sexta-feira, 16 de abril de 2010

Jackson Do Pandeiro, Um Monstro Sagrado E Consagrado Do Brasil



O homenageado de hoje do “A Arte Do Meu Povo” é um monstro sagrado e consagrado da Cultura Popular Brasileira. Considerado, por muitos, como uma escola de interpretação em canto, foi um dos grandes interpretes de todos os tempos. Dono de um jeito único de interpretação Jackson do Pandeiro, não achou até hoje alguém que chegasse perto do que ele fazia com uma música.



E para render a homenagem merecida a esse grande, mega, hiper artista brasileiro recorrí até o Wikipédia que deu as seguintes informações:



“Jackson do Pandeiro, nome artístico de José Gomes Filho (Alagoa Grande, 31 de agosto de 1919 – Brasília, 10 de julho de 1982), foi um cantor e compositor de forró e samba, assim como de seus diversos subgêneros, a citar: baião, xote, xaxado, coco, arrasta-pé, quadrilho, marcha, frevo, dentre outros. Também era chamado de O Rei do Ritmo
Paraibano de Alagoa Grande, Jackson nasceu em 31 de agosto de 1919, com o nome de José Gomes Filho. Ele era filho de uma catadora de coco, Flora Mourão, que lhe deu o seu primeiro instrumento: o pandeiro.
Seu nome artístico nasceu de um apelido que ele mesmo se dava: Jack, inspirado em um mocinho de filmes de faroeste, Jack Perry. A transformação para Jackson foi uma sugestão de um diretor de programa de rádio. Dizia que ficaria mais sonoro e causaria mais efeito quando fosse ser anunciado.
Somente em 1953, já com trinta e cinco anos, Jackson gravou o seu primeiro grande sucesso: "Sebastiana", de Rosil Cavalcanti. Logo depois, emplacou outro grande hit: "Forró em Limoeiro", rojão composto por Edgar Ferreira.
Foi na rádio pernambucana que ele conheceu Almira Castilho de Alburquerque, com quem se casou em 1956, vivendo com ela até 1967. Depois de doze anos de convivência, Jackson e Almira se separaram e ele se casou com a baiana Neuza Flores dos Anjos, de quem também se separou pouco antes de falecer.
No Rio de Janeiro, já trabalhando na Rádio Nacional, Jackson alcançou grande sucesso com "O Canto da Ema", "Chiclete com Banana", "Um a Um" e "Xote de Copacabana". Os críticos ficavam abismados com a facilidade de Jackson em cantar os mais diversos gêneros musicais: baião, coco, samba-coco, rojão, além de marchinhas de carnaval.
O fato de ter tocado tanto tempo nos cabarés aprimorou sua capacidade jazzística. Também é famosa a sua maneira de dividir a música, e diz-se que o próprio João Gilberto aprendeu a dividir com ele.
Muitos o consideram o maior ritmista da história da Música Popular Brasileira e, ao lado de Luiz Gonzaga, foi um dos principais responsáveis pela nacionalização de canções nascidas entre o povo nordestino. Sua discografia compreende mais de 30 álbuns lançados no formato LP. Desde sua primeira gravação, "Forró em Limoeiro", em 1953, até o último álbum, "Isso é que é Forró!", de 1981, foram 29 anos de carreira artística, tendo passado por inúmeras gravadoras.
Durante excursão empreendida pelo país, Jackson do Pandeiro que era diabético desde os anos 60, morreu aos 62 anos, no dia 10 de julho de 1982, na cidade de Brasília, em decorrência de complicações de embolia pulmonar e cerebral. Ele tinha participado de um show na cidade uma semana antes e no dia seguinte passou mal no aeroporto antes de embarcar para o Rio de Janeiro. Ele ficou internado na Casa de Saúde Santa Lúcia. Foi enterrado em 11 de julho de 1982 no Cemitério do Cajú na cidade do Rio de Janeiro com a presença de músicos e compositores popoulares, sem a presença de nenhum medalhão da MPB.”




Muitas foram as músicas que ficaram eternizadas na interpretaçãod e Jackson. Eis aqui algumas delas:



O Canto da Ema
Composição: D. Ayres Viana, Alventino Cavalcante e João do Vale


A ema gemeu
No tronco do juremá (2x)
Foi um sinal bem triste, morena
Fiquei a imaginar
Será que o nosso amor, morena
Que vai se acabar?
Você bem sabe
Que a ema quando canta
Vem trazendo no seu canto
Um bucado de azar
Eu tenho medo
Pois acho que é muito cedo
Muito cedo, meu benzinho
Para esse amor se acabar
Vem morena (vem, vem ,vem)
Me beijar (me beijar)
Dá-me um beijo (dá-me um beijo)
Pra esse medo (se acabar)





Sebastiana
Composição: Rosil Cavalcanti


Convidei a comadre Sebastiana
Pra cantar e xaxar na Paraíba
Ela veio com uma dança diferente
E pulava que só uma guariba
E gritava: a, e, i, o, u, y
Já cansada no meio da brincadeira
E dançando fora do compasso
Segurei Sebastiana pelo braço
E gritei, não faça sujeira
O xaxado esquentou na gafieira
E Sebastiana não deu mais fracasso
Mas gritava: a, e, i, o, u, y

Cabo Tenório
Composição: Rosil Cavalcanti


O cabo tenório é o maior inspetor de quarteirão (2x)
O cabo era bamba, disposto danado
Bem considerado no seu batalhão
Amigo do praça, do sub-tenente
De toda a patente de "titu" e galão
Zangado era doido, ficava valente
Virava serpente de punhal na mão
Mas ficava manso e a briga acabava se o povo gritasse lhe dando razão e dissesse
Cabo tenério é o maior inspetor de quarteirão (2x)
Olha na casa de tota fizeram um forró
Tenório foi só dançar e beber
Os cabras de lá quiseram lhe bater
Tenório gritou - vixe, vai ter confusão
Balançou a mão, deu murro e bufete
Tomou canivete, peixeira e facão
Os brabos correram quem ficou presente
Gritava contente no meio do salão e dizia
Cabo tenório é o maior inspetor de quarteirão.





Chiclete Com Banana
Composição: Gordurinha


Eu só ponho bip-bop
No meu samba
Quando Tio Sam pegar o tamborim
Quando ele pegar no pandeiro
E no zabumba
Quando ele aprender
Que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar
Miami com Copacabana
Chicletes eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim
Tirurururiruri bop-be-bop-be-bop

Quero ver a grande confusão
É o samba-rock meu irmão
É o samba-rock, meu irmão
Mas em compensação
Eu quero ver um boogie-woogie
De pandeiro e violão
Eu quero ver o Tio Sam
De frigideira
Numa batucada brasileira

Cantiga do Sapo
Composição: Jackson do Pandeiro



É assim que o sapo canta na lagoa
Sua toada improvisada em dez pés (2x)
- Tião
- Oi!
- Fostes?
- Fui!
- Comprastes?
- Comprei!
- Pagaste?
- Paguei!
- Me diz quanto foi?
- Foi quinhentos réis(2x)
É tão gostozo morá lá na roça
Numa palhoça perto da beira do rio
Quando a chuva cai e o sapo fica contente
Que até alegra a gente com o seu desafio(2x)
- Tião
- Oi!
- Fostes?
- Fui!
- Comprastes?
- Comprei!
- Pagaste?
- Paguei!
- Me diz quanto foi?
- Foi quinhentos réis(2x)






"E Viva A Arte Do Meu Povo!"

Um comentário:

  1. é um gênio da música....sobre todos os aspectos,rimas rápidas e versáteis numa improvisação execelente...uma músicalidade ímpar, de caracteristica musical nordestina da verdadeira música brasileira....a criatividade do artista é reflexo de uma arte popular nata....que vem de legitimas manifestações populares....

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