segunda-feira, 8 de março de 2010

Zé Limeira O Poeta Do Absurdo



Nossa Arte Popular teve, tem e terá gênios de todas as formas e jeitos.Cada um com sua identidade e característica única. E uma dessas figuras maravilhosas é o poeta Zé Limeira, o conhecido Poeta do Absurdo.

Nossa homenagem de hoje é pra esse poeta único e e sem imitação.

O site wikipedia assim o define assim ...

“Zé Limeira (Teixeira, 1886 — 1954) foi o cordelista/repentista mais mitológico do Brasil. Era conhecido como Poeta do Absurdo. Nasceu no sitio Tauá, em Teixeira, cidade da Paraíba que foi o principal reduto de repentistas no século XIX.
Os temas que abordava em suas poesias e repentes eram variados e chegavam, muitas vezes, ao delírio. Pornografia era um tema recorrente, mas Zé Limeira ficou conhecido como "Poeta do Absurdo" por suas distorções históricas, poesias recheadas de surrealismo e nonsense, e pelos neologismos esdrúxulos que criava.
Vestia-se de forma berrante, com enormes óculos escuros e anéis em todos os dedos, e saía pelos caminhos de sua vida, cantando e versando.”

A Seguir Alguns Trechos dos Versos de Zé Limeira “ o poeta do absurdo”

"Eu me chamo Zé Limeira
Da Paraíba falada,
Cantando nas Escritura,
Saudando o pai da coalhada,
A lua branca alumia,
Jesus, José e Maria,
Três anjos na farinhada."

"Uma véia gurizada
Pra mim já é fim de rama,
Um véio Reis da Bahia
Casou-se em riba da cama,
Eu só digo pru dizê,
Traga o Padre pra benzê
O suvaco da madama."

"Jesus foi home de fama
Dentro de Cafarnaum,
Feliz da mesa que tem
Costela de gaiamum,
No sertão do cariri
Vi um casal de siri
Sem comprimisso nenhum."

"Napoleão era um
Bom capitão de navio,
Sofria de tosse braba
No tempo que era sadio,
Foi poeta e demagogo,
Numa coivara de fogo
Morreu tremendo de frio."

"Meu verso merece um rio
Todo enfeitado de coco,
Boa semente de gado,
Bom criatoro de porco,
Dizia Pedro Segundo
Que a coisa melhor do mundo
É cheiro de arroto choco."

"É difícil um home moco
Aprendê pornografia,
Um professor de francês
Honestamente dizia:
Tempo bom era o moderno,
Judas só foi pro inferno
Promode a virgem Maria."

"São Pedro, na sacristia,
Batizou Agamenon,
Jesus entrou em Belém
Proibindo o califom,
Montado na sua idéia,
Nas ruas da Galiléia
Tocou viola e pistom".

"Quando Jesus veio ao mundo
Foi só pra fazê justiça:
Com treze ano de idade
Discutiu com a doutoriça,
Com trinta ano depois,
Sentou praça na puliça."

"Saíram lá de Belém
Cristo e Maria José,
Passaram por Nazaré,
Foram Betelelém,
Chupô cana num engem,
Pediu arrancho num brejo,
De noite armuçou um tejo
Lá perto de Piancó,
Na sexta-feira malhô
Foi que Judas vendeu Jésus!"

"Jesus saiu de Belém,
Viajando pra o Egito,
No seu jumento bonito,
Com uma carga de xerém,
Mais tarde pegou um trem,
Nossa Senhora castiça,
De noite Ele rezou Missa
Na casa dum fogueteiro,
Gritava um pai-de-chiqueiro:
Viva o Chefe de Puliça!"

"Eu me chamo Limeirinha,
Nascido lá no Tauá,
Entre casca de angico,
Miolo de Jatobá,
Bico de pato vadio,
Ipicilone, z-a e zá."

"Aonde Limeira canta
O povo não aborrece,
Marrã de onça donzela
Suspira que bucho cresce,
Velha de setenta ano
Cochila que a baba desce!"

"Onde eu canto de viola
O povo chama São Braz,
A otomosfera agita,
Fica catingando a gás,
Polda de jumenta nova
Rincha de cair pra traz."

"Carmelita e Carmeluta
É tudo uma coisa só;
Carmeluta é pro chambrego,
Carmelita é pro xodó,
È prato de pirão verde
Com xerém de mocotó,"

"Um General de Brigada,
Com quarenta grau de febre,
matou um casal de lebre
Prá comê uma buchada...
Quando fez a panelada
Morreu e não logrou dela,
Porco que come em gamela
Prova que ano tem fastio,
Peixe só presta de rio,
Piau de tromba amarela."

"Cantador pra cantar com Limeirinha
É preciso ser muito envernizado,
Ter um taco de chifre de veado
E saber decorado a ladainha,
Ter guardado uma pena de andorinha,
Condenar pra sempre o carnaval,
Guardar terra de fundo de quintal
E é preciso engrossar o pau da venta,
Beber leite de peito de jumenta,
Ediceta, pei-bufo, coisa e tal!"



“E VIVA A ARTE DO MEU POVO!”

8 comentários:

  1. Ola ,,Boa tarde.
    Sou Edmilson Garcia---- engarcia@itelefonica.com.br
    ------------------------------
    Uma estrofe do absurdo em omenagem ao saudoso Ze Limeira, de nossa autoria
    ----------------------------
    Fiz uma bola quadrada
    Que a redonda não prestou.;.
    A CBF aprovou
    E a FIFA aceitou calada
    Com a invençao aprovada
    Pelé quis me conhecer
    E chegou à me dizer:::
    “Suas invenções são brilhantes”!!!!!!
    E eu disse:: Seu Edson Arantes,
    FAÇA IGUAL QUE EU QUERO VER

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  2. Outra


    Dei um pulo tão ligeiro
    Bem mais que a ligeireza
    Voei por cima da mesa
    Posei no meio do terreiro
    Voltei e entrei no banheiro
    La fiz,o que eu quis fazer
    Saí, sem tempo à perder
    E dei uma volta no mundo
    Tudo isso em um segundo
    FAÇA IGUAL QUE EU QUERO VER,.;/

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  3. ainda mais um


    Nascí no afeganistão
    Morei cem anos no sol
    inventei o futebol
    e exportei pra o japão
    em casa eu crio um leão
    que fala e sabe escrever
    até jornal, ele ler
    com as instruções que eu lhe dei
    tudo foi eu que ensinei
    FAÇA IGUAL QUE EU QUERO VER......;;;,

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  4. segunda eu nacil terça fuiu batizado quarta fui preso quinta fui condenado sexta antes do jugamento comprei cachaça pra beber com o carcerario

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  5. Edmilsom Garcia em gosto de versos absurdos, como posso comprar suas publicações. ERIVALDO PEREIRA LIMA - (085)3235.0026. AGUARDO LIGAÇÃO.

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  6. MOTE DE:Jose Ilton
    GLOSA DE: Edmilson Garcia

    ((PRA DAR UM SAMBA DE PAU
    NOS LADROES ENGRAVATADOS))

    1
    Estou selecionando
    Uns cabras bons de pancada
    Pra na hora apropriada
    Dá um jeito nesse bando
    Maguila já esta treinando
    Taisson e Popó,”contratados!”
    Eu e voce, “bem treinados”
    Vamos juntos dar um grau
    PRA DAR UM SAMBA DE PAU
    NOS LADROES ENGRAVATADOS
    2
    Chamei zezim de dodó
    Chico de zé cabeção
    Toim de joão maranhão
    E severino cabrobó
    Joquinha de caicó
    E pedrão de afogados
    Todos eles são malvados
    Só vivem fazendo o mal
    PRA DAR UM SAMBA DE PAU
    NOS LADROES ENGRAVATADOS
    3
    Fretei um boeing e voei
    Direto para o Nordeste
    Lotei de cabras –da-peste
    Dia seguinte, voltei
    Mas antes eu avisei
    Pra todos, virem armados
    Deixei eles, avizados
    Que a intensao principal
    É DAR UM SAMBA DE PAU
    NOS LADROES ENGRAVATADOS
    4
    Com um cabra do sertão
    Já é o suficiente
    Não precisa muita gente
    Parecendo um batalhão
    Se eu chamar “zé do facão”
    Ele ajeita esses safados
    Uns bofetes caprichados
    Até que não ia mal...
    PRA DAR UM SAMBA DE PAU
    NOS LADROES ENGRAVATADOS

    5
    Se eu fosse o presidente
    Ou mesmo um governador
    Como administrador
    Faria o povo contente.
    Mandando um contingente
    Com mais de dez mil soldados
    Ir em todos os estados
    Com uma ordem federal
    PRA DAR UM SAMBA DE PAU
    NOS LADROES ENGRAVATADOS
    6
    Vou fazer um movimento
    Do oiapoque ao chuí
    Já vou começar daqui
    Pra ter maior chamamento
    Através d`um documento
    Todos vão ser avisados
    Quero voces empenhados
    À nível nacional
    PRA DAR UM SAMBA DE PAU
    NOS LADROES ENGRAVATADOS
    7
    Acabei de contratar
    Mão-dura e chico-zangado
    Peso-bruto e zé-malvado
    João- do chute e quebra-mar
    Nem vou me preocupar
    Eles são acostumados
    Pra bater são estressados
    E com instinto animal
    PRA DAR UM SAMBA DE PAU
    NOS LADROES ENGRAVATADOS
    8
    Quem leva dinheiro em “meia”
    Em cueca e em sacola
    Pra mim,,,foje da bitola
    É mania muito feia
    Tem que mandar pra a cadeia
    Manter todos enjaulados
    Amarrar esses safados
    Sem-vergonha e sem moral
    E DAR UM SAMBA DE PAU
    NOS LADROES ENGRAVATADOS






    9
    Vou buscar um cabra ruim
    La no meio do sertão
    Malvado igual lampião
    Que não goste de pantim
    Que sofra de “farnezim”
    Que tenha muitos pecados
    Com os nervos agitados
    E c`uma força brutal
    PRA DAR UM SAMBA DE PAU
    NOS LADROES ENGRAVATADOS
    10
    Já encontrei o sujeito
    Que eu estava procurando
    Ele faz parte d`um bando
    Que leva tudo no peito
    Tem u`ma cara de “suspeito”
    é daqueles desalmados.
    raça dos agalegados
    Vermelho igual colorau
    BOM PRA DAR SAMBA DE PAU
    NOS LADROES ENGRAVATADOS

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  7. MOTE de Welton Melo
    Glosa de : Edmilson Garcia
    MOTE:(Eu deixei de querer quem me queria)
    (Pra sofrer por alguém que não me quiz)
    ----------------------------
    1
    Fui ingrato,ao deixa la abandonada
    E é por isso que hoje estou pagando
    Dia e noite,sofrendo e só lembrando
    Pois foi minha,primeira namorada
    Doce, meiga e muito apaixonada
    Hoje vejo,a besteira que eu fiz
    Ela era pra mim,,”como se diz”
    Minha outra metade, e eu não sabia
    EU DEIXEI DE QUERER QUEM ME QUERIA
    PRA SOFRER POR ALGUEM QUE NÃO ME QUIZ
    2
    Fui injusto,e joguei pela janela
    O amor,,, que ela, me dedicava
    O valor,que ela tinha eu nunca dava
    Eu errava e botava a culpa nela
    A saudade, que agora eu sinto é dela
    Meu caminho,não tem mais directriz
    Hoje a vida que eu levo não condiz
    Com o jeito, que antes eu vivia
    EU DEIXEI,DE QUERER QUEM ME QUERIA
    PRA SOFRER,POR ALGUEM QUE NÃO ME QUIZ
    3
    Ela era pra mim, tudo na vida
    E eu era pra ela o seu amor
    Mas eu nem sequer soube dar valor
    À quem mais me quis em contrapartida
    Me mostraram,uma estrada colorida
    E um convite à morar noutro país
    Fui com outra,viver lá em parís
    Mas lá foi sofrimento todo dia
    EU DEIXEI DE QUERER QUEM ME QUERIA
    PRA SOFRER,POR ALGUEM QUE NÃO ME QUIZ
    4
    Lembro o tempo, de quando fui casado
    Com alguém, que me amou e era só minha
    Tudo que, eu queria,, dela eu tinha
    Hoje vivo,sosinho,separado
    Do amor, que eu tive no passado
    Resta agora em meu peito a cicatriz
    Da mulher que me fez muito feliz
    Sinto muita, saudade, hoje em dia
    EU DEIXEI,DE QUERER QUEM ME QUERIA
    PRA SOFRER,POR ALGUEM QUE NÃO ME QUIS



    5
    Tudo que,,eu fazia, era por ela
    Tudo que ela,,fazia, era por mim
    Mas foi mesmo,,eu que provoquei o fim
    Do amor,, que era,, so meu e dela
    Hoje o meu,,pensamento é sempre nela
    Do contrário,, o meu ser se contradiz
    Se eu fosse,,à presença dum juiz
    Ser julgado,,ele me condenaria
    EU DEIXEI, DE QUERER QUEM ME QUERIA
    PRA SOFRER, POR ALGUEM QUE NÃO ME QUIS
    6
    Sem pensar,joguei fora um grande amor
    Deixei ela com o coração partido
    Hoje eu vivo, sofrendo arrependido
    Carregando, no peito grande dor
    Convivendo ,com o triste dissabor
    Não conheço,ninguém mais infeliz
    A saudade, em mim, criou raiz
    Já nem sei, mais o que, é alegria
    EU DEIXEI DE QUERER QUEM ME QUERIA
    PRA SOFRER POR ALGUEM QUE NÃO ME QUIS
    7
    Percebi, so quando, me vi sozinho
    Que o que fiz,,foi cruel e desumano
    Desprezei,,deixei em, segundo plano
    A mulher, que tanto me deu carinho
    Preferi, percorrer outro caminho
    E em momento, algum, me satisfiz
    Hoje eu sigo, penando,,, e por um triz
    Pra ninguém,,isso eu dezejaria
    EU DEIXEI DE QUERER QUEM ME QUERIA
    PRA SOFRER POR ALGUEM QUE NÃO ME QUIS
    8
    É difícil, viver com a solidão
    Com a tristeza,e a saudade de alguém
    Pra quem teve,e que hoje já não tem
    Pois com ela,eu deixei meu coração
    Tive tudo,,,ao alcance da mão
    Outra igual, não acho em, outros perfis
    Meu intuito, revela e antediz
    Que eu jamais,,vou poder ter alegria
    EU DEIXEI DE QUERER QUEM ME QUERIA
    PRA SOFRER POR ALGUEM QUE NÃO ME QUIZ

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  8. Foi num porto da Bahia
    Que Dom João chegou bem cedo
    Dava pra contar no dedo
    A bagagem que trazia
    Uma dúzia de bacia
    Dois fardos de algodão
    Gasolina de avião
    Do café trouxe a semente
    Duas bíblias uma de crente
    Outra do rei Salomão

    Cristo enforcou Jesus
    Na beira do rio Jordão
    Na noite de São João
    Num galho de cipó-cruz
    Comeu pirão com cuzcuz
    No meio da cabroeira
    Na noite de sexta-feira
    Cantou prosa e rezou missa
    José e Maria castiça
    Diria assim Zé Limeira

    No tempo da ditadura
    Eu rezei pro pai eterno
    Fez sol mas deu bom inverno
    Plantei fava e rapadura
    Veja só que formosura
    A “muié” de Barbosinha
    Se ela tivesse sozinha
    E o cachorro amarrado
    Eu levava ela prum lado
    E uma cuia de farinha

    O pai da aviação
    Por nome Drumon Andrade
    Sem dó e nem piedade
    Se atracou com Lampião
    Na bainha um facão
    Na matula um castiçal
    Gritou pra São Nicolau
    Acuda-me nessa hora
    Disse isso e foi-se embora
    Deixando um cartão postal

    Por causa da Ditadura
    O Brasil foi descoberto
    Um navio chegou perto
    Da curva da ferradura
    Dom Pedro fez a leitura
    Na borda da ribanceira
    Cabral trouxe uma cadeira
    Sem dó e sem ter clemência
    Proclamou a independência
    Diria assim Zé Limeira

    Jesus tirou diplomança
    De doutor em curamento
    No primeiro atendimento
    Passou a faca na pança
    Da mulher do rei da França
    Pra curar a joanéte
    Cego estando o canivete
    A mulher sentiu cosquinha
    Jesus com a cara lisinha
    Disse: "nega se aquete" !!

    Adão foi feito do barro
    Da beira do Rio da Anta
    Parou, bebeu uma Fanta
    Depois fumou um cigarro
    Tava passando um carro
    Com Madalena e João
    Ela tocando pistão
    Ele com a mão nos "joeio"
    Ergueu o dedo do meio
    E apontou pra Adão!

    O pai da "filosomia"
    Por nome Tristão da Cunha
    Teve encravada uma unha
    Prumodi um bãi d'água fria
    Gritô pra Virgem Maria:
    "Valei-me meu Pai Eterno
    Se não fizer bom inverno
    E meu feijão não vingá
    Vendo tudo que sobrá
    Vou pra feira e compro um terno"

    Dom Pedro e Napoleão
    Combinaram casamento
    Compraram apartamento
    Levaram cama e fogão
    Sem luz na escuridão
    Foi aquela "bagunceira"
    Funhaharam a noite inteira
    Depois ficaram de mal
    Hoje é um tal de quebra-pau
    Diria assim Zé Limeira

    Foi quando Napoleão
    Se elegeu Rei do Egito
    Menelau passou-lhe "um pito"
    Abolindo a escravidão
    Dom Pedro com um facão
    Disse: "O Brasil tá liberto"
    Lampião lá no deserto
    Achou aquilo engraçado
    Contratou um advogado
    Seu nome era Zé Roberto

    São João evangelista
    Rezou a missa do galo
    Foi no lombo dum cavalo
    Que Jesus cruzou a pista
    Desceu e mostrou a lista
    Com os quinze testamento
    Assoprou um pé de vento
    Rasgou cinco folha escura
    Só restou dez escritura
    Eu digo falo e sustento


    Um dia no paraiso
    Vi Caim chamando Adão
    Dizendo que o sacristão
    Na missa deu prejuizo
    Da cobra cortou o guizo
    Vendeu por cem mil cruzeiro
    Depois comprou um carneiro
    Assou porém não comeu
    Ouvi de um amigo meu
    Vai chover o mês inteiro

    Na cidade de Belém
    Por volta de meio-dia
    Vi passando uma cotia
    Com um bilhete de trem
    Deu duas notas de cem
    Prum vendedor de peneira
    Eu que voltava da feira
    Vi tudo e fiquei calado
    Mais um dia e tô casado
    Diria assim Zé Limeira

    Um artista aleijadinho
    D'um pau fez esculturança
    Mandou entregar na França
    No lombo de um jumentinho
    Não achando o lugarzinho
    Se livrou do carregado
    E passando num mercado
    Comprou vinho queijo e pão
    Passagem de avião
    Com o dinheiro arrecadado

    Um dia na Galeléia
    Tava Pedro acocorado
    Fazendo força um bocado
    Nisso passou uma "véia"
    "Sai pra lá sua mocréia"
    Disse Pedro em alvoroço
    Foi quando caiu um trôço
    E Pedro desenxavido
    Disse a velha: "ô trem fidido"
    E saiu pisando grosso

    Do cantar, foi no terceiro
    que o galo deu, quando Judas
    se enforcou em duas mudas
    grandes d'um abacateiro.
    Jesus foi quem viu primeiro,
    e fingiu saber de nada.
    Passou Pedro em disparada
    e gritou pra São Thiago:
    "Corre aqui e traz um trago,
    da cachaça amarelada."

    (Zé Roberto)

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