernanda Azevedo e convidados (2002) EMI CD
* Brasil com “s” Téo Azevedo e convidados Vol.1 (2003) Kuarup CD
* Brasil com “s” Téo Azevedo e convidados Vol.2 (2003) Kuarup CD




Encontrei apenas essas duas letras abaixo, mas vale a pena degustar essas maravilhas desse grande brasileiro:



Chora, Chora Viola –
Téo Azevedo


Passa o vento das campinas
Leva a canção do tropeiro
Meu coração está deserto
Está deserto o mundo inteiro
Quem viu a minha senhora
Dona do meu coração
Chora, chora na viola
Violeiro do sertão

Ela foi-se ao pôr da tarde
Como as gaivotas do rio
Como os orvalhos que descem
Da noite num beijo frio
Acauã canta bem triste
Mais triste é meu coração
Chora, chora na viola
Violeiro do sertão

Eu disse a senhora volta
Igual a flor da sapucaia
Veio o tempo, trouxe as flores
Foi o tempo a flor desmaia
Colhedeiras que além voas
Onde está meu coração
Chora, chora na viola
Violeiro do sertão

Não quero mais esta vida
Não quero mais esta terra
Vou procurá-la bem longe
Lá para as bandas da serra
Ai triste que sou escravo
Que vale ter coração
Chora, chora na viola
Violeiro do sertão

A Peleja Do Gonzagão X Téo Azevedo
Téo Azevedo


Já corrí trecho de mundo
Defendendo meu enredo
Com a sanfona no peito
Não sou homem de ter medo
Na peleja do calango
Convido Téo Azevedo
Calango vem, calango vai } bis
Calango fica, calango sai

Seu Luiz, eu tou pronto
Pra travar a cantoria
Mergulhar o meu sertão
No mundo da poesia
Ponteando a minha vida
Ao nascer de um novo dia

Calango vem, calango vai...

Sou matuto nordestino
De guarda-peito e gibão
Precata e chapéu de couro
De lidar com o barbatão
A tristeza que aparece
Eu faço dela uma canção
Calango vem, calango vai...
Meu espelho é um aboio
Quando brota o amanhã
No canto da araponga
Respondendo o jaçanã
Gorjeando o rouxinol
No lamento, o acauã

Calango vem, calango vai...
Sou sertão, sou pé-de-serra
Cantador e sanfoneiro
Eu sou o cheiro da terra
Sou o rio e tabuleiro
Sou a fé no Padre Ciço
O Santo do Juazeiro

Calango vem, calango vai...

Eu sou filho de Teófilo
Que no verso era arisco
Catumã, violeiro
Ligeiro que nem Corisco
Da banda norte mineira
O Estado, São Francisco

Calango vem, calango vai...

Sou fío de Januário
Tocador de oito baixo
Sertanejo até a tampa
Eita! Velho que era macho!
O poeta da sanfona
Que nunca caiu do cacho

Calango vem, calango vai...

Sou a terra do piquí
Da cachaça e do tutú
Do quiabo com galinha
Oró pro angú
Do panã, do surubim
E da farofa de tatu

Calango vem, calango vai...

Sou da terra do jabá
Do guizado e da buchada
Carne de sol de dois pelos
Requeijão e umbuzada
Grimum, sarapaté
Macaxeira e coalhada

Calango vem,calango vai...

Meu sertão tem cantilena
Do repente e violeiro
Calango, lulu guiano
Marujada e seresteiro
Caboclinho e catoquê
Isso é côco violeiro

Calango vem, calango vai...

Sou da terra da embolada
Xote, baião e xaxado
Do frevo e maracatu
Da novena e do reizado
Côco, forró e rojão
E do repente improvisado

Calango vem, calango vai...

Vamos parar o calango
Encerrar nosso por fim
Viva treze de dezembro
Dia de Santa Luzia
O Senhor fez setenta anos
Com a sanfona e simpatia

Calango vem, calango vai...

Obrigado Téo Azevedo
Um poeta sei que sôis
Completei setenta anos
No ano de oitenta e dois
Dia treze de dezembro
Não podia ser depois

Calango vem, calango vai...






"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!!!!"

4 comentários:

  1. Sr. Nivaldo Cruz

    Excelente o seu Blog sobre a nossa Cultura Nordestina. Necessito do endereço do folclorista TÉO AZEVEDO. Pois cito ele duas vezes no meu livro sobre a TURMA CAIPIRA CORNÉLIO PIRES. Peço que me enviei o e-mail dele ou o endereço para eu poder enviar o livro para aquele grande cantor, compositor, poeta e divulgando do Nordeste e da Cultura Regional Brasileira como um todo.
    O meu e-mail é escritor.israellopes@bol.com.br
    Agradecendo a atenção e aguardando o contato.
    Abraços
    Israel lopes

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  2. Respostas
    1. eita boquinha santa! não recebeu educação em casa?

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  3. Olá boa tarde sou amaigo de Pedro Rubens Justino o Pedrão Musico que é muito amigo de Teo Azevedo. Solicito contatos com o artista Teófilo de Azevedo Filho para grandes prospostas culturais. Contatos MSN: patativa.com@hotmail.com

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