segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Um Maxado Bem Nordestino



Faço hoje, uma justa homenagem a este que é um dos grandes cordelistas do Brasil e defensor ferrenho dessa arte.
E faço essa homenagem com a sua ajuda, já que fiz essa poesia seguindo algumas das suas instruções, sobre como escrever cordel.
Sei que tenho muita farinha pra comer, antes de chegar as pegadas desse MESTRE. Porém sou 'ozado' e aqui está, Professor Franklim Maxado, o meu muito obrigado por tudo que o senhor fez e faz por nossa arte popular nordestina.

Um Maxado Bem Nordestino
Nivaldo Cruz – 02.04.2010




No nosso Brasil querido,
Existe a má cultura
Reconhecer talento
Após morrer a criatura
Aí é rua, cidade,
Ou livro, filme, escultura.

É bastante falsidade!
É tanta bajulação !
Que se vivo ainda fosse
Vomitaria o cristão,
Parecendo que em vida
Foi benquisto o cidadão.

Muitas vezes em vida
A coisa é bem diferente.
Pobre sofre indiferença
Até mesmo de parente
Alguns até o rejeitam
Deixando morrer descrente.

Nadando contra a maré
Quero homenagear
Um grande talento vivo
E com saúde para dar.
É valoroso ao quadrado
Ninguém pode isso negar.

Nasceu em 43,
Nessa Feira de Santana,
A Princesa do Sertão,
Boa cidade baiana
Sendo fonte de cultura
No chão de seca tirana.

Franklin Cerqueira Machado
Ou “Maxado Nordestino”
Podendo até ser chamado
De um ancião/,menino,
Pois todo poeta o é.
E assim faz seu destino.

Para seu representante
A poesia o escolheu.
Mas por sua inquietude
Noutras artes se meteu
Até mesmo Jornalismo
È um dos ofícios seu.


Teatrólogo, Apresentador de TV
Advogado, professor
Xilógrafo, teatrólogo,
No Teatro, é ator
Oficial militar
Cordelista, compositor


Ainda foi dirigente
Do Museu Regional
E da Casa do Sertão
Foi um chefe de ideal
Enormes serviços presta
À UEFS no cultural

Presidiu o Instituto
Histórico e Geográfico
E a Academia de Letras.
É tanto cargo no gráfico,
Que a sua biografia
Não é um trabalho prático.

Sempre viveu da cultura
E disso não se envergonha.
É seu defensor ferrenho.
Quem quiser que se oponha.
Compra uma boa briga
Com seu verso de peçonha.

Folhetos de cordel, já
Escreveu em centenas.
Arisco até milhares
Que vendeu a duras penas
Infelizmente, não basta
Ser um bom poeta apenas.

Para viver do cordel
Tem que ser bom vendedor.
Seria melhor dizer
Também um grande ator.
Com arte pra despertar
A atenção do comprador.

O Maxado Nordestino
Fez e faz com maestria
Por isso é bem conhecido
Dentro e fora da Bahia.
Pra representar a arte,
Era só chamar que ia.

O verbo tá no passado,
Melhor corrigir então:
Ele não ia, ele vai
Dentro e fora do sertão
Pra divulgar a cultura
Por todo esse mundão.

Pra cumprir essa missão
Que a poesia lhe deu,
Já obrou de quase tudo.
Muita coisa conheceu.
Situações más ou boas,
O bardo vive ou viveu.

Não é unanimidade,
Isso é bem natural.
Ninguém agrada a todos,
Diz ditado universal
Mas ele é reconhecido
Por ser um fenomenal.

Carlos Drummond de Andrade,
Grande vate brasileiro
Reconheceu seu talento
E o exaltou por inteiro.
Jorge Amando outro grande
Fez elogio verdadeiro.

O Manuel do Christo Planzo,
Mestre intelectual,
Teceu enormes destaques
Ao poeta sem igual.
Tem mais gente importante
Que o deixou universal.
Maxado universal.


Rodolfo C. Cavalcante,
Grande nome do cordel,
Escreveu sobre o Franklin
Maxado no seu papel.
Publicou alguns folhetos
Sobre esse menestrel.

Seu valor de sertanejo,
Tudo isso vem provar.
Seu trabalho e esforço
Vieram sempre mostrar
Que a raiz cultural
Temos de valorizar.

Somente assim o respeito
Dos outros nós vamos ter.
Pois só vão desrespeitar
Se não saber ou conhecer
E, para isso, o Folclore
Tem muito o que fazer.

Franklin Cerqueira Maxado,
Ou “Maxado Nordestino”
Humilde, sábio, um mestre!
Nosso bardo velho/menino
É um senhor de respeito
E um guri bem traquino.

Essa é minha homenagem,
Pequena mas verdadeira,
A esse grandioso homem
Que carrega a bandeira
Da cultura nordestina
E da gente brasileira.

Que Deus lhe dê longos anos
De inspiração e vida
Pois a nossa fiel arte,
Que é também sua querida,
O tornou imortal
Pra nunca ter despedida.

Findo aqui esse folheto.
Deixo apreço e respeito.
Espero que desse modo,
Tenha ajudado direito
Por fora do leito e lápide
Louvar artista perfeito.

N – ossas desculpas sinceras
I- nduzidas ao professor ,
V-osmicê, Franklin Maxado,
A-migo que mostra amor.
L- emos sem nenhum favor.
D- as coisas que escrevemos,
O- que fica é um louvor.




"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!"