domingo, 25 de abril de 2010

Cultura Popular Pura É Quinteto Violando



O Homenageado de hoje do “A Arte Do Meu Povo” , não é um artista, são cinco. Cinco maravilhosos músicos que compõem um dos grupos mais tradicionais da nossa música brasileira, representantes fiéis da Cultura Popular desde a década de 70, estou falando do Quinteto Violado.



Para falar do Quinteto Violado busquei informação na fonte mais segura que encontrei o próprio site do grupo http://www.quintetoviolado.com.br/ e foi lá que encontrei o seguinte:

“Em 1971 surgiu em Pernambuco um grupo musical que traçava um novo caminho para a MPB. Diante da indecisão no cenário da música nacional, após a irrupção do movimento tropicalista, o QUINTETO VIOLADO apresentava uma proposta fundamentada nos elementos musicais da cultura regional, através de trabalhos de pesquisa e da própria vivência de cada um dos seus integrantes, originários da região Nordeste do Brasil.
Conseguindo extrair das mais simples manifestações populares a sua essência rítmica e melódica, o Grupo criou uma nova concepção musical, cujo traço fundamental é a interação entre o erudito e o popular, sem desfiguração, reafirmando a idéia de que toda arte é sempre a universalização do popular. Com excepcional criatividade e talento, o QUINTETO VIOLADO, em seu disco de estréia, talvez nem sequer imaginasse que, muito mais que uma nova roupagem orquestradora, estava produzindo a semente de uma mudança no modo de sentir e expressar a música brasileira.
Já são 35 anos de trabalho, onde se intercalam pesquisas, espetáculos, discos, festivais e excursões internacionais. A saga do QUINTETO VIOLADO percorrendo o Brasil inspirado numa filosofia mambembe, desde o sul, com toda a sua influência nativista, até a Amazônia, onde os ritmos e sons da natureza falam mais alto, está hoje registrada em livro, vídeo e mais de 47 discos lançados no Brasil e no exterior.
Além da memória, fixada em mais de um milhão de quilômetros percorridos em estradas brasileiras, conquistando e despertando o interesse das mais variadas platéias, que representam a motivação maior para sua caminhada. Hoje, há um amadurecimento cultural e profissional do grupo, que se mantém dinâmico em seu trabalho e com a consciência crítica de que não se acomodou ou fez concessões aos modismos da indústria cultural. “



Acesse o site http://www.quintetoviolado.com.br/ e conheça muito mais desses gigantes da nossa cultura.



Além de eternizar músicas de outros compositores com versões criativas e inteligentes, como as de Luiz Gonzaga entre outros. A turma do Quinteto Violado também nos presenteia com composições próprias, que podem ser consideradas verdadeiras obras de arte, como estas:

Cavalo Marinho
Composição: Luciano Pimentel/Fernando Filizola


Vem meu boi bonito
Vem dançar agora
Já deu meia noite
Já rompeu a aurora
Cavalo marinho
Chega mais pra adiante
Faz uma misura
Pra toda essa gente
Cavalo marinho
dança no terreiro
Que a dona da casa
Tem muito dinheiro
Cavalo marinho
dança na calçada
Que a dona da casa
Tem galinha assada
Cavalo marinho
Já são horas já
Dá uma voltinha
E vai pro teu lugar

De uma noite de festa
Composição: Marcelo Melo/Fernando Filizola


Boa noite a todos
A minha chegada
Mestre e contra-mestre
cordães na madrugada
Saúdo os marujos
Dessa nau tão navegada
Vem trazendo Otolina
Com seu véu todo bordado
Lá pra frente morre o boi
A partilha é animada
Capitão já levou tudo
E o Mateus ficou sem nada
Deus lhe dê boa noite, dona
Boa noite-Deus lhe dê, ó sinhá dona
Vim passando pela mata
Do amazonas
Como vai, como passou sinhá dona
Deus lhe dê boa noite, dona







Mourão Voltado
Composição: Fernando Filizola e Luzimno Pimentel


O meu pai está mudado
Não quer nem ouvir meu pranto
E para meu grande espanto
Tomou o que tinha dado
Até dinheiro do pão
Que falta faz o feijão
Vou contar o resultado
Isso é que é Mourão Voltado
Isso é que é voltar mourão
Vou contar o resultado
Isso é que é Mourão Voltado
Isso é que é voltar mourão
O meu pai está lá dentro
De um buraco bem fundo
Tá devendo a todo mundo
Liso, sem nenhum trocado
Se não fosse a loteria
Na verdade, ainda estaria
De todo atrapalhado
Por conta desse meu canto
Tomou a minha viola
O que é que eu faço agora
Pra cantar nesse mercado
Todo mundo me pedindo
Pra cantar, mesmo mentindo
O que nunca havia cantado






Palavra Acesa
Composição: Fernando Filizola


Se o que nos consome fosse apenas fome
Cantaria o pão
Como o que sugere a fome
Para quem come
Como o que sugere a fala
Para quem cala
Como que sugere a tinta
Para quem pinta
Como que sugere a cama
Para quem ama
Palavra quando acesa
Não queima em vão
Deixa uma beleza posta em seu carvão
E se não lhe atinge como uma espada
Peço não me condene oh minha amada
Pois as palavras foram pra ti amada
Pra ti amada
Oh! pra ti amada
Palavra quando acesa
Não queima em vão
Deixa uma beleza posta em seu carvão
E se não lhe atinge como uma espada
Peço não me condene oh minha amada
Pois as palavras foram pra ti amada
Pra ti amada
Oh, pra ti amada
Pra ti amada



"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!"

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