sábado, 20 de fevereiro de 2010

De Intendente a Prefeito Na Terra De Santana

Feira de Santana, hoje com uma média de 600 mil habitantes, um comércio e uma indústria em franco desenvolvimento, é uma das cidades mais prosperas do Brasil. Mas para que ela chegasse a esse patamar foi necessário o suor de muitas pessoas, ao longo dos anos da sua existência.
Pensando assim e tendo acesso ao estudo feito pelo pesquisador Joaquim Gouveia da Gama, resolvi fazer uma homenagem para aqueles que conduziram a Princesa do Sertão para o rumo do esplendor.
Assim nasceu esta poesia popular em forma de literatura de cordel> só um lembrete, quando a mesma foi feita o prefeito Tarcísio Pimenta ainda não tinha tomado posse.



De Intendente a Prefeito Na Terra De Santana
(Nivaldo Cruz)



Feira de Santana
Hoje tão imponente
Já foi fazenda e vila
Ficou triste e contente
Comandada por prefeito
Teve também intendente.

Muitos homens
Todos de grande valor
Comandaram a Princesa
Para o rumo do esplendor
Criando pra Bahia a maior
Cidade do interior.

O Primeiro Intendente foi
O afamado coronel
Joaquim Sampaio
Homem Sério e Fiel
Comandou por cinco meses
A cidade sem ser quartel.

De primeiro de Fevereiro
A Julho do ano de Cristo
De oitocentos e noventa
Ele era sempre visto
Ocupando essa função
Sem receber nada por isto.

Com a saúde minada
O coronel afastou-se
Das funções de intendente
Então desocupou-se
Seu curto mandato
Assim acabou-se.

Freire de Lima
Assumiu seu lugar
Sendo também coronel
Começou administrar
A cidade de Santana
E tudo que nela há.

O segundo intendente
Muito tempo comandou
Foram mais de dez anos
Mostrando seu grande valor
Contribuindo pra Feira
Ser a maior do interior
De oitocentos e noventa
A Novecentos e três
Esse homem de valor
Mostrou toda sua altivez
Vindo a falecer em julho
Do ano, o sétimo mês.

O coronel José Guimarães
Assumiu interinamente
Sendo assim ele,
O terceiro intendente
De julho a dezembro
Governou corretamente.

Transmitiu o cargo
Para Tito Bacelar
Era outro coronel
Que ia bem administrar
Feira de Santana
E o seu nome honrar.

Em novecentos e quatro
Seu governo começou
Terminou em 906
Apenas dois anos durou.
Saiu pra ser deputado
E nunca mais voltou.

Assumiu então,
O anterior intendente
José Guimarães
Ficando um ano presente
O coronel cumpriu a tarefa
Sendo bem competente.

Outro coronel intendente
Foi Abdon de Abreu,
Dos anos de Oito a Doze
O povo assim o conheceu
Como grande representante,
Mandando em tudo qué seu.

Guarde bem esse nome
Bernadino da Silva Bahia
O coronel governou a cidade
Do nome da mãe de Maria.
Por três mandatos
Trazendo muita alegria.

Nos anos de Doze a Quinze
Foi o primeiro mandato
De vinte a Vinte e um
Foi o segundo de fato
De vinte e dois a vinte e três
Findou-se assim o retrato.

Agostinho Fróes da Mota
Outro coronel de valor
Comandou o destino
Da sua cidade com amor,
Foram dois mandatos
Mostrando seu grande fervor.

Os anos de 16 a 17
O intendente comandou
De Dezoito a Dezenove
Seu governo completou
Deixando saudade
Por tudo que executou.

Arnold Ferreira da Silva
O primeiro intendente
Sem a polpa e a galhardia
De ser dono de patente
Governou com destreza
A cidade da gente.

De 24 a vinte e sete
Mandou na Cidade Princesa
Esse homem do povo
Trazendo, com ele, a certeza
De um novo tempo
De progresso com firmeza.

Elpídio Raimundo Nova,
Dessa vez foi um doutor
Que a cidade de Lucas
Veio comandar com valor
Foi o último intendente
Do saber bem detentor.

Devido a uma lei
Que tudo aqui mudou
Doutor Elpídio
Prefeito logo se tornou,
O primeiro dos muitos
Que pela Prefeitura passou.

Assumiu no ano de 28
Como último intendente
Em 29 com a mudança
Já com tudo diferente
Vira o Primeiro Prefeito
Dessa terra tão potente.

Com a mudança da lei
Tudo na cidade mudou
Intendente virou Prefeito
Conselheiro, vereador.
A Intendência , prefeitura.
Conselho? Câmara virou.

Dando Prosseguimento
A nossa grande peleja
De mostrar tudo
Pra que tu saibas e veja,
Quem mandou
Na princesa sertaneja.

O Último coronel
Que mandou em nossa Feira.
João Mendes da Costa
Foi prefeito de primeira
Governou seriamente
Sem fazer nenhuma besteira.

Mas por causa da seca
Que assolou o sertão
Não foi feliz
Essa sua nobre gestão
Sem ter o que fazer
Chorou e pediu perdão.

De 31 a trinta e três
Aconteceu a sua gestão
Anos castigados
Pela maior seca do sertão
Era gente e bicho morrendo
Parecia coisa do cão.

Doutor Elpídio Nova
Volta em trinta e três
É prefeito de Feira
Com alegria outra vez
Até o ano de trinta e cinco
Comandou com altivez.

Heráclito Dias de Carvalho
Foi um prefeito porreta
Dentre os seu feitos
Realizou a Micareta
A primeira do Brasil.
Com muita cor e careta.

Ficando até trinta e sete
Muita coisa realizou
Trouxe o cine sonoro
Novidade do exterior.
Parecendo uma capital
Nossa princesa ficou.

Heráclito, a ser prefeito
Outra vez inda voltou
De 38 a quarenta e três
Essa cidade governou.
Do passo municipal
Muita coisa ordenou.

De novembro de 37 a julho de
Trinta e oito foi prefeito,
Teobaldo de Carvalho
Doutor de grau em Direito
Ficou menos de um ano
Com todo nosso respeito.

José Berbert Tavares
Foi prefeito da cidade
De 43 a Quarenta e quatro
Governando com vontade,
O doutor se fez presente
Em toda a solenidade.

Eduardo Fróes da Mota pouco
Mais de um ano governou,
De 44 a quarenta e cinco,
A terra que tanto amou
O doutor, filho de Agostinho
A ninguém decepcionou.

Alibert Batista
Dois meses foi prefeito
O doutor não teve tempo
De deixar nenhum feito
Mas, também não permitiu
Nenhum desrespeito.

Acioly de Andrade
Um engenheiro civil
Por cinco meses bem contados
A prefeitura assumiu
Deixando em quarenta e seis
Esse posto varonil.

Ainda em quarenta e seis
Foi prefeito outro doutor
Augusto Vital Graça
A cidade comandou
Mas nesse mesmo ano
O poder de mão mudou.

Assumindo dessa vez
Doutor Carlos Valadares
Até inicio de quarenta e sete
Comandou os seus pares
Mas não ficou muito tempo
Comandando nossos lares.

Ainda em quarenta e sete
Mais três o Paço assumiu
João Barbosa de Carvalho
Não finja que não ouviu!
Edelvito de Araújo
Outro doutor gentil.

Ficou até quarenta e oito
Francisco Barbosa Caribé
Será que completa um ano?
Completará se Deus quiser
Mas Deus não quis
E lá se foi seu Chico, Zé.

Agnaldo Soares Boaventura
Seu mandato então cumpriu
Depois de muito tempo
Feira apostou, Feira viu
De 48 a cinqüenta e um
Um prefeito varonil.

Um professor
Foi quem lhe substituiu
Almachio Alves Boaventura
Seu mandato inteiro cumpriu
De 51 a cinqüenta e cinco
Foi prefeito no Brasil.

De 55 a Cinqüenta e nove
João Marinho Falcão
O maior empreendedor
Da Princesa do sertão
Foi seu prefeito
Dando orgulho ao cidadão.

Das muitas coisas que fez
A Luz elétrica instalou
Em muitos bairros,
É verdade seu doutor
Também muitas ruas
Construiu e pavimentou.

Arnold Ferreira Silva
Como prefeito voltou
A governar a cidade
Que tanto fez e amou
Não cumpriu todo o mandato
Pois a saúde não deixou.

Assumindo em Cinqüenta e nove
Em Sessenta e Dois deixou
Com a saúde abalada
Então se licenciou,
Foi se cuidar
E nunca mais voltou.

José Sisnando de Lima
Assumiu assim o seu lugar
Até sessenta e três
Teve então que mandar
Na cidade Princesa.
Não há Lugar melhor pra morar.

Francisco Pinto
Homem sério e de ação
Foi prefeito de Feira
Até chegar a Revolução
Em sessenta e quatro
Foi deposto da função.

Foi opositor ferrenho
De todos os militares
Que fizeram no Brasil
Um bucado de barbáries,
Foi deputado e lutou
Pelos inocentes milhares.

Pro seu lugar na prefeitura
Um professor foi indicado,
Joselito Amorim
Da confiança do soldado
Dos homens que mandavam
No país ultrajado.

Até abril de sessenta e sete
O professor governou.
O Museu Regional
Ele fez e Inaugurou
E o cemitério São Jorge
Na construção ajudou.

Foi substituído
Pelo Doutor João Durval
Dentista formado
Lá na nossa capital,
Muito fez e faz por Feira
A sua terra natal.

Até janeiro de 61
O então prefeito João
Muito fez pela cidade.
Nossa Princesa do sertão,
Trazendo a luz de mercúrio,
Iluminando a escuridão.

Ainda começou
O centro industrial,
Com o sonho de fazer dessa,
Uma cidade universal
Trazendo progresso e dinheiro
De tudo que é capital.

É o político da terra
De maior expressão
Foi governador do estado
Com muita dedicação
E mais recente
Senador da nossa nação.

Doutor João Durval
Voltou então a governar
A Feira de Santana,
Esse que é o seu lugar
Mais pra governador
Precisou se candidatar.

Seu mandato no meio
Teve então que deixar.
De 93 a noventa e quatro
Foi quando pôde comandar
E da sua preciosa cidade
Poder os caminhos guiar.

Mas, pros anos de chumbo
Vamos ter que voltar.
Newton da Costa Falcão
Começa a comandar
Até setenta e três
Vai a cidade urbanizar.

José Falcão da Silva
Esse também teve valor
De 73 a setenta e sete
Foi ele o grande detentor
Do poder municipal
Quando o Paço ocupou.

Mudou a Feira livre pro
Centro de Abastecimento
Antes, era na Getúlio trazendo
Muito aborrecimento.
Com a mudança, o povo teve
Um grande contentamento.

Colbert Martins da Silva
Chamado prefeito da gente
Na sua primeira gestão
Trabalhou dignamente,
Chegou em 77 fazendo
Tudo pelo carente.

Teve o seu mandato por mais
Dois anos prorrogado,
Mas, em oitenta e dois
Saiu pra ser deputado.
Em seu lugar ficou
Um homem bem honrado.

José Raimundo Azevedo
Esse era o nome do vice
Que terminou o governo
Sem muita gabolice
Trabalhando muito sério
Dando prazer a quem visse.

Menos de um ano
Ficou nessa posição
Mas, foi tempo bastante
Pra muita realização.
Na cadeia pública
Fez grande restauração.

A Câmara de Vereadores
Sofreu uma transformação
Até a Senhor dos Passos
Teve modificação.
José Raimundo Azevedo
É professor de profissão.

De 83 a oitenta e oito
Abraços nos braços do povo
José Falcão da Silva
Voltou a prefeitura de novo
Foi prefeito querido
Não foi nem um estorvo.

Muitas obras ele fez
Nessa sua nobre gestão
Do complexo Matadouro
Fez projeto e construção,
O aeroporto da cidade
Começou a instalação.

Fez o complexo Policial
E a Casa de Detenção,
Da Justiça do Trabalho
Iniciou a Construção,
No Fórum Filinto Bastos
Provocou ampliação.

Colbert Martins da Silva
De 89 a noventa e três
O cargo de prefeito
Volta a ocupar outra vez
Mesmo em cadeira de rodas
Não perdeu sua altivez.

E liderou a melhor gestão
Que qualquer prefeito já fez
Na cidade de Santana,
Administrou com altivez
Foi um governo pro povo
Foi o prefeito da vez.

Substituiu doutor Colbert,
O doutor João Durval
Que como já foi falado
Fez um mandato sem final,
Pois saiu antes do tempo
Pra campanha eleitoral.

O Professor Zé Raimundo
De 94 a noventa e seis
Foi de vice a Prefeito,
Comandou mais uma vez
Com muita seriedade,
De novo foi o que ele fez.

Doutor José Falcão
Mostrando ser um guerreiro
Assumiu mais uma vez.
Seu mandato derradeiro
Mesmo ruim da saúde
Sacrificou-se por inteiro.

No ano de noventa e sete
De janeiro a agosto
Governou a cidade
De uma forma de dar gosto
Mas no mês do azar,
Veio o nosso desgosto.

Infelizmente aconteceu
Zé Falcão, nos deixou
Colocando a saudade
No peito de quem o amou
Deixando órfã Feira
A quem tanto se dedicou.

Claiton Mascarenhas assumiu
Sem nenhuma experiência,
Pagou caro o feirense
Por sua incompetência,
Não conhecia o poder
Nem a sua conseqüência.

De dois mil e um a 2008
Um só prefeito se fez
José Ronaldo de Carvalho
Foi o prefeito da vez
Duas vezes foi eleito,
Se a lei permitisse era três.

Seu governo a cada ano
Crescia em aceitação,
Fazendo muita coisa
Na Princesa do Sertão
Esse Paripiranguense
Formado em administração.

2009 trouxe
Um prefeito novo,
Tarcisio Pimenta foi,
A escolha do povo.
Pra ser um bom governo
Eu Rezo, eu louvo.

Na campanha ele usou
Como mote principal
O terceiro mandato
Do prefeito atual
Que era Zé Ronaldo
No momento o maioral.

O futuro a Deus pertence
Não vou fazer previsão
Até esse momento é
O que tenho de informação.
E não vou inventar pra
Não criar decepção.

Meus senhores
Sem nenhuma ambição,
Esse pobre curioso
Quis chamar sua atenção
Pra não ser esquecido
Quem mandou nesse rincão.

Pode até acontecer
De algum erro encontrar,
Mas, caso isso ocorra
Por favor denunciar.
Pois, perfeito só Cristo
Nós tamo aqui é pra errar.

Antes de tudo acabar
Quero muito agradecer
Joaquim Gouveia da Gama
Quero aqui enaltecer,
Seu estudo valioso
Fez essa obra nascer.

Quem quiser mais conhecer
Peço, favor lhe procurar
É um homem de conhecimento
Sobre as coisas do lugar
Mesmo sem conhecê-lo
Quero aqui reverenciar.

Os outros agradecimentos
Vão pra arte popular.
Pra Patrícia e Jurivaldo
Amantes d´arte secular
De usar o cordel
Pra histórias vir contar.

Jurivaldo Alves da Silva
Poeta de primeira,
Patrícia Oliveira da Silva
Sua filha e companheira
Nessa bonita aventura
Da poesia verdadeira.

Obrigado meus amigos
Da terra que tenho amor
Minha Feira de Santana
Cidade de muito valor
Que acolhe todos bem.
É terra da avó do salvador !

Lendo esse cordel,
Você que aqui chegou.
Eu te peço não pare
Procure outro, seu leitor.
Nunca deixe de aprender
A história do senhor.

Um comentário:

  1. Trabalho valorozo, temos que valorizar mesmo o que é nosso!
    Esse tipo de trabalho é muito valioso e deveria estar acessivel a todos em forma de livros ou livretos cultura nunca é d+, e quando é a nossa temos mais que divulgar.
    Bjoks e parabéns pelo trabalho
    Sua fã e amiga
    Schirley

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