quinta-feira, 11 de março de 2010

Ivanildo Vila Nova É O Maior Dos Repentistas Do Brasil




Na minha opinião, um dos grandes cantadores/violeiro da atualidade chama-se Ivanildo Vilanova dono de composições maravilhosas. Ele é o homenageado de hoje do nosso “ A Arte Do Meu Povo”.

O blog http://musicamiga.blogspot.com/2007/12/ivanildo-vilanova.html o define assim:

“Ivanildo Vila Nova é o maior dos repentistas contemporâneos. De formação acadêmica, alia seus conhecimentos à verve nata de nordestino para gerar poesias incomparáveis. Inovador, criou vários tipos de repentes e desafios, hoje já à larga nas violas sertanejas.”

Já o site http://fotolog.terra.com.br/editora_coqueiro:211 diz...

“... Ivanildo Vila Nova é hoje o maior repentista brasileiro.

Seu trabalho se destaca pela sutileza de seus versos, pela síntese de seus improvisos e pela variedade temática.

Após 40 anos de carreira, mantém-se no topo da pirâmide, admirado por todos aqueles que reconhecem a sua responsabilidade pelo crescimento da Cantoria e sua luta para profissionalizar a Arte do Repente.

No ano 2000, foi eleito o Cantador do Século XX, concorrendo com nomes como Cego Aderaldo, Dimas Batista e Pinto do Monteiro, em rigoroso processo de votação conduzido pelos líderes das Associações de Cantadores do Nordeste, os apologistas (incentivadores) da Cantoria e os próprios cantadores.

Quem quiser escrever a História do Repente, terá que dividi-la em duas etapas distintas: antes e depois de Ivanildo.

Trajetória do cantador

Nascido em Caruaru (PE), em 13 de outubro de 1945, Ivanildo Vila Nova cresceu acompanhando seu pai, o famoso cantador José Faustino Vila Nova, pelas noitadas de cantorias.

Se a vida do repentista naquela época era extremamente espinhosa, para um menino, então, o sacrifício era extremo.

Ao abraçar a Arte do Improviso, Ivanildo não queria apenas ser mais um no cenário da poesia.

Era imperioso que o quadro existente fosse modificado para a sobrevivência da Cantoria.

Antes de Ivanildo Vila Nova, a Cantoria era amadora, onde o compromisso era apenas com o divertimento, o lúdico, a boemia.

Com ele, aconteceu a profissionalização, a elevação do cantador à categoria de artista.

Os mais céticos apostavam que a cantoria, ao sair do sertão para ganhar espaço nos grandes centros, estaria fadada à extinção.

Porém, com a ascensão de Ivanildo e dos cantadores de sua geração (Geraldo Amâncio, Moacir Laurentino, Sebastião Dias, Severino Ferreira e Sebastião da Silva, entre outros) abriu fronteiras.

O trabalho dessa geração saiu do sertão para a cidade, saiu do Nordeste para outras regiões, chegando até a outros países.

Quando sua luz começou a ofuscar as estrelas da constelação da poesia, batalhas homéricas foram travadas, gerando cantorias antológicas.

Ivanildo Vila Nova, 60 anos de idade e 40 de repente, permanece se dedicando exclusivamente à Arte do Improviso, edificando tijolo por tijolo as paredes desse templo da poesia, conhecido simplesmente por Cantoria de Viola. [...]

ENTREVISTAS E INFORMAÇÕES ADICIONAIS:

Ivanildo Vila Nova – (83) 9959.2365 / (85) 9983.2088 (com Arlindo Barreto)

Tibico Brasil (gerente do Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza) – (85) 9987.8734 / 3464.3111 – tibico@bnb.gov.br

Luciano Sá (assessoria de imprensa do Centro Cultural BNB) – (85) 9117.1234 / 3464.3196 – lucianoms@bnb.gov.br “


Dentre suas brilhantes obras destaco essa por além de ser uma poesia popular de mão cheia é uma verdade verdadeira. Rsrsrs

Radical se transforma em moderado
Ivanildo Vilanova


Radical se transforma em moderado
Se quiser jogar bem no outro time
Ou acopla-se aos moldes do regime
Ou por outra depois tu é cassado
Quando não ele fica deslumbrado
Com mulheres, passeios e prazer
Mordomia, jetom, luxo e lazer
Tudo isso é efêmero, mas ilude

Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder

O ministro, o prefeito, o deputado
Com direito a chofer e secretária
Segurança, assessor, estagiária
Gabinete com ar condicionado
Vai lembrar-se do proletariado
Com favela e cortiço pra viver
Ou será que não vai se aborrecer
Com esgoto, favela, mofo e grude

Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder

E o mártir que tem convicção
De arriscar sua vida, seu emprego
A família, o futuro, o sossego
Por um povo, um projeto, uma nação
Um Sandino tentou mas foi em vão
Um Guevara esforçou-se por fazer
Hoje em dia é difícil aparecer
Marighela, Lamarca ou Robin Hood

Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder

Que fará um sujeito agitador
Bóia-fria, sem-terra, piqueteiro
Camarada, comuna, companheiro
Se um dia tornar-se senador
Vindo até se eleger governador
Qual será o seu novo proceder
Vai mudar, mentir ou vai manter
As promessas que fez de forma rude

Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder

Quem tem honra, da mesma não se aparta
É querer liberdade pra o Nordeste
É Xanana Gusmão do Timor Leste
Enfrentando os exércitos de Jacarta
Boutros Ghali primando pela carta
Que o Pentágono queria prescrever
É qualquer palestino a combater
Um Netanyahu ou Ehud

Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder

No período que o adolescente
Quer mudar o planeta e o País
Através dos arroubos juvenis
Vira líder, orador e dirigente
Mas se um dia ele vira presidente
O que foi nunca mais poderá ser
Aí diz que o remédio é esquecer
As loucuras que fez na juventude

Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder

Todo jovem a princípio é sectário
É o atuante grevista, condutor
Exaltado, anti-yankee, pregador
Um perfeito revolucionário
Cresce, casa-se e torna secretário
E aí o que trata de fazer
Leva logo a família a conhecer
Disneylândia, Washington e Hollywood

Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder

Quem vivia de luta e de vigília
Invasão, pichamento e barricada
Através disso aí fez uma escada
Pra chegar aos tapetes de Brasília
Vai pensar no progresso da família
E o que faz pra do posto não descer
Nunca falta quem queira se vender
Sempre acha um covarde que lhe ajude

Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder

Dirigido não é o dirigente
E dominante não é o dominado
Se quem vive debaixo é revoltado
Quando sobe ele fica diferente
Compreendo a fraqueza dessa gente
Submissa ao desejo de vencer
Quem sou eu pra ser dono da virtude

Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder

Eu já vi muita gente amarelar
Por pressão covardia ou por dinheiro
Jornalista, cantor e violeiro
Metalúrgico, político e militar
Só Luís Carlos Prestes foi sem par
Defendeu sua tese até morrer
E Gregório Bezerra sem temer
Levou seus ideais ao ataúde

Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder...


"VIVA A ARTE DO MEU POVO!!"

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