domingo, 30 de maio de 2010

Oliveira De Panelas, Um Poeta Popular Do Pernambuco



Outro grande da nossa Cultura Popular é hoje homenageado do “A Arte Do Meu Povo”. Hoje é vez de Oliveira de Panelas, cantador/violeiro, poeta e muito mais um autêntico representante na nossa Brasilidade, Brasileira do Brasil.
Para conhecer mais sobre Oliveira busquei e encontrei alguns sites descrevendo o mesmo, escolhi as palavras do blog http://oliveiradepanelas.blogspot.com/ . Palavras que reescrevo abaixo:




"Oliveira Francisco de Melo, Oliveira de Panelas, aos 08 anos de idade, já fazia seus primeiros versos. Aos 12 anos cantou pela primeira vez no Sítio CONTADOR município de Panelas-PE. Seu pai Sr. Antônio Francisco de Melo Filho e sua mãe Maria Virtuoza dos Santos foram seus grandes incentivadores de todo seu trabalho.
Tornou-se profissional aos 14 anos, viajando por todo o estado de Pernambuco, parte de Alagoas e Paraíba com vários poetas-cantadores, entre eles: João Vicente e Manoel Hermínio filhos de Panelas e Cupira respectivamente.
Como profissional do repente, sempre demonstrou, de forma didática, os seus principais gêneros, a origem e a atuação da cantoria no Nordeste. Divulga desde o início a valorização do cordel como um símbolo de resistência e arte aos costumes de nossa gente, somando-se a total divulgação das canções e das toadas de todo reino do repente nordestino.




Atuou, por oito anos, em emissoras de rádio de Garanhuns, tendo participado em dezenas de outras rádios em todo o estado de Pernambuco e fora dele, a exemplo de Caruaru, Belo Jardim, Pesqueira, etc.
Viajou pelo Brasil inteiro sempre divulgando a riqueza, a história, a cultura e os costumes do leão pernambucano.
Residiu em São Paulo, capital, sendo sócio fundador de várias agremiações artístico-culturais.
Em 1975, gravou seu primeiro disco na Coletânea de Repentistas, na série Brasil Caboclo, cantando em vinte e quatro gêneros do repente. Dono de uma voz forte e afinada foi considerado um renovador da cantoria pelos temas modernos abordados e pela técnica usada na sua arte de fazer versos.
Participou de 298 (duzentos e noventa e oito) Congressos de Cantoria do repente, sendo classificado em primeiro lugar em 185 deles.




Cantou para presidentes de países estrangeiros a exemplo: de Mário Soares e Fidel Castro e outros presidentes brasileiros, além de várias personalidades do mundo artístico, político e social.
Cantou para o Papa João Paulo II. Cantou três vezes para o cantor Roberto Carlos.
Já se apresentou em todo país, representando o Nordeste, foi jurado convidado pela Rede Globo, no Festival MPB-SHELL, tendo seu nome alinhado aos melhores músicos brasileiros."




Aqui algumas obras desse grande brasileiro:


Amor Cósmico


E a terra era criancinha ainda
quando eu comecei te amar.
Eu venho dos anos, das eras, que longe se acham daqui,
Contigo cantei a canção no espaço maior,
Em forma de luzes de um mundo melhor
Mas foi necessario partir

Eu lembro da primeira vez que te vi,
Milênios de instantes de mim para ti,
Num só paralelo de imensidão
Estamos aqui.

Viemos de longe,do largo,do alto
Profundo
Cercado de inícios de todos os mundos
Sem poder parar.

E a terra era criancinha ainda
Quando eu comecei te amar.

Partimos maneiros, ligeiros
Qual luzes bricando com fogo no ar

E a terra era criancinha ainda
Quando eu comecei te amar

Jurei a promessa de minha missão
Que quando estivesse contigo no chão
Pagaria toda promessa que fiz.
Então desse amor que nasceu de nós dois
Que nasça outros grandes amores depois
Sementes plantadas pra um mundo feliz

No processo lindo que te conheci,
Mil razões eu tenho pra não te deixar,
Na vida eu estou, da vida eu saí
Na vida eu irei te encontrar

E a terra era criancinha ainda
Quando eu comecei te amar.





A Mulher

Na mulher toda têmpera se envolve
Seu ciúme é cuidado impertinente
Seu desejo é fornalha incandescente
Quando pode, é perigo, o que devolve,
Quando está duvidosa só resolve
Pelo fio da ânsia propulsora,
Quando assume o papel de genitora
Aurifica seu corpo fecundante,
Prá tornar-se a maior representante
Dessa lei biológica criadora
No namoro é centelha de ilusão
No noivado é a fonte de esperança
Sendo esposa é profunda a aliança
E faz unir coração com coração,
Como mãe é suprema adoração!
Sendo sogra é as vezes tempestade
Quando amiga, é amiga de verdade,
Sendo amante é volúpia no segredo,
Porém sendo inimiga causa medo
Ao mais forte machão da humanidade.





Você pode conhecer muito mais sobre Oliveira visitando o site www.oliveiradepanelas.com/



Ou o blog http://oliveiradepanelas.blogspot.com/



"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!!!!"

sábado, 29 de maio de 2010

Zé Marcolino, O Poeta Da Sala De Reboco!



Os homenageados do “A Arte Do Meu Povo”, são nomes que merecem todas as homenagens do povo brasileiro, pois, cada um da sua forma e do seu jeito lutou e luta para mostrar quanto é rica, quanto é bela, quanto é boa a nossa Brasilidade, Brasileira do Brasil.E hoje não é diferente, porque o homenageado é o grande compositor Zé Marcolino, que (como diz o grande Rolando Boldrim)viajou antes do combinado em 1987, aos 57 anos, autor de Sala de Reboco, e várias outras gravadas por Luiz Gonzaga e outros grandes da MPB.

Na pesquisa que fiz encontrei o blog http://juniordobode.blogspot.com/2008/02/ode-z-marcolino.html estas palavras :

José Marcolino, um dos grandes autores da música nordestina, nascido em 28 de junho de 1930, no sítio Várzea, do Major Napoleão Bezerra Santa Cruz, mais tarde município de Sumé, na Paraíba. Em 1983, lançou seu primeiro LP com onze músicas, entre elas Numa Sala de Reboco, que deu nome ao disco, produzido pelo Quinteto Violado na gravadora Chantecler. Numa Sala de Reboco é uma das músicas mais cantadas nos salões e latadas do nordeste.”




Na poeira da sala de reboco
O sertão está sempre reunido
(mote de autoria desconhecida)


Numa casa de taipa no sertão
A parede de barro é rebocada
Com colher de pedreiro é inaugurada
Com a festa da “Grande Reunião”
A quadrilha se espalha no oitão
Depois dentro da casa no espremido
O xaxado ao deixar o chão batido
Bacamarte lá fora dá pipoco
Na poeira da sala de reboco
O sertão está sempre reunido.

Beradeiro do Rio São Francisco
Quando tira da mala a concertina
Dá uma nota que agita a dançarina
Rodopia no vento e sai corisco
Chego perto da moça e lhe belisco
A cintura, ela olha, eu convido
Pra dançar no salão fui atendido
Dancei xote, baião, xaxado e coco
Na poeira da sala de reboco
O sertão está sempre reunido.

Marcolino, cantou a experiência
Que viveu numa casa do sertão
Pra mulher que tocou seu coração
Uma música, fez com grande essência
Constatou no final dessa vivência
Que o amor nele tinha florescido
Mas depois pelo tempo foi punido
Pois o tempo com os dois ficou bem pouco
Na poeira da sala de reboco
O sertão está sempre reunido.





Saudade Imprudente
Zé Marcolino


Oh que saudade imprudente
No meu peito martelando
Quando estou só me lembrando
Da minha vida na roça

Quando alegre um rouxinol
Cantava pelo arrebol
Quando centelhas de sol
Penetravam na palhoça

Minha casa era de arrasto
Frente virada pro norte
Pra ser feliz, pra dar sorte
Pra não se dá coisa ruim

Parece aquilo eu tá vendo
Pela lembrança, doendo
E a saudade trazendo
Tudo pra perto de mim

Conversa sem protocolo
De fácil vocabulário
Sem precisar calendário
Eu fazia anotação

Na minha imaginação
Eu achava tão comum
Contar mês de trinta e um
Na palma da minha mão.





"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!!!!"

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Zé Dantas - O Parceiro De Seu Lua



O homenageado de hoje do “A Arte Do Meu Povo” já tem seu nome na galeria dos grandes das composições da Música Popular Brasileira (MPB).São suas, músicas de grande sucesso na voz de nomes como Luiz Gonzaga, como você verá abaixo.
Estou falando do grande Zé Dantas, um dos grandes compositores da MPB, em especial da Cultura Popular.
Pequisando sobre , encontrei o seguinte no site www.cliquemusic.uol.com.br/artistas/ver/ze-dantas :




José de Souza Dantas Filho — ou simplesmente Zé Dantas — (nasceu em 17/02/1921 e viajou fora do combinado11/03/1962) foi um compositor, poeta e folclorista fundamental para a fixação do baião como gênero de sucesso. Isso se deu graças às suas parcerias com Luiz Gonzaga a partir de 1950, quando este se separou do parceiro inicial, Humberto Teixeira. Mas em 1938 Zé já compunha suas primeiras músicas e escrevia crônicas sobre folclore para uma revista pernambucana. Foi em 1949 que conheceu Gonzagão e a partir do ano seguinte iniciaram uma profícua série de sucessos imortais assinados a quatro mãos, como "Vem Morena", "A Dança da Moda", "Riacho do Navio", "Vozes da Seca", "A Volta da Asa Branca", "Imbalança", "ABC do Sertão", "Algodão", "Cintura Fina" e "Forró de Mané Vito". O grupo vocal Quatro Ases e Um Coringa também obteve grande sucesso com "Derramaro o Gai", depois também imortalizada pelo Rei do Baião. Em 1951, compuseram mais um clássico, o baião "Sabiá", e no ano seguinte foram às paradas com a marcha junina "São João na Roça" e com a triste "Acauã" (esta assinada apenas por Zé). Atuou ainda ao lado de Paulo Roberto no programa No Mundo do Baião, na Rádio Nacional (RJ) em 1953, ano em que estouraram o "Xote das Meninas" e "Farinhada" (esta também apenas de Zé), na voz de Ivon Curi. Outro ícone do baião, Jackson do Pandeiro, também fez sucesso com uma canção de Zé Dantas, "Forró em Caruaru". Quando foi diretor folclórico da Rádio Mayrink Veiga, do Rio, o compositor chegou a regravar suas canções mais emblemáticas em disco. Mesmo depois de sua morte, todas as músicas da dupla continuaram a ser relidas pelos maiores nomes da MPB – até os dias de hoje – como Gal Costa, Gilberto Gil, Elba Ramalho, Alceu Valença, Fagner, Marisa Monte e muitos grupos de Oxente Music e até da geração da música eletrônica.”




Abaixo, algumas das pérolas de Zé Dantas, que foram sucesso na voz de Luiz Gonzaga:

A Volta da Asa Branca
Zé Dantas -


Já faz três noites, que pro Norte relampeia,
A Asa Branca, ouvindo o ronco do trovão,
Já bateu asas, e voltou pro meu sertão,
Ai, ai, eu vou embora, vou cuidar da plantação,
Já bateu asas, e voltou pro meu sertão,
Ai, ai, eu vou embora, vou cuidar da plantação,
A seca tem de desertar da minha terra,
Mas felizmente, Deus agora se alembrou,
De mandar chuva, pra este sertão sofredor,
Sertão das mulhé séria, dos homens trabalhador,
De mandar chuva, pra este sertão sofredor,
Sertão das mulhé séria, dos homens trabalhador.
Rios correndo, as cachoeiras tão zuando,
Terra molhada, mato verde que riqueza,
E a Asa Branca, salva e canta que beleza,
Está o povo alegre, mais alegre a natureza,
E a Asa Branca, salva e canta que beleza,
Está o povo alegre, mais alegre a natureza.
Sentindo a chuva eu me recordo de Rosinha,
A linda flor do meu sertão Pernambucano,
E se a safra não atrapalhar meus plano,
Que que há, o Seu Vigário, vou casar no fim do ano!






Acauã
Zé Dantas


Acauã, acauã
Vive cantando
Durante o tempo do verão
No silêncio das tarde agoirando
Chamando a seca pro sertão
Chamando a seca pro sertão

Acauã, acauã
Teu canto é penoso e faz medo
Te cala acauã
Que é pra chuva voltar cedo
Que é pra chuva voltar cedo

Toda noite no sertão
Canta o joão corta-pau
A coruja, mãe da lua
O peitica e o bacurau
Na alegria do inverno
Canta sapo, gia e rã
Mas na tristeza da seca
Só se ouve acauã

Acauã, acauã...









Cintura Fina
Zé Dantas


Minha morena, venha pra ca
Pra dan? xote, se deita em meu cangote
E pode cochilar
Tu es mulher pra homem nenhum
Botar defeito, por isso satisfeito
Com voc?u vou dan?
Vem ca, cintura fina, cintura de pil?
Cintura de menina, vem ca meu cora?
Quando eu abraco essa cintura de pil?
Fico frio, arrepiado, quase morro de paix?
E fecho os olhos quando sinto o teu calor
Pois teu corpo so foi feito pros cochilos do amor.







Farinhada
Zé Dantas


Tava na peneira eu tava peneirando
Eu tava num namoro eu tava namorando.
Na farinhada lá da Serra do Teixeira
Namorei uma cabôca nunca vi tão feiticeira
A mininada descascava macaxeira
Zé Migué no caititú e eu e ela na peneira.
Tava na peineira eu tava peneirando
Eu tava num namoro eu tava namorando.
O vento dava sacudia a cabilêra
Levantava a saia dela no balanço da peneira


Fechei os óio e o vento foi soprando
Quando deu um ridimuinho sem querer tava
espiando.
Tava na peneira eu tava peneirando

Eu tava num namoro eu tava namorando.
De madrugada nós fiquemos ali sozinho
O pai dela soube disso deu de perna no caminho
Chegando lá até riu da brincadeira.




Forró de Caruaru
Zé Dantas


No forró de Sá Joaninha
No Caruarú
Cumpade Mané Bento
Só fartava tu
Nunca vi meu cumpade
Forgansa tão boa
tão cheia de brinquedo, de animação
Bebendo na função
Nós dansemo sem pará
Num galope de matá

Mas arta madrugada
Pro mode uma danada
Qui vei de Tacaratú
Matemo dois sordado
Quato cabo e um sargento
Cumpade Mané Bento
Só fartava tú
Meu irmão Jisuino
Grudô numa nega
Chamego dum sujeito valente e brigão
Eu vi qui a confusão
Não tardava cumeçá
Pois o cabra de punhá
Cum cara de assassino
Partiu prá Jisuino
tava feito o sururú
Matemo dois sordado
Quato cabo e um sargento
Cumpade Mané Bento
Só fartava tú
Pro Dotô Delegado
Que veio trombudo
Eu diche que naquela grande confusão
Só hove uns arranhão
Mas o cabra morredô
Nesse tempo de calô
Tem a carne reimosa
O véi zombô da prosa
Fugi do Caruarú
Matemo dois sordado
Quato cabo e um sargento
Cumpade mané Bento.






"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!!!"

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Cordel Do Fogo Encantado, A Cultura Popular Pop



O Homenageado de hoje do “A Arte Do Meu Povo” é um Grupo Musical que provou que a nossa arte popular, a nossa cultura popular pode ser Pop, e chegar até a juventude com uma linguagem que ela entenda e goste. O homenageado de hoje é o grupo de José Paes Lira na voz e no pandeiro , de Clayton Barros no violão e voz, de Emerson Calado na percussão e voz, de Nego Henrique na percussão e voz e de Rafa Almeida na percussão e voz, estou falando do Cordel Do Fogo Encantado.

Para pesquisar sobre o grupo visitei o site oficial dele http://www.cordeldofogoencantado.com.br/ e é de lá que retirei as seguintes palavras:




“Em 1997 um grupo teatral voltou a atenção para a cidade de Arcoverde. Nascia o espetáculo Cordel do Fogo Encantado. Na formação, Lira Paes, Clayton Barros e Emerson Calado. Por dois anos, o espetáculo, sucesso de público, percorreu o interior do estado. Em Recife, o grupo ganhou mais duas adesões que iria modificar sua trajetória: os percussionistas Nego Henrique e Rafa Almeida. No carnaval de 99 Cordel do Fogo Encantado se apresenta no Festival Rec-Beat e o que era apenas uma peça teatral, ganha contornos de um espetáculo musical. Ao lirismo das composições somou-se a força rítmica e melódica dos tambores de culto-africano e a música passou a ficar em primeiro plano. A estréia no carnaval pernambucano mais uma vez chamou a atenção de público e crítica e o que era, até então, sucesso regional, ultrapassou as fronteiras, ganhando visibilidade em outros estados e o status de revelação da música brasileira.”



O Cordel Do Fogo Encantado é um grupo de interpretação magestosa, mas tem composições significativas. Por isso para você conhecer um pouco das composições desses rapazes aqui estão:

A Árvore Dos Encantados
Composição: Lirinha



Acorda, levanta, resolve
Há uma guerra no nosso caminho
Nos confins do infinito
Nas veredas estreitas do universo
Vejo
As cinzas do tempo
O renascimento
As danças do fogo
Purificação, transporte
Escuto
O trovão que escapou
As ladainhas das mulheres secas
Herdeiros do fim do mundo
Isso não é real
Não
Isso não é real
A brotação das coisas
Herdeiros da Tempestade
Girando em torno do sol
Do sol
Girando em torno do sol
Vejo
Aquele cego sorrindo
No nevoeiro da feira
Aquele cego sorrindo
Beijo
A fumaça que sobe
O peito da santa
O cheiro da flor
Árvore dos Encantados
Vim aqui outra vez pra tua sombra
Árvore dos Encantados
Tenho medo, mas estou aqui
Tenho medo, mas estou aqui
Aqui Mãe
Aqui meu Pai
Em cima do medo coragem
(Recado da Ororubá)





O Amor É Filme
Composição: Lirinha


O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica
O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica
Um belo dia a a gente acorda e hum...
Um filme passou por a gente e parece que já se anunciou o episódio dois
É quando a gente sente o amor se abuletar na gente tudo acabou bem,
Agora o que vem depois
O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica
É quando as emoções viram luz, e sombras e sons, movimentos
E o mundo todo vira nós dois,
Dois corações bandidos
Enquanto uma canção de amor persegue o sentimento
O Zoom in dá ré e sobem os créditos
O amor é filme e Deus espectador!
"- A gente devia ser como o pessoal do filme, poder cortar as partes chatas da vida, poder evitar os acontecimentos!
Num é?!?!"




A Matadeira


A matadeira vem chegando
No alto da favela
No balanço da justiça
Do seu criador
Salitre, pólvora,
Enxofre, chumbo
O banquete da terra
Teatro do céu
O banquete da terra
Teatro do céu
Diz aí quem vem lá,
O velho soldado
O que traz no seu peito?
A vida e a morte
E o que traz na cabeça?
A matadeira
E o que veio falar?
Fogo





Tempestade (A Dança do Trovão)
Cordel Do Fogo Encantado


Quando o vento bate forte
Que aspira o ar castigado
Estremece o pulmão da seca
Tempestade
Tempestade
Pai estou nessa terra
Querendo plantar
Querendo colher
Homens do ar não descem
Mulheres do ar não descem
Crianças do ar
Velhos do ar
Sempre mandam recado
É de relampiê, é de relampiê, é de relampiá
(salve a dona do trovão)
É de relampiê, é de relampiê, é de relampiá
(ô mulher, eu tô aqui)
É de relampiê
A alma, a água, o alvo
Pela variação instintiva
Para não virar carvão
Tempestade
Tempestade
Pai estou tão sozinho
Querendo plantar
Afim de colher
Homens do ar não descem
Mulheres do ar não descem
Crianças do ar
Velhos do ar
Sempre mandam recado
É de relampiê, é de relampiê, é de relampiá
(salve a dona do trovão)
É de relampiê, é de relampiê, é de relampiá
(ô mulher, eu tô aqui)
Se eu pudesse parar os elementos
Se eu pudesse trazer paz ao mau tempo
Mas eu não posso
Não devo
Não quero
Tempestade
Tempestade
Tempestade






Transfiguração
Composição: Lirinha


A paixão é um mar
Parabólica
Dilatada
Estrada que dói
Encanto de flor
Labirinto
Espera de redes
Parece toda raiz
Só raiz
Quando não canta o trovão
Transfiguração
Com a sua pele sagrada
A sua boca sagrada
E a sua vida no chão
Volta que esse mundo só precisa de você
Volta outro homem nunca assim vai te chamar
Não fique ai enterrada
Não fique ai enterrada
Vem pra rua





VIVA O CORDEL DO FOGO ENCANTADO!!!!



"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!!!!"

terça-feira, 25 de maio de 2010

Luiz Jacinto Silva , O Coroné Ludugero



Hoje o “A Arte Do Meu Povo” faz uma justa homenagem a um ícone da Cultura Popular Nordestina, ele que deu vida a um dos personagens de maior sucesso no país, Luiz Jacinto Silva falando assim talvez você não saiba quem é, mas quando eu falar que ele é o ator responsável pela vida do Coroné Ludugero, talvez agora você já saiba de quem eu estou falando. Pelo sim pelo não hoje você vai conhecer mais um pouco desse grande nome da nome da nossa Cultura Popular.
Na minah pesquisa encontrei no WIKIPEDIA o seguinte:




"Luiz Jacinto Silva (nasceu em Caruaru, em 1929 — e faleceu em Belém,no dia 14 de março de 1970) foi um humorista brasileiro.Durante longo tempo interpretou o personagem Coronel Ludugero, criação de Luiz Queiroga, passando a confundir-se com o próprio personagem.
Luiz Jacinto foi escoteiro aos dez anos e estudou no 'Colégio de Caruaru (hoje Colégio Diocesano), onde concluiu o curso ginasial. Começou a trabalhar ajudando o pai a fazer selas de cavalo, mas não seguiu a profissão.
Com 12 anos foi trabalhar numa padaria entregando pão e, em seguida,, foi ajudante de pedreiro. Com 16 anos foi para os correios entregar telegramas. Nessa época serviu em São Bento do Una e Sirinhaém, cidades de Pernambuco.
Aos 18 anos foi morar no Recife, onde fez um concurso para telegrafista. Embora não tenha sido aprovado, foi aproveitado pelos correios porque sabia taquigrafia. Permaneceu no órgão até ingressar na vida artística. Luiz Jacinto começou sua vida artística na Rádio Clube de Pernambuco, onde fazia o programa das 12h30min sob o patrocínio da Manteiga Turvo.
Em 1960 conheceu Luiz Queiroga, que, com o incentivo do radialista Hilton Marques, criou o personagem Coronel Ludugero.





Logo no início, o Coronel Ludugero se apresentava sozinho, mas logo depois conheceu também Irandir Peres Costa (Otrópe).
Apesar de muita gente não saber, e o personagem de Dona Felomena ser mais conhecido com a atriz Mercedes Del Prado, nos primeiros programas o mesmo personagem, com o nome de Dona Rosinha, era interpretado por Rosa Maria, outra atriz de muito talento.
Retratava com bom humor a figura lendária dos coronéis, muitos dos quais pertenciam à Guarda Nacional e gozavam de grande prestígio junto a população. Era um homem simples de poucas palavras, amante da verdade e sincero. Gabava-se de si próprio.
Contador de histórias fantásticas, era casado com dona Filomena. Bom aboiador, bom cantador de viola e poeta. Mantinha um secretário (Otrópe) que o orientava nos negócios e nas questões políticas. Ludugero se sentia feliz em contar histórias, dando expansão ao seu gênio brincalhão, quando não estava em crises de impaciência e nervosismo.



No dia 14 de março de 1970, morre Luiz Jacinto e Irandir Costa, com toda sua equipe, vítima de desastre aéreo na Baía de Guajará , em Belém do Pará. O corpo de Jacinto só foi encontrado no dia 30 de março e sepultado um dia depois, em Caruaru.
Depois da morte do Coronel Ludugero e de Otrópe, lançaram-se outros personagens tentando resgatar o riso perdido com a triste tragédia. Entre eles, Coroné Ludrú e Gerômo, Coroné Caruá e Altenes, Seu Pajeú e Zé Macambira, esses com a produção e direção de Luiz Queiroga.
Mas, até hoje, os personagens são lembrados e revividos em épocas juninas por atores amadores e admiradores dos tipos.
Na cidade de Caruaru foi criada, na Vila do Forró, a miniatura da casa do Coronel Ludugero e da Véia Felomena, onde é grande a visitação por turistas. Durante os festejos juninos desta cidade podem ser vistos personagens caracterizados, desfilando pelas ruas, relembrando esses artistas. mas a saudade ficou pra sempre."




Aqui algumas obras do artista:

• CARNAVÁ DO CORONEL LUDUGERO - (Disco em 78 rotações /1961)
• LUDUGERO APOQUENTADO - (Disco em 78 rotações / 1962)
• CUMBUQUE DE LUDUGERO - (Disco em 78 rotações / 1962)
• A INLEIÇÃO DO CORONEL LUDUGERO - (LP Viva São João Vol. 5)
• LUDUGERO MANDA BRASA - (LP gravado em 1967 pela CBS)
• LUDUGERO E SEU JUMENTO - (LP gravado em 1968 pela CBS)
• LUDUGERO CASA UMA FILHA (LP gravado em 1969 pela CBS)
• DESQUITE DE LUDUGERO (LP gravado em 1970 pela CBS)




• MUITA SAUDADE (LP gravado pela CBS em 1971 reunindo sucessos variados)
• DISCURSO FINAL - (Show AO VIVO gravado pela Rádio Gazeta de Alagoas / 1977)
• DIXE BOM (1979 / Gravado depois da morte do Coronel Ludugero e Otrópe reunindo vários sucessos)
• 20 SUPER SUCESSOS - CORONEL LUDUGERO - (1997 - Sony Music)




VIVA O CORONÉ LUDEGERO!!!!!




"É VIVA A ARTE DO MEU POVO!!!!"

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Pedro Bandeira, Cantador Brasileiro Dos Bons



Pedro Bandeira, cantador brasileiro dos bons, é hoje o homenageado do nosso “A Arte Do Meu Povo”. É mais um nome para nos dar orgulho, defensor/representante da nossa Cultura Popular.
Por isso pesquisei e tive a alegria de encontrar no site http://dd-vivendo-e-aprendendo.spaces.live.com/blog/cns!99A4381D7AFB77E4!265.entry e trazer para você essas palavras sobre o Poeta:




Pedro Bandeira Pereira de Caldas, nasceu a 1º de maio de 1938, no Sítio Riacho da Boa Vista, no município paraibano de São José de Piranhas, sendo filho de Tobias Pereira de Caldas (falecido) e da poetisa Maria Bandeira de França. É neto materno do famoso cantador nordestino Manuel Galdino Bandeira, de quem herdou o talento de repentista.
Aos 6 anos de idade fá fazia versos, e aos 19 tornou-se cantador profissional, apreciado e aplaudido por quantos o ouvissem, vez que os improvisos, nas várias modalidades da poesia popular: mourão, martelo agalopado, galope alagoano, galope à beira-mar, quadrão, gemedeira, etc., lhe jorravam da boca, aos borbotões...”
Pedro Bandeira, além de ser Poeta e Repentista, é licenciado em Letras, bacharelado em Direito, e fez parte do Poder Legislativo, como Vereador da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte – Ceará.”




Agora algumas Obras de Arte desse mestre, para você se deliciar:

MATUTO DO PÉ RAXADO:

“Eu sou um paraibano
da cabeceira do Estado
Nasci numa cama velha
feita de couro de gado
Mamãe é uma matuta
do cabelo cacheado
Meu velho pai um marchante
do açougue pro roçado
Fui amansador de burro
Bom na foice e no machado
Com seis anos descobri
ser um poeta inspirado
Com dezoito viajei
andando a pé e montado
Escavaquei o Nordeste
cantando destambocado
Arribei da Paraíba
com a viola de lado
Vim parar no Juazeiro
por Padre Cícero chamado
Comecei cantar no Crato
pela Rádio convidado
Esse programa de rádio
me deixou famigerado
Resolvi fazer cordel
e poema apaixonado
Fiz supletivo, passei
depois fui vestibulado
Ingressei na faculdade
sou professor diplomado
Em outra universidade
fui em direito formado
Fiz o exame de ordem
sou também advogado
Tem dia que escrevo certo
tem hora que falo errado
Entrei no mundo político
consegui ser bem votado
Vereador duas vezes
na terceira fui roubado
Já me preparo pra quarta
porque sou desassombrado
Não tenho medo de público
por já ser acostumado
Aos fãs e aos eleitores
eternamente obrigado
Nem sou rico nem sou pobre
vivo nesse misturado
Trabalho pra ser autêntico
pra isso tenho cuidado
Sou o mesmo cantador
do tempo velho passado
Canto a trinta e sete anos
e ainda não estou cansado
Nunca encontrei repentista
que me deixasse calado
Como filho, esposo e pai
dei de conta do recado
Tem gente que me censura
porque não compro fiado
Amo a Deus e ao trabalho
o resto é papo furado
Sou homem de dois extremos
matuto e civilizado
Uns me xingam, outros me amam
Adoro quando me chamam
MATUTO DO PÉ RAXADO.”




versos matutos

“No dia qui eu tou cá peste
Eu não sei nem quem sou eu,
Sou um fio do Nordeste
Que por descuido nasceu.
Cabôco do pé da serra
Fio legítimo da terra
De Inácio da Catingueira,
Juvená do Picuí,
De Zé Duda do Zumbí
E Mané Gardino Bandeira.

Sou um dos fí de Jesus
Qui nasceu por um arranjo,
Na terra de Zé da Luz
E de Argusto dos Anjo.
Sou do mesmo tabuleiro
Onde Pinto do Monteiro
É o primeiro da lista,
Cantador de desafôro
Tirando lapa de couro
Do rabo de repentista.

Sou dos cabra do Teixeira
Do sertão véi sem imprêgo
Da terra de Zé Limeira,
E dotô Zé Lins do Rêgo.
De Zé Américo de Armêida
Orador da voz de seda
Político da linha boa.
Sou cantadô das coivara
Do sertão das Ispinhara
A capitá João Pessoa.

Sou um doido da viola
Repentista vagabundo
Como um jumento sem bola
Sorto no ôco do mundo.
Bibí água do riacho
Onde todo cabra macho
Se acorda de madrugada
Sou um matuto pai-dégua
Nasci na Baixa da égua
Perto da tába lascada.

Sou um cabra resorvido
Bicho sem assombração
Poeta véio nascido
No miolo do sertão.
Sou neto de João Mandióca.
Cumpadre de Cobra Choca.
Mês de maio é o mês meu.
Me batisei em oitubro
Vou ver se ainda descubro
Onde a garrota morreu.

Sou do cabo da enxada,
Neto que dá língua a vó.
Cabra da rede rasgada
E um buraco no lençó.
Sou da terra de Ugolino,
Famia de Ontôe Sirvino,
Parente de Lampião.
Colega de Zé Catôta,
Romeiro véio da gôta
Do Padre Cícero Romão.”





AMOR DE DOIDO

“Quero bem a minha doida
Minha doida me quer bem
E eu não troco a minha doida
Por a doida de ninguém.

Eu gosto tanto de doido
Que fiquei doido também,
Nem um doido conta os doidos
Que a casa da gente tem,
Corre doido atrás de doido
Doido vai e doido vem,
Se for pra tanger os doidos
Não fica eu nem ninguém.

Quero bem a minha doida
Minha doida me quer bem
E eu não troco a minha doida
Por a doida de ninguém.


Ela sozinha endoidece
Eu endoideço sozinho,
Corre o doido atrás da doida
Dois doidos num só caminho,
Eu dou um beijo na doida
A doida me faz carinho,
Toda noite é um abraço
Todo ano é um doidinho.






Quero bem a minha doida
Minha doida me quer bem
E eu não troco a minha doida
Por a doida de ninguém.


Eu sou um doido jeitoso
Ela é uma doida bela,
Ela endoideceu por mim
Eu endoideci por ela
Ela me botou doidice
Eu botei doidice nela,
Que o remédio de uma doida
É um doido no rastro dela.

Quero bem a minha doida
Minha doida me quer bem
E eu não troco a minha doida
Por a doida de ninguém.”






"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!!!"

domingo, 23 de maio de 2010

Arievaldo Viana Poeta E Incentivador Da Cultura Popular Nordestina



Eis aqui, mais um orgulho da nossa Cultura Popular Nordestina, que o “A Arte Do Meu Povo” tem o prazer de trazer para você conhecer mais. Arievaldo Viana, dentre outras funções é Poeta Popular e um apaixonado incentivador da nossa Cultura.Tanto que é dele o projeto, muito interessante, do Cordel na Sala de Aula.
Muitos são os sites falando de Arievaldo Viana, mas preferí o wikipedia para pescar as seguintes palavras sobre ele:




Arievaldo Viana Lima (nasceu no dia 18 de setembro de 1967, em Quixeramobim, CE), é um poeta popular, radialista, ilustrador e publicitário brasileiro. É o criador do projeto Acorda Cordel na Sala de Aula, que utiliza a poesia popular na alfabetização de jovens e adultos, adotado pela Secretaria de Educação, Cultura e Desporto de Canindé - CE. Em 2000, foi eleito membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, na qual ocupa a cadeira de nº 40, patronímica de João Melchíades Ferreira. Arievaldo tem alguns trabalhos escritos em parceria com outros poetas como Pedro Paulo Paulino, Jota Batista, Klévisson Viana, Gonzaga Vieira, Zé Maria de Fortaleza, Manoel Monteiro da Silva, Rouxinol do Rinaré e Marco Haurélio. Já lançou cerca de 50 folhetos e tem três livros publicados: O Baú da Gaiatice, São Francisco de Canindé na Literatura de Cordel e Mala da Cobra - Almanaque Matuto. Entre eles uma biografia sobre o grande poeta popular Leandro Gomes de Barros.”



E com vocês... a “História da Rainha Ester” do Poeta da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Arievaldo Viana Lima.

Supremo Ser Incriado
Santo Deus Onipotente
Manda teus raios de luz
Ilumina a minha mente
Para transformar em versos
Uma história comovente.

Falo da vida de Ester
Que na Bíblia está descrita
Era uma judia virtuosa
E extremamente bonita
Por obra e graça divina
Teve venturosa dita.

Foi durante o cativeiro
Do grande povo Judeu
Um rei chamado Assuero
Naqueles tempos viveu
E com o nome de Xerxes
Na História apareceu.

O rei Assuero tinha
Pelo costume pagão
Um harém com muitas musas
As mais belas da nação
Mas era a rainha Vasti
Dona do seu coração...


Os interessados na continuação por favor acessem:
http://www.ablc.com.br/popups/cordeldavez/cordeldavez008.htm




O Trem Metropolitano na Palma da sua Mão
Arievaldo Viana


Eu carrego o ofício
De poeta popular
Em toda a parte que chego
Me destino a conversar
A procura de um tema
Que sirva pra versejar

Apolo, Deus dos poetas
Sabendo este meu dom
Mandou-me as musas aqui
E delas ouvindo o som
Viajei para São Paulo
Só para saber se é bom

De fato, fui a São Paulo
E gostei muito, lhes digo
Pois na estação do Brás
Encontrei um velho amigo
Que levou-me a um passeio
Livre de qualquer perigo

Falamos primeiramente
Do bom clima paulistano
Em seguida embarcamos
Num trem metropolitano
Foi esta a melhor viagem
Que eu fiz naquele ano






Porque o Metrô Paulista
Percorre grande extensão
Em vinte duas cidades
Há trens em operação
Ali, quase todo bairro
Possui uma estação

E assim nós prosseguimos
Em nossas conversações
Quando meu dileto amigo
Deu-me exatas dimensão:
- A CPTM tem
Noventa e uma estações!

Vi diversos operários
Nessa mesa condução
Imigrantes da Itália,
De Portugal, do Japão
Viajando no Metrô
Orgulho desta nação

Lá eu vi pernambucano
Gaúcho e amazonense,
Potiguar, paraibano,
Capixaba e paraense,
Vi mineiro e carioca
Baiano e paranaense

Gente de todo o Brasil
Também do exterior
Camelô, comerciante,
Metalúrgico, soldador
Viajam todas as classes
Do operário ao doutor

São milhares de pessoas
Que pegam diariamente
Essa boa condução
Veloz e eficiente,
Que por um preço acessível
Transporta bem nossa gente

Então, com pouco dinheiro
E livre de aperreio
Você corta a Capital
Paulista de meio a meio
Ali, tudo que eu vi
Me fez gostar do passeio





A Companhia Paulista
De Trens Metropolitanos
Nasceu de uma fusão
Que juntou os trens urbanos
CBTU e FEPASA
Se uniram noutros planos

Agora a CPTM
É a empresa que conduz
Noventa e uma estações
Aonde o Metrô reluz
De todas, a mais antiga
É a estação da Luz

Rapidez e segurança
Atendimento padrão
O nosso Metrô garante
Para qualquer cidadão
Diminuindo acidentes
E a própria poluição

De Metrô você evita
Alguns aborrecimentos:
Os acidentes de trânsito,
Os congestionamentos,
Que a linguagem popular
Chama "engarrafamentos"

Do Brás passamos por Bresser
Belém e Tatuapé
Sempre na Linha Vermelha
Depois voltamos pra Sé
Ponto central do Metrô
Onde tomamos café

Liberdade e São Joaquim
Foi nosso novo roteiro
O Metrô chegou veloz
Na estação de Vergueiro
E de lá nos prosseguimos
Direto pra Brigadeiro

Vários tipos de bilhetes
São vendidos na estação
Unitário, Múltiplo Dois
Que apresenta redução
No preço, pois dá direito
A duas viagens, então

Tem ainda o Múltiplo Dez
Que vale por dez passagens
Com preço bem acessível
Se faz diversas viagens
Ideal para quem vai
Conhecer novas paragens

Idoso ou deficiente
No Metrô é bem tratado
Ali o jovem estudante
Tem direito assegurado;
Tem bilhete especial
Também pro desempregado

Num folheto que me deram
Tive exata explicação
Todo o mapa do Metrô
Estação por estação
Intitulado: "O METRÔ
NA PALMA DA SUA MÃO"

Saí da Linha vermelha
E passei pra Linha Azul
Quando a gente se diverte
O tempo corre taful
E assim cortei São Paulo
Leste, Oeste, Norte e Sul

Entrando na Linha Verde
Fui até Consolação
Em perfeita segurança
Sem me lembrar de ladrão
Conversando alegremente
Isso é que é distração

Pra quem já andou de jegue
Rural, jipe e caminhão
De ônibus superlotado
De camelo, de avião
Eu garanto que o Metrô
É a melhor condução

Quatro horas da manhã
Já é grande a multidão
Vai até a meia-noite
Grande movimentação
Que o total de usuários
Calcula-se em um milhão

Um milhão todos os dias
Eis o cálculo aproximado
De pessoas que utilizam
Esse transporte "arretado"
Garanto que eu só queria
Dez por cento do apurado

Com isso eu estava arrumado
E com a vida segura
Iria viver somente
Da minha Literatura
Eu sei que é tanto dinheiro
Que chega me dá gastura!

Mas, voltemos as belezas
Do meu passeio de trem
Vi luzes que pareciam
A estrela de Belém
Se você não acredita
Vá lá, conferir também

De São Paulo eu gostei
Do Metrô e da garoa
Eu quando gosto, elogio,
Não digo palavra à toa
É por isso que afirmo
Que São Paulo é terra boa

Agora eu posso dizer
Que sou um "pião rodado"
Por isso assim que cheguei
No Ceará, meu Estado
Fiz um relato completo
Neste folheto rimado

Por telefone, Correio
Ou Caixa de Sugestões
Você pode sugerir
Obter informações,
Também com supervisores
Em todas as estações

Aconselho a nossa gente
Do Nordeste, Sul e Norte
Sudeste ou Centro-Oeste
Zelar bem esse transporte
Símbolo da inteligência
De um povo bravo e forte





Dentre os seus cordéis, destacam-se:



1 - A MULHER FOFOQUEIRA E O MARIDO PREVENIDO

2 - A RAPOSA E O CANCÃO

3 - AS PROEZAS DE BROCA DA SILVEIRA

4 - ATRÁS DO POBRE ANDA UM BICHO

5 - BRASIL - 500 ANOS DE RESISTÊNCIA POPULAR

6 - ENCONTRO COM A CONSCIÊNCIA

7 - ENCONTRO DE FHC COM PEDRO ÁLVARES CABRAL

8 - GALOPE PARA PATATIVA E CASTRO ALVES

9 - HISTÓRIA COMPLETA DO NAVEGADOR JOÃO DE CALAIS

10 - HISTÓRIA DA RAINHA ESTER

11 - JERÔNIMO E PAULINA - O PRÊMIO DA BRAVURA

12 - LUIZ GONZAGA O REI DO BAIÃO

13 - O BATIZADO DO GATO

14 O CASAMENTO DA RAPOSA COM O TIMBU

15 - O CRIME DAS TRÊS MAÇÃS

16 - O DIVÓRCIO DA CACHORRA*

17 - O PRÍNCIPE NATAN E O CAVALO MANDINGUEIRO

18 - PELEJA DA CACHORRA CANTADEIRA COM O MACACO EMBOLADOR*

19 - PELEJA DE ZÉ LIMEIRA COM ZÉ RAMALHO DA PARAÍBA

20 - PREZEPADAS DE SEU LUNGA COM UM CASAL DE CABORÉS*

21 - APRENDEU ANDAR DE MOTO, MAS NÃO SABIA PARAR **

22 - SE O CLONE FOR APROVADO, VOU MANDAR FAZER O DELA ***

23 - PELEJA DE PEDRO TATU COM FRANCINET CALIXTO ***

24 - ZÉ LIMEIRA PSICOGRAFADO ***

25 - O HOMEM DA VACA E O PODER DO INFORTÚNIO

26 - RODOLFO E LEOCÁDIA - A FORÇA DO SANGUE

27 - ROMANCE DA MOÇA QUE NAMOROU COM UM PAI DE CHIQUEIRO

28 - ROMANCE DE LUZIA HOMEM

29 - UM DIA DE ELEIÇÃO NO PAÍS DA BICHARADA

30 - UM PAGODE NO INFERNO OU A NOVA LOURA DO CÃO

* Folhetos escritos em co-autoria com Klévisson

** Folhetos escritos em parceria com Jota Batista

*** Parceria com Pedro Paulo Paulino





"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!!!"