sábado, 22 de outubro de 2011

Quero Muito Bem Querido



Esses dias, escutando o grande poeta Jessier Quirino, resolví fazer uma poesia inspirado no seu jeito único de verserjar.
Longe de mim chegar aos pés do mestre, porém, a vontade veio e acabei compondo esse trabalho que segue abaixo.
Devo acrescentar que não faz parte do meu estilo, como quem me conhece sabe. Por isso mesmo, faço questão de coloca-la aqui no "A ARTE DO MEU POVO".
Com vocês...

Quero muito bem querido
Nivaldo Cruz - 2011


Quero ver o verdejar
Do belo amanhecer,
revigorar as forças
Do nosso entardecer.

Quero ver o orvalhar
Das folhas da campina,
Molhar a Selva de Pedra
Que se vê lá da esquina.

Sentir o bom perfume
Das flores nossas e nuas,
Invadindo todas as casas
Dos Becos de suas Ruas.

Quero ver o sabor
Da Roça saboreado,
Nos quatro cantos
Por quem é alimentado.

Sentir a simplicidade,
Muito bem matutada,
Em cada ato na dita
Cidade “civilizada”,

A humildade chegando,
Devagar e humildemente,
E em cada canto
Se fazendo bem presente.

Quero todo o mundo,
Muito do bem mundiado,
Vivendo poeticamente
Sem precisar ser remediado.

domingo, 9 de outubro de 2011

Tristezas Di Cantadô



Olha aqui, mais uma do livro “Istóras di Cantadô”. Espero que gostem!

Tristezas Di Cantadô
Nivaldo Cruz – 1992


Cuma cantadô di viola
Eu posso cuntá procêis agora
Du meu sertão munthas istóra,
Istóras bunitas qui num
Ixiste mais agora.
I inté istóras di fechá os zoio
Di Nossa Sin´ora.
Cuntá causo de rachá u chão,
De muntho coroné qui tin´a
Coisa cum Cramunhão.
Cuntá todos ABC du Virgulino capitão,
Héroi du meu sertão
I bandidu pras puliça,
Lampião.
Causo dus macaco borrão,
Us cabra qui intrava nas força
Prumode passá pur machão.
Das donzela fogosa du Chapadão,
Dus revortado di 25 inté
Du anu di 30 na rivulução.
Causo de muntho sertanejo verdadêro,
Qui lutô junto di Anton´i Conseiêro.
Óia seu dotô, meu sertão,
Já foi rico de istóra,
Mas tudo se acabô agora,
Muntha gente debandô pru sur
I us qui ficáro só trabaia pru mode cumê.
Agora ispia voismicê,
Dispois di tanta aligria
Meu sertão ficô a mercê.
Só ficô nois cantadô,
Prumode relembrá us ABC.



“E VIVA A ARTE DO MEU POVO!!!!”