sábado, 10 de setembro de 2011

Fío Du Chão

Continua a série “Istóras Di Cantadô”, no A Arte Do Meu Povo. Como já disse, é um livro escrito por mim e editado pelo SOS – Movimento Editorial Alternativo, do saudoso mestre Manoel de Christo Planzo, no ano de 1992. Espero que goste de mais essa istóra.





Fío Du Chão
(Nivaldo Cruz – 1992)


Óia dona moça,
Eu tô vino du sertão,
Tô vino pra viver,
Mas eu sô fío du chão.
Na min´a terra
U sor mata min´a gente,
Acaba cum as prantação,
U sor é pai du fogo
I eu, fío du chão.
Nu peito trago umá dô,
Acho qui é sardade dus irmão.
Sabe dona moça?
Quano eu era piquenu,
Num quiria tê patrão.
Mas ôje pru mode
Num morrê di fome,
Min intrego a iscravidão.
Eu trabaio nessa construção,
Mas na verdade eu sô mermo
É fio du chão.


"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!!!"

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