Hoje o nosso “A Arte Do Meu Povo” homenageia um dos grandes nomes da verdadeira música sertaneja, Zé Fortuna, um poeta sem igual da nossa Cultura Popular, da nossa Brasilidade Brasileira do Brasil. Defensor do caipirismo, do verdadeiro Brasil Rural, Brasil sadio, de brasileiros que nos orgulham. Esse é um dos nomes que deve ser reverenciado por todo aquele que é apaixonado pelo nosso verdadeiro Brasil.
Lá no WIKIPEDIA estão estas palavras sobre o grande Zé Fortuna:
“Os irmãos José Fortuna (Itápolis, 2 de outubro de 1923 — São Paulo, 10 de novembro de 1983) e Elclides Fortuna (Itápolis, 1928), conhecidos como: Zé Fortuna & Pitangueira, foram uma dupla de cantores de música sertaneja raiz do Brasil.
Zé Fortuna foi cantor, compositor, autor teatral e ator. Começou a compor ainda criança, quando acompanhava o pai em andanças pela lavoura, escrevendo versos no chão de terra com um pedaço de madeira. Com 11 anos de idade compôs "Quinze a sete", numa homenagem a seu time de futebol.
Em 1947, José Fortuna e Elclides Fortuna, criaram a dupla Zé Fortuna e Pitangueira. No mesmo período, mudaram-se para São Paulo onde conheceram o acordeonista Juventus Merenda. Os três formaram então um trio no qual Merenda ficou pouco tempo. Em 1948, conheceram o acordeonista Coqueirinho, formando com ele o trio "Os Maracanãs". Apresentaram-se no mesmo ano na Rádio Record de São Paulo.
Em 1953, a acordeonista Rosinha substituiu Coqueirinho, e Os Maracanãs passou a atuar com sucesso no programa "Terra, sempre terra", na Rádio Piratininga em São Paulo. Em 1956, gravaram o cateretê "O selo de sangue", de Zé Fortuna e Pitangueira, e um de seus maiores sucessos. Em 1957, emplacaram outro sucesso com a valsa "Lenda da valsa dos noivos", de Zé Fortuna e Pitangueira. Em 1958, passaram a atuar na Rádio Bandeirantes. Em 1962, foram para a Rádio Tupi. Em fins dos anos 1950, passou a fazer parte do trio o acordeonista Zé do Fole, em lugar de Rosinha, dando assim forma definitiva ao trio "Os Maracanãs" até a sua dissolução, em 1973.
Gravaram cerca de 40 LPs e diversos discos em 78 rotações.A maior parte das gravações do trio eram composições dos irmãos José.”
Abaixo algumas maravilhas compostas por Zé Fortuna...
A Palavra Ladrão
José Fortuna / Pitangueira
Vicente deixou seus pais numa vila do interior
e pra aventurar a vida prá São Paulo ele mudou
transformou-se em pouco tempo num ladrão assaltador
pro pai mandava dinheiro mas o velho não pensou
que o dinheiro recebido foi o filho que roubou
Um dia a fotografia no jornal apareceu
o velho ficou contente porque era o filho seu
que foi embora tão pobre e logo enriqueceu
mostrou pra todos os vizinho o que o jornal escreveu
como não sabia ler foi um amigo que leu
Quando leu o cabeçalho o velho pegou tremer
tava em baixo do retrato escrito prá todos ler
este é o ladrão Vicente que a polícia quer prender
o velho falou baixinho: “meu filho o que foi fazer”
e olhando o jornal saiu até desaparecer
O velhinho envergonhado sumiu da povoação
noutro dia de tardinha à beira de um ribeirão
encontraram o velho morto com aquele jornal na mão
a vergonha estraçalhou seu honesto coração
quem matou o pobre velho foi a palavra ladrão.
A Porteira
Carlos Cezar / José Fotuna / Oswaldo Béttio
Uma porteira que existia onde eu morava
Quando a noitinha chegava, ali toda a vizinhança
Contando estórias ao luar se reuniam
Junto a porteira que um dia viu raiar a minha infância
Ficava ao lado de uma estrada boiadeira
A batida da porteira ecoava no sertão
Ecos que ainda permanecem em meus ouvidos
No estradão de chão batido, chão de minha solidão
Como a porteira que eu fechei lá no estradão
Outra porteira dentro do meu coração
Hoje divide meus caminhos desiguais
Que se fechou no triste adeus do nunca mais
Porteira velha no caminho de meus passos
A batida de seus braços em seu peito de madeira
Foi a divisa da infância pra mocidade
No batente da saudade ficou marcas derradeiras
Na outra banda eu deixei o meu passado
E chorando deste lado arrasto a cruz do presente
Presente triste de chegadas e partidas
Onde a porteira da vida deixou marcas no batente
Como a porteira que eu fechei lá no estradão
Outra porteira dentro do meu coração
Hoje divide meus caminhos desiguais
Que se fechou no triste adeus do nunca mais.
Crime de Amor
Composição: José Fortuna
Desde os lindos tempos que eram estudantes.
Osvaldo e Clarisse se amavam demais.
Igual duas aves que não conheciam.
Da vida enganosa seus golpes fatais.
Um dia Osvaldo formou-se pra médico.
E ela formou-se um ano depois.
Casaram-se e foram em longa viagem.
De lua-de-mel bem felizes os dois.
Clarisse na viagem ao marido pediu.
Se um dia uma dor a fizesse sofrer.
Melhor que a matasse pois desejaria.
Mil vezes a morte do que padecer.
Passaram-se os anos e um dia Clarisse.
Doença incurável pegou pra morrer.
O doutor lembrou do pedido da esposa.
Que nunca no mundo a deixasse sofrer.
E uma injeção de terrível veneno.
No braço da esposa aplicou a chorar.
Enquanto injetava o veneno dizia.
Agora meu bem você vai descansar.
E olhando no rosto da esposa foi vendo.
Seus olhos parando a cobrir-se de um véu.
Qual duas estrelas perdendo seu brilho.
Cobrindo-se aos poucos com as nuvens do céu.
Ele enlouqueceu vendo o corpo gelando.
Daquela que amava com tanto fervor.
Matou pra atender o pedido da esposa.
Roubando-lhe a vida pra livrar da dor.
E assim encontraram Clarisse sem vida.
E Osvaldo beijando seus lábios sem cor.
Sorrindo e chorando, gritando que viessem.
Ver quanto foi lindo seu crime de amor.
Três Batidas da Porteira
José Fortuna – Pitangueira
Aquela velha porteira, na subida da pedreira,
Bateu triste aquele dia
O sol ia descambando, quando Bento soluçando,
De Chiquinha despedia
Ele partiu para a guerra, na porteira ficou ela,
Vendo ao longe ele sumir
A porteira foi fechando, duas vidas separando,
Para nunca mais se unir
Depois de um ano passado, a porteira do serrado,
A segunda vez bateu
Era um portador que vinha, para dizer à Chiquinha,
Que seu amado morreu
A batida num lamento, entrou pela mata a dentro
E abalou todo o sertão
Chiquinha desesperada, caiu sem vida na estrada,
Com o bilhete na mão
No outro dia de tardinha, passou o caixão de Chiquinha
E o cortejo lhe seguindo
A porteira entristecida, deu a terceira batida,
De Chiquinha despedindo
Ela foi pro Campo Santo, e a porteira com seu manto,
De cipó todo cobriu
Como um manto de saudade, por tanta felicidade,
Que o destino destruiu.
"A ARTE DO MEU POVO!!!"
artistas como zè fortuna nasce um a cada cem anos uma perda incalculavel para a musica sertaneja você se foi mas nunca serà esquecido
ResponderExcluirrealmente um artista do povo a musica raiz perde seu grande compositor com letras de musicas para fazer inveja.No cèu hoje deve estar encantando os anjos com suas cançôes
ResponderExcluirPeço ao titular do blog e aos frequentadores que me ajudem a descobrir o nome de uma música da década de 60 para trás, que começa com um diálogo entre o empregado (um lavrador)e o patrão (fazendeiro): "Bom dia doutor Pereira, o sinhô tá me conhecendo? Sou o (fulano de tal) da fazenda tal...". Um diálogo muito interessante em que o caipira diz umas boas verdades para o patrão. Quanto a dupla que gravou não tenho certeza se seriam Zé Fortuna e Pitangueira ou Pedro Bento e Zé da Estrada. Se desejarem me escrever utilizem o e-mail: clair@educadora.com.br Muitíssimo obrigado. Saúde e Paz para todos! (Clair)
ResponderExcluirA música se chama "O candidato e o Caipira". Eu tenho ela. É apenas o diálogo. Mas é linda.
ResponderExcluirjorlando.durante@yahoo.com.br
vivo com a família, nunca deixo de surpreender com as historias deste compositor
ResponderExcluirJosé Fortuna, uma das maiores perdas para a verdadeira música sertaneja brasileira. Digo "verdadeira" para diferenciar das "falsificadas" músicas bregas cujos intérpretes se apossam do termo "sertaneja" em busca de iludir a boa fé do povo a fim de alcançar sucesso.
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