sexta-feira, 30 de abril de 2010

Ubirandi O Timbaúba Da Feira De Sant'Ana



Como já disse aqui, os anos 80 foram ricos musicalmente para a minha cidade de Feira de Santana, nessa década surgiram expoentes da boa música que até hoje fazem música de qualidade, sempre divulgando a nossa Cultura Popular, sempre defendendo a nossa Brasilidade Brasileira do Brasil.
O homenageado de hoje do “Arte Do Meu Povo” tem tudo haver com isso, pernambucano da bela Timbaúba, graças a Deus, escolheu Feira para aportar e ficar. No registro trás o nome de Ubirandi, mas todos o conhecem como Timbaúba. Um dos grandes nomes do mundo artístico feirense. Infelizmente, nas minhas pesquisas, não encontrei nenhuma das belas letras compostas por esse cantador/poeta/compositor, em compensação achei uma matéria espetacular, que mostra quem é esse artista e essa pessoa digna de grandes homenagens, desenvolvida por Romildo em seu blog http://www.romildo.com/blog/?tag=timbauba, de lá retirei esse texto:




“Timbaúba é o nome artístico de Ubirandi de Albuquerque, 57, sendo 29 anos dedicados ao Banco do Brasil. O codinome do músico é homônimo à cidade pernambucana onde nasceu. A importância dessa região vai além do pseudônimo do artista. “A base da minha música são os ritmos nordestinos, pois representam o lugar onde vivo e toco”, conta, acrescentando que compõe xote, baião, coco e mais. O aposentado, que toca violão, viola de dez cordas, teclado e piano, lançou trabalhos independentes, participou de coletâneas e gravou com artistas populares brasileiros.
A relação de Timbaúba com a arte é vital para ele. “A música faz parte de minha vida como um alimento ou o ar que respiro. Não consigo ficar um dia sem cantarolar uma canção, escrever um verso ou aprender a tocar algo de um artista que gosto”, discorre. Nesta entrevista, o aposentado, que vive em Feira de Santana (BA), fala de sua experiência com a música.
Conte sobre parcerias com artistas tradicionais no Nordeste.
Gravei com nomes como os baianos Xangai, Ton Ton Flores e Carlinhos Marques e o mineiro Dércio Marques para meus trabalhos próprios. Também tenho músicas de minha autoria gravadas por artistas da Bahia, como Rá Nascimento, Neném do Acordeon, Gilton Della Cella, Pheka Jerusalém, Banda Gente Brasileira e Trio Elétrico Novos Bárbaros. Além deles, Cristina Amaral, de Recife, Zezé Motta, do Rio de Janeiro, Roberto Barbosa, de Maceió, entre outros gravaram minhas canções.
Como foram essas experiências?
Todos os artistas que gravaram minhas músicas decidiram interpretá-las depois de terem escutado as canções. Meu trabalho é independente e quando encontro oportunidade aproveito para divulgá-lo, mas nunca tive que pedir para as pessoas gravarem. Isso me enche de orgulho. Faço as músicas me inspirando em artistas como esses e quando recebo seus pedidos para gravar minhas composições, tenho um reconhecimento e sou motivado a continuar. A cantora e atriz Zezé Motta, por exemplo, gravou minha canção “Chave dos Segredos” depois de me ouvir tocá-la num evento com músicos nordestinos na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro (RJ).





Quais os títulos dos seus trabalhos?
Ainda na época do vinil, gravei Sonhos e Cristais, Caminhos do Litoral e Desafio Soberano. Já em CD, lancei Punhal de Desejo, Retinas, O Forró já Começou… e Rede na Varanda. Também participei com minhas músicas nas coletâneas Forró da Lua, Bahia de todos os Forrós, e em quatro edições (2000, 2002, 2004 e 2006) da série Banco de Talentos, gravada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Como conhecer seu trabalho?
Tenho alguns sites onde coloquei músicas para serem ouvidas gratuitamente, entre eles www.timbauba.palcomp3.com.br e a página do Clube Caiubi de Compositores .
Para contato e informações sobre como adquirir CDs de Timbaúba, o e-mail é: timbauba@rg3.net



Fonte: Previ
Comentário do BBlog(www.romildo.com/blog/?tag=timbauba): No período de 8 a 10 de novembro de 1985 realizou-se o Canto do Brasil 4 (4º. Festival Nacional da Canção Popular Brasileira dos Funcionários do Banco do Brasil, realização da Fenabb). O local era a AABB de Fortaleza, no Ceará. Eu estava lá, participando com uma música e um dos concorrentes era o Ubirandi de Albuquerque. Grande pessoa e grande artista, um abraço, Timbaúba!”




Conheça mais desse artista visitando o site www.timbauba.palcomp3.com.br ou ainda Clube Caiubi de Compositores,http://clubecaiubi.ning.com/profile/Timbauba




"E VIVA A DO MEU POVO!"

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Petrucio Amorim O Poeta Filho Do Dono



Já foram muitos nomes homenageados aqui. Nomes que fazem, ou fizeram, divulgam, ou divulgaram a nossa Cultura Popular, a nossa Brasilidade Brasileira do Brasil, com certeza muitos outros virão e serão homenageados. E nesse ambiente não poderia faltar o homenageado de hoje, Petrúcio Amorim, na minha opinião um dos grandes poetas da atualidade, poeta em forma de compositor , ou compositor em forma de poeta, tanto faz, o importante é que Petrúcio traduz em versos o sentimento, o jeito e o cotidiano do povo do nordeste.



Como faço sempre, busco pesquisar sobre o homenageado para não criar o que não existe, ou até mentir ou omitir fatos. Assim, procuro o que já está escrito sobre ele(a).Com o Petrúcio a pesquisa me levou até o seu site oficial http://www.petrucioamorim.com.br/ e foi de lá que retirei essas palavras:


“Petrúcio Antônio de Amorim, nasceu em Caruaru-PE, no bairro do Vassoural. Intuitivamente, aos nove anos de idade juntava sons e palavras e fazia suas primeiras canções. Com doze anos já sonhava tocar suas músicas nas emissoras locais.

O mundo é grande e o destino o espera
A devoção musical veio mesmo quando começou a participar dos festivais estudantis. Em 1979 participou do Segundo Encontro Latino Americano de Folclore, realizado na Sala de Cultura Luiza Maciel, em Caruaru. Petrúcio concorre com três musicas, com as quais vence o festival. Os prêmios foram entregues por Luiz Gonzaga (o Rei do Baião). A partir desta data tudo mudou quanto ao incentivo e elogios constantemente dados somente por amigos e admiradores. Sua primeira música gravada por Azulão (Confissão de um Nordestino), era o início da realização de um sonho.

Vôos do Menino do Vassoural
Em 1981, O Poeta Petrúcio conhece Jorge de Altinho que também começava sua carreira de intérprete e assinou duas músicas (Disfarce e Confidências) do Poeta do Vassoural em um LP naquele período. Músicas que até hoje embalam almas e corações quando tocadas em bares e casas de shows de todo o Nordeste.
Em 1983 mais outros sucessos embalam a música nordestina: Devagar ("Devagar que o santo é de barro...") e Lembranças ("era um tombo só feito o balanço do mar..."), também com Jorge de Altinho. As duas canções despertaram em Petrúcio Amorim o desejo de gravar um disco.
No ano seguinte, recebe um convite da Gravadora Polygram, do qual resultou o seu primeiro LP, com o título *Doce Pecado*, um trabalho cheio de inovações, com várias fusões musicais, misturando Rock com Xote, Afoxé com Baião, Toadas e Galopes com poesias carregadas de metáforas.
Em 1986 mais um trabalho é lançado, cujo titulo Forró, Frevo e Alegria leva Petrúcio a assumir sua carreira de intérprete, cantando e fazendo shows pelas cidades do interior Pernambucano. Mas o gosto pelas composições não parou. O ritmo do poeta segue, com o mesmo entusiasmo do menino do vassoural. Petrúcio compõe grandes sucessos com Novinho da Paraíba, dentre eles "Estrela Cadente" em 1987 e "Nem olhou pra mim" um ano mais tarde, que se tornaria sucesso em todo o Nordeste com Alcymar Monteiro.

Forró, Frevo Alegria...
E samba! Depois de vários forrós, notou que a tendência para o romântico e o samba não era tão difícil. Anos mais tarde, conhece Jorge Silva do Recife com quem compôs "Como posso te esquecer" e gravada por Augusto César, além de "Sanfoneiro bom" gravada por Leci Brandão. Outra ideal parceria deu-se com o compositor pernambucano Leonardo, com quem trabalhou belas canções, inclusive uma delas gravada com Fafá de Belem "Fiel como um cão".

Canta Nordeste
Petrúcio Amorim também participa de dois festivais. O Canta Nordeste (Festival realizado pela Rede Globo Nodeste), com a música Cidade Grande, defendida por Cristina Amaral, em 1991. Na época a canção fica em segundo lugar. Na edição de 1995, o Poeta do Vassoural conquista o primeiro lugar com a música MENINOS DO SERTÃO, em parceria com Maciel Melo e interpretada por Nadia Maia, posteriormente gravada por Zé Ramalho.
Cinco anos depois, Petrúcio grava mais um LP intitulado "Feito mel no melão". O feito é considerado mais uma grande experiência como intérprete e compositor. Entre as músicas que mais se destacam, a homenagem do poeta ao rei: O Rei nas estrelas, a Luiz Gonzaga.
Em 1991 Jorge de Altinho grava três musicas (Meu ex-amor, Foi bom te amar e Menino de rua), que repetem sucesso. Três anos depois, Petrúcio Amorim lança aquele que seria seu último LP, recheado de novas músicas e de canções que marcaram épocas. A obra eterniza o nome do compositor com "Meu Munguzá".

Cidadão do Recife
Em 2006 Petrúcio Amorim recebe da Cãmara de Municipal do Recife o título de Cidadão do Recife.

Homenagem da Força Aérea Brasileira
Em 2008 recebeu do II Comando Aéreo Regional, através do Brigadeiro Teles Ribeiro, a medalha Santos Dumont, que é dada as pessoas que têm relevante serviços prestados a Aeronáutica.
Petrúcio Amorim serviu a Aeronáutica do ano de 1978 a 1984.

DISCOS

O primeiro CD - Petrúcio Amorim 15 anos de Forró
O primeiro CD chega em 1995, com o título de Petrúcio Amorim 15 anos de Forró, contendo participações de alguns artistas da mídia pernambucana como Cristina Amaral, Leonardo e Maciel Melo. "Meu cenário" é uma das músicas do trabalho, que lhe renderia mais de 40 regravações. No mesmo ano Flávio José estoura com "Meu Munguzá" que virou "Tareco e Mariola".

São João Petrúcio Amorim
Em 1996 recebeu em sua terra natal, Caruaru, a grande homenagem na Capital do Forró o "São João Petrúcio Amorim", e de Flávio José o sucesso Filho do Dono, também de sua autoria.

Fim de Tarde
Dois anos mais tarde grava o CD Fim de Tarde que contém a regravação de Anjo Querubim, a música mais regravada de todo o seu repertório.

A Festa Do Forró
Uma das mais perfeitas obras do Poeta-Interprete é o CD A Festa Do Forró, disco lançado no ano 2000, em que reúne doze dos melhores intérpretes do nosso forró cantando seus grandes sucessos.

Bebendo da Fonte
No ano de 2001, o CD Bebendo da Fonte reúne obras suas e de parceiros como Acyolle Netto e Maciel Melo, gravado pela Somzoom. No mesmo ano mais uma alegria ao ter sua música Tareco e Mariola gravada por Chiclete com Banana.

Pra ficar com você
Em 2002 Petrúcio Amorim lança o CD Pra ficar com você recheado de novas e antigas canções, algumas delas parcerias com Jorge de Altinho e Rogério Rangel, cantando com os amigos Santanna, Nadia Maia e Augusto César. Também neste ano, Falamansa grava Confidências. Mais uma música em parceria com Jorge de Altinho.

Deus do Barro
No ano de 2004, seu 6º CD e décimo disco da carreira, Deus do Barro, homenageia um dos ícones maiores da cultura nordestina: O Mestre Vitalino, cantado por Valdir Santos, Marrom Brasileiro e Naná Vasconcelos.

Na boléia do Destinho
Gravado ao vivo no Teatro Santa Isabel, no Recife em 2006, esta é, sem dúvidas, a obra-prima do Poeta do Forró e vem para marcar os seus 25 anos de carreira. A gravação contou com a presença de vários parceiros musicais, tais como: Nádia Maia, Santanna, Cristina Amaral, Geraldinho Lins, Jorge de Altinho e Maciel Melo. Este grande momento gerou um CD e DVD ao vivo.

20 Super Sucessos
Em 2008 foi lançada a coletânea com os 20 maiores sucessos de Petrúcio Amorim pela gravadora Polydisc. Um resgate dos grande sucessos, com participações como Flávio José, Alcymar Monteiro, Dominguinhos, Cristina Amaral, Nádia Maia e Maciel Melo.

Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010
A música Filho do Dono é lançada no CD Nacional da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010.

Forró, Alegria do meu Povo
Em 2010 Petrúcio Amorim lança seu mais novo disco, que é um resgate do autêntico forró desde os anos 70 até a atualidade. Nela há uma viagem por obras de grandes artistas que marcaram época.

Por entre os becos da vida
Esse é o Poeta Petrúcio Amorim, um poeta que trata os seus pelo mesmo adjetivo, mas o seu trabalho não nega o legado. São quatro LPs, oito CDs, um DVD e mais de 200 músicas gravadas. Em média cinqüenta sucessos e dezenas de intérpretes cantando as músicas por todo o Brasil, embalando corações e almas, interpretando e compondo canções que falam da vida e principalmente da nossa gente, da nossa terra.

PRINCIPAIS CANÇÕES: Confidências, Devagar, Lembranças, Estrela Cadente, Nem olhou pra mim, Como posso te esquecer, Menino de rua, Fiel com um cão, Cidade grande, Forró Brasileirinho, Meu ex-amor, Tareco e Mariola, Anjo Querubim, Filho do Dono, Meu Cenário e muitas outras.

OS MAIORES INTÉRPRETES: Dominguinhos, Falamansa, Jorge de Altinho, Marinês, Trio Nordestino, Azulão, Alcymar Monteiro, Novinho da Paraiba, Cristina Amaral, Augusto César, Assisão, Leonardo, Elson, Flávio José, Leci Brandão, Fafá de Belém, José Augusto, Razão Brasileira, Elba Ramalho, Zé Ramalho e Chiclete Com Banana.”




Conheça mais Petrúcio Amorim acesse http://www.petrucioamorim.com.br/



São muitas as coisas boas produzidas por Patrúcio Amorim, abaixo estão algumas pra você se deliciar com os versos geniais desse Poeta Nordestino.




Anjo Querubim
(Petrúcio Amorim)


Fiz você pra mim
Meu brinquedo
Meu anjo querubim
Meu segredo
Guardado só pra mim
Meu amor mais louco

Até de tanto amar
Fiz também algo
Pra gente ninar
Uma criança
Pra gente adorar
Tudo no sufoco

E você não gosta mais de mim
Vem dizer que eu não soube dar amor
E achar que a vida é mesmo assim
Cada um leva o barco sofredor

Meu baião
Coração
Arranca essa dor do meu peito pra eu não chorar
Meu baião
Coração
Arranca essa dor do meu peito pra eu não chorar

Comprei sururu, camarão
Fiz batida de caju
Dancei rumba e até maracatu
Pra te fazer feliz
Fui até Natal
Salvador, Paraíba, Bacabal
Em Belém você quase passou mal
E eu te fiz feliz

E você não gosta mais de mim
Vem dizer que eu não soube dar amor
E achar que a vida é mesmo assim
Cada um leva o barco sofredor





Cidade Grande
(Petrúcio Amorim)


Cidade grande chaminé de gasolina
Foi minha sina nos teus braços vir parar
Tua grandeza me levou a um delírio
Feito um colírio clareando meu olhar
Cidade grande paraíso da loucura
Quem te procura feito vim te procurar
Sofre um bucado pra entender o teu mistério
Falando sério foi difícil acustumar

Cidade grande moça bela (bis)
Tu tens o cheiro da ilusão
Quem passou na tua janela
Já conheceu a solidão

Teu movimento comparei ao um formigueiro
De tão ligeiro eu comecei a imaginar
Meu Deus do céu como é que a felicidade
Nesta cidade acha um espaço pra morar
Minha tristeza rejeitou tua alegria
Num belo dia quando pude perceber
Que o progresso e que faz do teu dinheiro
Um cativeiro onde se mata pra viver

Cidade grande ... (bis)

Quando eu olhei a água preta do teu rio
Um calafrio me subiu ao coração
Fiquei com medo de algum dia o oceano
Achar um plano e se vingar na traição
Cidade grande se tu fosses minha um dia
Eu te mostraria como a abelha faz o mel
Mas quem sou eu apenas um simples poeta
Que vê a vida com os olhos para o céu.






Confidências
(Petrúcio Amorim / Jorge de Altinho)


Tenho
Um segredo menina
Cá dentro do peito
Que a noite passada
Quase que sem jeito
Vem do a madrugada
Eu ia revelar

Quando
um amor diferente
Tava nos meus braços
Olhei pro espaço
E vi lá no céu
Uma estrela cadente
Se mudar

Eu lembrei
Das palavras doces
Que um dia falei
Pra alguém
Que tanto, tanto
Me amou
Me beijou
Como ninguém

Que flutuou
Nos meus braços
Entrou
Nos meus planos
E nossos segredos
Confidenciamos
Sem hesitar......



Dois Rubis
(Petrúcio Amorim)


É isso ai minha amiga
Você arrasa minha vida
Acende o meu coração
Seu corpo quando me aquece
Eu sinto até que parece
Ter o calor de um vulcão
Desculpe minha companheira
Parece até brincadeira
De tanto que sou feliz
Pois quando sinto seu beijo
Meus olhos cá de desejo
Brilham que nem dois rubis

O amor fez tanto volume
Que às vezes sinto ciúmes
Se tu demora a chegar

Eu já pedi para a lua
Pra clarear toda rua
Quando tu fores passar

Você tem tudo que eu gosto
Você me faz tão feliz

Pois quando eu sinto seu beijo
Meus olhos cá de desejo
Brilham que nem dois rubis.







Filho do Dono
(Petrúcio Amorim)


NÃO SOU PROFETA
NEM TÃO POUCO VISIONÁRIO
MAS O DIÁRIO DESSE MUNDO
TÁ NA CARA
UM VIAJANTE NA BOLEIA DO DESTINO
SOU MAIS UM FIO
DA TESOURA E DA NAVALHA

LEVANDO A VIDA
TIRO VERSOS DA CARTOLA
CHORA VIOLA
NESSE MUNDO SEM AMOR
DESIGUALDADE
RIMA COM HIPOCRISIA
NÃO TEM VERSO NEM POESIA
QUE CONSOLE O CANTADOR
A NATUREZA NA FUMAÇA SE MISTURA
MORRE A CRIATURA
E O PLANETA SENTE A DOR

O DESESPERO
NO OLHAR DE UMA CRIANÇA
A HUMANIDADE
FECHA OS OLHOS PRA NÃO VER
TELEVISÃO
DE FANTASIA E VIOLÊNCIA
ALIMENTA O CRIME
CRESCE A FOME DO PODER

BOI COM SEDE (BIS)
BEBE LAMA
BARIGA SECA
NÃO DA SONO
EU NÃO SOU DONO DO MUNDO
MAS TENHO CULPA
PORQUE SOU FILHO DO DONO



Meu Cenário
(Petrúcio Amorim)


Nos branços de uma morena
Quase morro um belo dia
Inda me lembro meu cenário de amor
Um lampião aceso
Um guarda-roupa escancarado
Um vestidinho amassado
Debaixo de um batom
Um copo de cerveja
E uma viola na parede
E uma rede convidando a balançar
No cantinho da cama,
Um rádio a meio volume,
Um cheiro de amor
E de perfume pelo ar
Numa esteira,
O meu sapato pisando o sapato dela
Em cima de cadeira
Aquela minha bela sela
Ao lado do meu velho alforge
De caçador
Que tentação!
Minha morena me beijando
Feito abelha
E a lua malandrinha
Pela brechinha da telha
Fotografando meu cenário
De amor.






Nem Olhou Pra Mim
(Petrúcio Amorim / Alcymar Monteiro )


Ela nem olhou pra mim
Ela nem olhou pra mim
Passei horas no espelho
Me arrumando o dia inteiro
E ela nem olhou pra mim

Como quem guarda lembrança
Abracei a esperança
Confiei no grande amor

Esperei o dia inteiro
Tomei até banho de cheiro
Parecendo um sonhador

Quando a vi na euforia
Coração de alegria
Vibrou mais que um bandolim

Chegou feita uma princesa
Coroada de beleza
Nem se quer olhou pra mim.







Tareco e Mariola
(Petrúcio Amorim)


Eu não preciso de você,
o mundo é grande o destino me espera,
não é você que vai me dar na primavera
as flores lindas que sonhei no meu verão.

Eu não preciso de você,
já fiz de tudo pra mudar meu endereço,
já revirei a minha vida pelo avesso,
juro por Deus , não encontrei voce mais não.

Cartas na mesa ,
bom jogador conhece o jogo pela regra ,
não sabes tu que já tirei leite de pedra,
só pra te ver sorrir pra mim não chorar.

Você foi longe,
me machucando provocou a minha ira,
só que eu nasci entre o velame e a macambira,
quem é você pra derramar meu munguzá

Eu me criei
ouvindo o golpe do martelo na poeira,
ninguém melhor que mestre Osvaldo na madeira,
com sua arte criou muito mais de dez.

eu me criei
matando a fome com tareco e mariola,
fazendo versos dedilhados na viola
por entre os becos do meu velho vassoural.





"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!"

terça-feira, 27 de abril de 2010

Chico Teixeira, Sangue Novo Na Cultura Popular



O homenageado de hoje do nosso “A Arte Do Meu Povo!” é um sangue novo na nossa Cultura Popular Brasileira. Mas nem por isso tem pouca experiência, filho de um dos grandes nomes da chamada música raiz( e já homenageado aqui) Renato Teixeira, Chico Teixeira vem conquistando, graças a Deus, seu espaço nesse mundo da Cultura Brasileira, com um talento imenso como cantador e compositor.



Infelizmente não encontrei nenhuma das letras/poéticas escritas por Chico. Mas aconselho você a conhecer mais de Chico Teixeira acessando o site http://www.myspace.com/chicoteixeira , inclusive ouvi-lo, foi de lá que retirei o seguinte texto:



“Cantor e compositor, Chico Teixeira representa a nova geração da música Folk Brasileira. O rapaz foi apresentado ao público em 1998 no CD "O novo amanhece", de Zé Geraldo e Renato Teixeira. Chico tocou em muitos bares na noite paulistana. Participou dos projetos Prata da Casa, Novo Canto, Caipira ou Sertanejo, Semana Mazaropi em Taubaté, todos promovidos pelo Sesc. Em 2002 lança seu primeiro CD, produzido por ele mesmo, gravado voz e violão. O material hoje é raro. Em 2003 é efetivado na banda de Renato Teixeira, viajando o Brasil todo se apresentou em palcos consagrados como Palácios das Artes, em BH, Canecão, Rio de Janeiro, Auditório do Ibirapuera em São paulo. A música de Chico tem fortes influências do violão Folk, da viola caipira e de Poesia. Teixeira vem nos contando e cantando com sabedoria, a realidade de seu tempo. " Fui criado numa família de músicos, rodeado de versos e violões, minha casa vive cheia de músicos e compositores. Ví muitas canções sendo feitas, levar adiante essa alegria, é meu maior objetivo." Chico Teixeira. Um novo compositor na estrada!”



Não esqueça acesse http://www.myspace.com/chicoteixeira e conheça mais de Chico Teixeira, você não vai se arrepender!



"E Viva A Arte Do Meu Povo!"

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Wilson Aragão Um Filósofo Da Cultura Popular



O homenageado de hoje do “A Arte Do Meu Povo!” é uma pérola encrustada no sertão baiano. Wilson Aragão, é um Poeta/ Compositor/Cantador/ Filósofo da Cultura Popular Brasileira, Nordestina e Baiana.



O WIKIPÉDIA traz as seguintes palavras sobre Wilson :



Wilson Oliveira Aragão (25 de abril de 1950) é um cantor e compositor brasileiro. Com 20 anos de carreira, 04 (quatro) CD's gravados, participação de várias coletâneas, autor de sucessos como “Capim-Guiné”, gravada por Raul Seixas e Tânia Alves e “Guerra de Facão” gravada por Zé Ramalho, Falcão, Antonio Rocha e outros artistas brasileiros.
Nascido na cidade de Piritiba/BA, no sertão baiano, começou cantando na adolescencia em corais de igreja e de colégio. Mais tarde ganhou o mundo: São Paulo, Salvador, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Pará e outros estados, fazendo shows e divulgando seus trabalhos em rádios e televisões.
A sua música fala, principalmente, do homem do campo, suas lutas e anseios, seus amores e dissabores. Seus ritmos passeiam por baladas, xotes, martelos, galopes e canções.
Tem como Pátria o sertão baiano, inspiração do seu cancioneiro, sempre voltado para a dignidade, humildade e sapiência do sertanejo. Aragão já faz parte do grande São João e cantorias pelos sertões nordestinos, tornando-se parte da vida poética da Bahia.
Em seu vasto trabalho, já teve parcerias com grandes nomes da música brasileira, dentre esses nomes está o do inesquecível Raul Seixas com a canção Capim Guiné, título do seu primeiro disco, hoje em CD.
Este poeta-cantador, faz as suas andanças, sempre irreverente, levando consigo vários "causos" que, sempre bem contados, despertam, no povo, o sentido alegre da vida após um dia de batalha e é respeitado por todos os cantadores pela grande luta por uma música de qualidade.”




Veja algumas das pérolas de Wilson Aragão:



Capim-guiné
compositores: Wilson Aragão/Raul Seixas


Plantei um sítio no sertão de Piritiba
Dois pés de pindaíba, caju, manga e cajá
Peguei na enxada como pega o catingueiro
Fiz aceiro, botei fogo, vá vê como é que tá
Tem abacate, jenipapo, bananeira,
Milho verde, macaxeira cuma diz no Ceará
Cebola, coentro, andu, feijão de corda
Vinte porco na engorda, inté gado no currá
Com muita raça fiz tudo aqui sozinho
Nem um pé de passarinho veio a terra semear
Agora veja cumpade a safadeza
Começou a marvadeza, todo bicho vem pra cá

Num planto capim-guiné prá boi abaná rabo
Tô virado no diabo, tô retado com você
Tá vendo tudo e fica aí parado
Com cara de veado que viu o caxinguelê

Sussuarana só fez perversidade
Pardal foi pra cidade piruá minha saqué, qué qué
Dona raposa só veve na mardade
Me faça a caridade, se vire e dê no pé
Sagui trepado no pé da goiabeira
Sariguê na macaxeira, tem inté tamanduá
Minhas galinha já num fica mais parada
E o galo de madrugada tem medo de cantá

Num planto capim-guiné pra boi abaná rabo
Tô virado no diabo, tô retado com você
Tá vendo tudo e fica aí parado
Com cara de veado que viu o caxinguelê






O Filósofo E O Jegue
Compositor: Wilson Aragão


Me apaixonei por uma bruxa tão banguela
que no fundo da panela
não nasceu um pé de arroz
xinguei meu gato: "urubu da boca mole"
o dentista quase engole
A jaca dura
e o alicate de nós dois
da mariente dei bananas astronautias
urienei todas ribaltas
que o meu jegue não mordeu
eu via lua debruçar-se em gargalhada
minha lua é uma coalhada
que o gerente não comeu

quen, quen, quen, quen, quen

Cachaça errada éu um pirulito de madame
faca cega no salame
dar um coice no perdão
o lobisomem é meu velho e meu xerife
vou rimar como o nosso chifre
vou varrer do apartamento
essa palavra solidão
de azul e branco fiz meu sonho de domingo
com baralho dama e bingo
mas ninguém pode jogar
se não olharem minha lua, tão airosa
a poesia escandalosa ninguém mais vai vomitar

quen, quen, quen, quen, quen

Os senadores capengando um pau-de-arara
futuquei com a minha vara
uma nuvem lá no céu
caiu Regan, cabôclo Ritle, Margarete
mocotó com espagate
rapadura e um canivete
nós cumeu foi no chapéu
comi sabão com guardanapo e com goiaba
prato esperto que pirava meu pisquiatra Béu
comi alua com um copo de memória
me escondi dentro da história
no meu Morro do Chapeú

quen, quen, quen, quen, quen


Tanajura
compositor:Wilson Aragão


-Galinha gorda...
-Gorda ela é...
-Assada ou cozida?
-Do jeito que vier...
-Pra cima ou pra baixo?
-Pra cima...
-Então é 1...é 2...é 3...e já!

Eu me lembro com saudades dos meus tempos de ternura, quando eu era criaça que pegava tanajura.

Cai, cai tanajura na panela da gordura!
Cai, cai tanajura na panela da gordura!

As crianças pelo parque, correm correm sem parar, mas no lugar da tanajura com a arma vão brincar.
As crianças do inversos eu dedico com ternura essa canção de amor que se chama Tanajura.

Cai, cai tanajura na panela da gordura!
Cai, cai tanajura na panela da gordura!

Pode brincar...todo mundo!

Devagarinho, quando caia na panela da gordura, um palito eu enfiava na bunda da tanajura.


Cai, cai tanajura na panela da gordura!
Cai, cai tanajura na panela da gordura!

Mais aqueles velhos tempos hoje já não voltam mais, é que são outras tanajuras que do céu agora caem.


Cai, cai tanajura na panela da gordura!
Cai, cai tanajura na panela da gordura!

Eu juro! Tu juras! Nós juramos! Vóis jurais!
Elas não aguentam mais!


Cai, cai tanajura na panela da gordura!
Cai, cai tanajura na panela da gordura!





Seu Prefeito
Compositor:Wilson Aragão


Seu prefeito eu cá vim te cobrar um modesto favô
já fussei quase todo buraco sem vê o sinhô
o sinhô tá lembrado da hora da vossa inleição
a promessa da nossa panela num farta feijão

Um monumento lá na praça nova eu já vi já botá
o seu fio que vagabundava eu já vi trabaiá
mas a minha família de sete já passa de dez
gabiroba eu num posso comprá eu num tenho min réis

Topo inté ô
matá jararaca, cascavé cascavé, jaracussu
jacaré, ô eu dô de tapa

Inxelença tu pode dá jeito na situação
eu num posso deixá essa terra, num vô deixá não
me disponho da vossa vontade eu não quero sabê
topo tudo que fô da vontade de vossa mecê

Topo inté ô
matá jararaca, cascavé cascavé, jaracussu
jacaré, ô eu dô de tapa

Inxelença tu pode dá jeito na situação


Vou-me Embora Pra Tapiramutá
compositor: Wilson Aragão


Quando eu quis cultivar o nosso amor
Descobri que eu estava tão sozinho
Que o meu coração se fez caminho
Ao refúgio do meu interior
Um abraço, até logo Salvador,
Eu preciso de tempo pra pensar
Na saudade, nas noites de luar
Você não entendeu meu sentimento
Nem que seja no lombo de um jumento
Vou-me embora pra Tapiramutá

Ê saudade, ê saudade
Ê saudade, ê saudade

Este filho de um anjo com uma escrava
É a marca do sol no seu caminho
A ternura no colo do carinho
Afagando no berço a solidão
Para ser cada passo da canção
Pro meu ombro você poder sonhar
E depois, bem baixinho, me acordar
E ajudar a construir meu pensamento
Nem que seja no lombo de um jumento
Vou-me embora pra Tapiramutá

Ê saudade, ê saudade
Ê saudade, ê saudade

Quando a lua clareia nossa estrada
Quando a grota mergulha na poesia
Quando a nossa canção na noite fria
Quando somos o amor da madrugada
Quando a hora maior, mais esperada
Nessa hora eu quero te abraçar
Nesse dia eu quero gargalhar
Um sorriso de Deus no firmamento
Nem que seja no lombo de um jumento
Vou-me embora pra Tapiramutá

Ê saudade, ê saudade
Ê saudade, ê saudade





Jardelino Satanás
compositor:Wilson Aragão



Se voismecê pernoitá no mira-serra
E iscutá uma curuja no teiado
Um miado de gato amedronhado
Um gemido de porco no chiqueiro
Se sentir que tem gente no terreiro
Não se avexe, voismecê foi batizado
Se fifó apagou não sou culpado
Nós estamos no mês de fevereiro
Por aí vem chegando um carpinteiro
De martelo, serrote e bicicreta
Visitá mariquinha predileta
Satanás vai muntado em sua contra-pedá

Vixe Maria, é lua cheia e o curujão cantou

Piritiba já conta outra história
Jardelino passou na fechadura
A surpresa da esposa desventura
Seu marido deitado do seu lado
Jardelino é um bicho respeitado
Que conhece de cor São Cipriano
Fez um chá com as barbas de um bichano
Já dormiu numa estranha sepultura
Nas profundas mandou na prefeitura
Exalou nos bigode de uma turma
Quem tem medo e se mele que não durma
Satanás vai muntado em sua contra-pedá

Vixe Maria, é lua cheia e o curujão cantou

Jardelino tem uns zóio apertado
Mas enxerga pra mais de 10 quilome
Tem quem diga que o homem é lobisome
Mas que vire esse bicho eu não agaranto
Eu não vivo essas coisas que eu não canto
Mas nos causo de Vera que se espicha
Jardelino ofendido pela bicha
Fez com reza rolar, jogou num canto
Ferro doido chamou por todo santo
Pra Jardel esse caso num foi nada
Lá se vai pedalando pela estrada
Satanás vai muntado em sua contra-pedá

Vixe Maria, é lua cheia e o curujão cantou

Em mato que paca anda, tatu caminha dentro
Sapo pula e rã caminha
Em mato que paca anda, tatu caminha dentro
Jardelino Satanás é cheio de arenguetegue
É cheio de arenguetengue
É cheio de arte






"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!"

domingo, 25 de abril de 2010

Cultura Popular Pura É Quinteto Violando



O Homenageado de hoje do “A Arte Do Meu Povo” , não é um artista, são cinco. Cinco maravilhosos músicos que compõem um dos grupos mais tradicionais da nossa música brasileira, representantes fiéis da Cultura Popular desde a década de 70, estou falando do Quinteto Violado.



Para falar do Quinteto Violado busquei informação na fonte mais segura que encontrei o próprio site do grupo http://www.quintetoviolado.com.br/ e foi lá que encontrei o seguinte:

“Em 1971 surgiu em Pernambuco um grupo musical que traçava um novo caminho para a MPB. Diante da indecisão no cenário da música nacional, após a irrupção do movimento tropicalista, o QUINTETO VIOLADO apresentava uma proposta fundamentada nos elementos musicais da cultura regional, através de trabalhos de pesquisa e da própria vivência de cada um dos seus integrantes, originários da região Nordeste do Brasil.
Conseguindo extrair das mais simples manifestações populares a sua essência rítmica e melódica, o Grupo criou uma nova concepção musical, cujo traço fundamental é a interação entre o erudito e o popular, sem desfiguração, reafirmando a idéia de que toda arte é sempre a universalização do popular. Com excepcional criatividade e talento, o QUINTETO VIOLADO, em seu disco de estréia, talvez nem sequer imaginasse que, muito mais que uma nova roupagem orquestradora, estava produzindo a semente de uma mudança no modo de sentir e expressar a música brasileira.
Já são 35 anos de trabalho, onde se intercalam pesquisas, espetáculos, discos, festivais e excursões internacionais. A saga do QUINTETO VIOLADO percorrendo o Brasil inspirado numa filosofia mambembe, desde o sul, com toda a sua influência nativista, até a Amazônia, onde os ritmos e sons da natureza falam mais alto, está hoje registrada em livro, vídeo e mais de 47 discos lançados no Brasil e no exterior.
Além da memória, fixada em mais de um milhão de quilômetros percorridos em estradas brasileiras, conquistando e despertando o interesse das mais variadas platéias, que representam a motivação maior para sua caminhada. Hoje, há um amadurecimento cultural e profissional do grupo, que se mantém dinâmico em seu trabalho e com a consciência crítica de que não se acomodou ou fez concessões aos modismos da indústria cultural. “



Acesse o site http://www.quintetoviolado.com.br/ e conheça muito mais desses gigantes da nossa cultura.



Além de eternizar músicas de outros compositores com versões criativas e inteligentes, como as de Luiz Gonzaga entre outros. A turma do Quinteto Violado também nos presenteia com composições próprias, que podem ser consideradas verdadeiras obras de arte, como estas:

Cavalo Marinho
Composição: Luciano Pimentel/Fernando Filizola


Vem meu boi bonito
Vem dançar agora
Já deu meia noite
Já rompeu a aurora
Cavalo marinho
Chega mais pra adiante
Faz uma misura
Pra toda essa gente
Cavalo marinho
dança no terreiro
Que a dona da casa
Tem muito dinheiro
Cavalo marinho
dança na calçada
Que a dona da casa
Tem galinha assada
Cavalo marinho
Já são horas já
Dá uma voltinha
E vai pro teu lugar

De uma noite de festa
Composição: Marcelo Melo/Fernando Filizola


Boa noite a todos
A minha chegada
Mestre e contra-mestre
cordães na madrugada
Saúdo os marujos
Dessa nau tão navegada
Vem trazendo Otolina
Com seu véu todo bordado
Lá pra frente morre o boi
A partilha é animada
Capitão já levou tudo
E o Mateus ficou sem nada
Deus lhe dê boa noite, dona
Boa noite-Deus lhe dê, ó sinhá dona
Vim passando pela mata
Do amazonas
Como vai, como passou sinhá dona
Deus lhe dê boa noite, dona







Mourão Voltado
Composição: Fernando Filizola e Luzimno Pimentel


O meu pai está mudado
Não quer nem ouvir meu pranto
E para meu grande espanto
Tomou o que tinha dado
Até dinheiro do pão
Que falta faz o feijão
Vou contar o resultado
Isso é que é Mourão Voltado
Isso é que é voltar mourão
Vou contar o resultado
Isso é que é Mourão Voltado
Isso é que é voltar mourão
O meu pai está lá dentro
De um buraco bem fundo
Tá devendo a todo mundo
Liso, sem nenhum trocado
Se não fosse a loteria
Na verdade, ainda estaria
De todo atrapalhado
Por conta desse meu canto
Tomou a minha viola
O que é que eu faço agora
Pra cantar nesse mercado
Todo mundo me pedindo
Pra cantar, mesmo mentindo
O que nunca havia cantado






Palavra Acesa
Composição: Fernando Filizola


Se o que nos consome fosse apenas fome
Cantaria o pão
Como o que sugere a fome
Para quem come
Como o que sugere a fala
Para quem cala
Como que sugere a tinta
Para quem pinta
Como que sugere a cama
Para quem ama
Palavra quando acesa
Não queima em vão
Deixa uma beleza posta em seu carvão
E se não lhe atinge como uma espada
Peço não me condene oh minha amada
Pois as palavras foram pra ti amada
Pra ti amada
Oh! pra ti amada
Palavra quando acesa
Não queima em vão
Deixa uma beleza posta em seu carvão
E se não lhe atinge como uma espada
Peço não me condene oh minha amada
Pois as palavras foram pra ti amada
Pra ti amada
Oh, pra ti amada
Pra ti amada



"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!"

sábado, 24 de abril de 2010

Maciel Melo Um PoetaCantador Da Nossa Cultura Popular!!



Maciel Melo, esse é outro dos grandes nomes da nossa Cultura Popular e merece ser homenageado. Cantador de mão cheia, compositor/poeta de primeira e um apaixonado por tudo que é nosso. Por tudo isso ele é o homenageado de hoje do “A Arte Do Meu Povo!”.



Para saber mais sobre Maciel não existe lugar melhor do que o sitre oficial dele http://www.macielmelo.com.br/ e foi lá que encontrei essas palavras:




“Na entrada de Iguaraci, cidade do sertão pernambucano, a 363 km do Recife, uma placa avisa orgulhosamente: Está é a terra de Maciel Melo. Uma justa homenagem ao mais completo compositor de forró em atividade no Nordeste.
Aos 47 anos, completados em 26 de maio de 2009, Maciel Melo já entrou na história da música nordestina com o clássico Caboclo Sonhador, sucesso com Flávio José, com Fagner. Virou uma referência para onde se voltam tantos cantores do gênero, que vivem na região, ou os que emigraram para o Sul Maravilha. Xangai, Santanna, os citados Flávio José e Fagner, Zé Ramalho, Elba Ramalho (que conseguiu um de seus maiores sucessos juninos com Que nem vem-vem, em 1991).

O primeiro disco de Maciel Melo, lançado às duras penas em 1989, um bolachão de vinil, chama-se Desafio das Léguas. Já na estréia o artista sabia que a caminhada não seria fácil. Um disco ousado para um desconhecido. Desafio das Léguas (que está por merecer um relançamento em CD) tem participações de Vital Farias, Xangai, Dominguinhos, e Décio Marques. Como esses medalhões da música dos sertões foram parar num LP de um novato? Elementar, talento reconhece talento. Eles gostaram, de cara, das canções que Maciel lhes mostrou.
Porém havia uma longa estrada e riscos a enfrentar. Maciel Melo enfrentou a longa e tortuosa estrada do sucesso, desafiou e venceu os obstáculos que encontrou ao longo da jornada, e chega vitorioso ao nono disco, O Solado da Chinela (VS Music).

O Solado da Chinela, a música foi inspirada, acreditem, num par de chinelos velhos, daqueles bem surrados e confortáveis, testemunha de muitas histórias. O segredo do bom criador está na argúcia de vislumbrar o universo nas pequenas coisas desdenhadas pela maioria das pessoas. Basta lembrar o épico que Zé Dantas, nascido em Carnaíba, mesma região em que nasceu Maciel Melo, criou a partir do humilde riacho do Navio.
O Solado da Chinela, o disco, mostra o artista que chega aos 40 anos, não apenas como um melodista engenhoso e letrista preciso, mas também um grande cantor, e não só de suas próprias composições. Neste disco Maciel Melo faz releituras de O Menino e os Carneiros, de Geraldinho Azevedo e Carlos Fernando, Fuxico, de Dinho Oliveira,
Flor mulher, de Aracílio Araújo e Pinto do Acordeon, e Serrote Agudo, de José Marcolino (interpretada da forma como foi composta originalmente, antes de Luiz Gonzaga grava-la, um aboio, a capella), e conta com a participação do poeta popular Chico Pedrosa, em Pingo d'água, faixa que encerra o disco.

O que diferencia Maciel Melo de forrozeiros que se jactam de fazer o "autêntico" forró pé-de-serra, é, primeiro: ele não alarda que faz forró pé-de-serra, porque o faz tão naturalmente que não carece justificar isso. Segundo: porque, sertanejo, aprendeu com o pai, Heleno Louro, ou Mestre Louro, tocador de sanfona de 120 baixos, que o autêntico forró pé-de-serra não se limita à sanfona, zabumba e triângulo (um formato somente definido nos anos 40 por Luiz Gonzaga). Vale-se também violão com baixaria, sopros, cavaquinho e até banjo. Jackson do Pandeiro também sabia disso, na dúvida, ouçam seus discos dos anos 60. E por ser tão autenticamente sertanejo Maciel Melo não dispensa a guitarra elétrica, nem de reverenciar a nova música urbana do litoral, em o Coco da Parafuseta, no qual, entre citações a
Naná Vasconcelos, Rogê, Lula Queiroga, o Véio Mangaba, lembra Jacinto Silva (Coco em M), e Zé do Norte (Meu Pião).

E em O Solado da Chinela, Maciel Melo está, como sempre, muito bem acompanhado. Ao longo do disco, Spok vai esbanjando virtuosismo. Ouçam por exemplo o arraso de sax soprano do maestro em Flor mulher (além de Spok, arrasam Genaro, Quartinha, Bozó, João Neto, Zé Mário, Toninho Tavares, Juninho de Garanhuns, Vanutti, todos cobras criadas. E palmas para o coro formado por Rosana Simpson, Valkyria e Nena Queiroga).

Mas não é só a instrumentação que marca o disco trabalho de Maciel Melo. A temática de suas letras é fundamental para a continuidade do forró que teve as bases assentadas por Gonzagão. Em Maciel estão tanto as alegrias e desventuras do amor ("Vem dançar no meu terreiro/Vem brincar nesse salão/O meu amor é puro e verdadeiro/Me tornei um bandoleiro/Pra roubar seu coração", Bandoleiro), o lúdico ("Depois que inventaram a luz elétrica/Agora inventaram o apagão/Pode desligar essa molesta/Que forró só presta na base do lampião", de Forró do candeeiro), a poesia dos repentistas ("Eu quero pedir licença/Pros senhores dessa sala/Pra registrar minha fala/Dizendo um verso de amor/Sou um cantador/me casei com a saudade/Namorei a liberdade/Dei meia volta na dor", de Minha Fala, parceria de Maciel com Nico Batista. ). E por fim, mas não menos importante, o forró de Maciel Melo é feito pra dançar. O Solado da Chinela não precisa de adjetivos. Aqui não tem nada de forró pé-de-serra de ocasião, universitário da moda, moderno produzido em linha de montagem. É simplesmente atemporal, como toda grande música que se preze.

por José Teles, jornalista e escritor “



Meninos do Sertão
(Maciel Melo e Petrúcio Amorim)


Quando me lembro dos meninos do Sertão
Olho pro céu e vejo eu entre os pardais
Catando estrelas, desenhando a solidão
Ouvindo estórias de fuzis e generais
Lembrando rezas que aprendi no juazeiro
Que um violeiro me ensinou numa canção
Bebendo sonhos era assim o meu destino
Mais um menino na poeira do Sertão

Quando me lembro dos meninos do Sertão
Beijando flores era eu em meu jardim
Qual borboletas bailarinas de quintais
E um arco-íris de esperança só pra mim
E a liberdade feito um pássaro de seda
Voava alto nos planos de menino
Nas travessuras imitava os meus herois
Luiz Gonzaga, Lampião e Vitalino

Quando me lembro dos meninos do Sertão
Vejo Hiroshima nos olhares infantis
Vejo a essência da desigualdade humana
Num verdadeiro calabouço dos guris
Meu coração bate calado enquanto choro
A Deus imploro mais carinho e atenção
Tirai a canga do pescoço dessa gente
Que só precisa de amor, trabalho e pão

Adeus meu carro de boi
Adeus pau de arara
No ano 2000 que mal virá
Cola, Carandirú, Candelária
Quando isso vai parar
Será que será sempre assim
Será que assim sempre será


A Lavadeira
(Maciel Melo e Rogério Rangel)


Ê lavadeira cantou
No riacho na beira
Lavadeira cantou só pra mim
Ê lavadeira me espera
Que o meu canto sem eira
Nem beira também
Anda triste assim

Na correnteza do rio
A espuma se espalha
Lavando o fio da malha
Que a lavadeira esfregou
Estendendo o seu amor
Num belo e largo sorriso
Muito mais do que preciso
Pra quarar a sua dor

Ê lavadeira cantou
No riacho na beira
Lavadeira cantou só pra mim
Ê lavadeira me espera
Que o meu canto sem eira
Nem beira também
Anda triste assim

Enquanto isso na tarde
O sol vai secando as águas
Queimando os restos de mágoas
Pendurados no suor
E a natureza bonita
Sorridente se esbanja
No capim faz uma franja
Pro rosto do criador

Ê lavadeira cantou





Caboclo Sonhador
(Maciel Melo)


Sou um caboclo sonhador
Meu senhor, viu?
Não queira mudar meu verso
Se é assim não tem conversa
E meu regresso para o brejo
Diminui a minha reza.
Um coração tão sertanejo
Vejam como anda plangente o meu olhar
Mergulhado nos becos do meu passado
Perdido na imensidão desse lugar
Ao lembrar-me das bravuras de Nenem
Perguntar-me a todo instante por Baía
Mega e Quinha como vão? tá tudo bem?
Meu canto é tanto quanto canta o sabiá
Sou devoto de Padim Ciço Romão
Sou tiete do nosso Rei do Cangaço
E em meu regaço fulminado em pensamentos
Em meu rebento sedento eu quero chegar
Deixem que eu cante cantigas de ninar
Abram alas para um novo cantador
Deixem meu verso passar na avenida
Num forrofiádo tão da bexiga de bom


Caia Por Cima De Mim
(Maciel Melo)


Nunca mais eu vi Maria
Nunca mais eu vi o amor
Guardo na lembrança a cor
Do vestido dela
Eu tô roendo
Tô cheinho de saudade
Meu amor por caridade
Bote o rosto na janela
Eu não aguento
Tanta ausência, tanta dor
Parece que o amor
Se esqueceu de mim
Bateu a porta
Deu adeus e foi embora
A solidão me devora
Agora eu tô roendo sim
Traga de volta
A minha felicidade
Abra um sorriso
Cheirando a ruge e carmim
Aceite a dança, solte a trança
E jogue o laço
Se tropeçar no compasso
Caia por cima de mim
Caia, caia, caia por cima de mim
Caia, caia, caia por cima de mim
Que eu te abraço, eu te seguro
Caia por cima de mim




Que Nem Vem-vem
(Maciel Melo)


Quebrei no dente
Um taco da literatura
Tô na história, tô e sei
Que sou motivo pra falar
Entrei de cara, cara
E tô saindo fora
Ta no tempo já é hora
De poder me desfrutar
Semente negra
Eu sou raiz poderosa
Aguada em verso e prosa
Na cacimba de Belá
Meu canto tem
O chaco-chaco de uma cuia
E tem, tem as manhas
Que Mestre Louro plantou
Pra colher um canto
Assim que nem vem-vem
E soar como um acorde de sanfona
Festejar que nem "Passarim" no xerém
Namorar com a batida da zabumba
Tum-tum-tum bate-bate meu coração
Por um forró
Que nem os de passagem funda
Tum-tum-tum bate-bate meu coração
Da-lhe zabumba
E Jacsom no pandeiro é ás
Tum-tum-tum bate-bate meu coração
Se essa morena não me quer
Não quero mais





"A Arte Do Meu Povo!!!"

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Renato Braz Um Intérprete Da Nossa Cultura Popular



O Homenageado de hoje no “A ARte Do Meu Povo!” é um grande interprete da música brasileira e um incentivador e amante da Cultura Popular em especial nossa música. Renato Braz é o nosso homenageado de hoje!!



Para saber mais sobre o Renato busquei informação no site http://www.biscoitofino.com.br/bf/art_cada.php?id=151 que me trouxe o seguinte:



“Nascido em São Paulo, Renato Braz cresceu com a música. Aos quinze anos começou a se familiarizar com a percussão e logo assumiu o posto de baterista tocando nas noites.

Como vocalista e baterista, Renato Braz cresceu cantando em festivais. O artista teve a chance de se apresentar ao lado de grandes nomes da música brasileira como Luiz Melodia, Antônio Nóbrega e Ney Matogrosso, ganhando reconhecimento e público.

Em sua carreira de sucesso, lançou, entre outros, o disco Outro Quilombo, com interpretações de músicas de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Esta obra foi ganhadora do Prêmio Visa "Edição Vocal de 2002" e elogiada pela crítica do país inteiro. Em 2003 foi mais uma vez premiado com o seu disco, Quixote, na categoria "Melhor Cantor" no Prêmio Visa de MPB.”




"A Viva A Arte Do Meu Povo!"

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Chico Maranhão - Compositor De Raiz Nordestina



O “A Arte Do Meu Povo” tem a honra de homenagear esse grande compositor da musica regional , mais um dos nomes que devem ser reverenciado na nossa Cultura Popular, Chico Maranhão, uma figura impar no cenário da música brasileira.



Para falar de Chico Maranhão, ninguém melhor que ele mesmo, ou, pessoas autorizadas por ele. Pensando assim busquei e encontrei o site oficial do nosso homenageado http://chicomaranhao.com/ e é ele que conta pra gente o seguinte:




“Nascido em um sobrado tradicional de São Luís, capital do Estado do Maranhão, cidade reconhecidamente marcada por uma arquitetura colonial singular e um folclore de requintado bom gosto, o menino Chico teve uma infância simples mas envolvida desde os primeiros passos com as manifestações populares de sua terra. É que sua mãe, professora de jardins da infância, que sempre estimulou a educação das crianças voltada para as artes, alfabetizava valorizando os motivos das manifestações populares e desde cedo então incentivou o filho aos festejos juninos, aos palcos, aos recitais, às atividades do canto, da declamação, da dança... Assim, Chico Maranhão teve um contato diferenciado com o Bumba-meu-boi, com o Tambor de Crioula, com as quadrilhas juninas, com os pastorais, no tempo em que estas manifestações ainda se caracterizavam por uma dimensão artístico-espiritual-comunitária, e que com certeza influenciariam mais tarde a obra deste compositor. Isto não era muito comum aos meninos do seu tempo. Os costumes maranhenses desta época discriminavam sobremaneira essas manifestações populares. A primeira vez que o artista se recorda que pisou num palco foi participando de uma dessas atividades no jardim da infância Antônio Lobo, onde se alfabetizava. Devia ser um arraial onde o pequeno artista cantou uma canção do cancioneiro brasileiro intitulada “Chuá... Chuá” (de Pedro de Sá Pereira e Ary Pavão). O personagem que representava era um caboclo brasileiro, vestido com uma camisa xadrez, uma calça com a perna um pouco arregaçada e portava um chapéu de palha. Esta apresentação foi no palco do Teatro Arthur Azevedo, teatro municipal da cidade cujas dependências ficavam completamente lotadas com a presença entusiasmada do grande público: os familiares da criançada. A preparação dessas atividades se dava naturalmente no Jardim da infância, estendendo-se até sua casa, o que tornava a vida um “eterno teatro”. Outra vez, recorda o cantor, foi nada menos que num cordão de Bumba-boi criado e adaptado pela professora para a gurizada. Esse ano, lembra-se Maranhão, ele seria o amo do boi. Tarefa difícil! Mas prazeirosa, relembra. Cada ano era um novo menino, um novo cordão de crianças. Este Boi se chamava “O Brejeiro”, que muitos anos depois seria motivo de um trabalho de pesquisa deste compositor. Em outro momento, o artista fez o papel de São José junto com uma Nossa Senhora num quadro representando o nascimento de Cristo. Dos restos de memória, conta que havia uma casinha de palha com uma manjedoura, um burrinho e uma vaquinha bem grandes que até assustavam a menina, Nossa Senhora. Estava vestido com um camisolão marrom, uma barba preta e portava um cajado à mão. Isto devia ser no fim do ano, como de costume, um pastoral com vários quadros criados pela própria professora sua mãe. Esses momentos são recordados sempre com grande humor deixando a impressão de que foram vividos com intensa alegria.”

Para conhecer mais sobre Chico Maranhão e as suas obras faça uma visita ao site oficial dele http://chicomaranhao.com. Mas, pra você que não conhece tá aqui uma das muitas músicas do nosso homenageado de hoje.

gabriela
(chico maranhão)



atravessei o mar
a remo e a vela
fiz guerra e em terra
montei a cavalo
e em pelo de sela
cruzei as florestas, montanhas e serras
a lua sorria, eu sorri com ela
quando corria, eu corria dela
pulei cancelas, pulei quintais
deixei donzelas e tudo mais
quantas janelas ficaram atrás
só pra te ver gabriela
só pra te ver gabriela

joaninha ficou chorando
dizendo meu bem não vá
com medo acabou ficando
pois não quis acreditar
que eu vinha só pra te ver gabriela
só pra te ver gabriela
que eu vinha só pra te ver gabriela
só pra te ver gabriela

dançando meu frevo quente
na roda que vai a frente
chamando a toda gente
o padre, o juiz, o incompetente
os outros civis junto com o tenente
o mal e o bem, qualquer um eu descrevo
daçando o frevo contigo também
lá-iá-lá-iá
daçando o frevo contigo também
lá-iá-lá-iá

que eu vinha só pra te ver gabriela
só pra te ver gabriela




"E Viva A Arte Do Meu Povo!"