sábado, 15 de maio de 2010

Antonio Pereira Cantador Brasileiro



Sem querer parodiar nem imitar, mas usando o nome de uma banda brasileira de rock da década de 80, na nossa Cultura Popular nós temos verdadeiros heróis da resistência, muitos destes você já pôde constatar aqui no nosso “A Arte Do Meu Povo”, aliás esse é um dos objetivos do Blog, mostrar, homenagear, reverenciar estas pessoas.
E o homenageado de hoje não foge a regra, Antonio Pereira, é um verdadeiro cantador, no sentido da palavra.Ele canta sua cultura, mostra a força da raiz que emana do seu povo.
Veja o que encontrei sobre ele no site http://www.mpbnet.com.br/musicos/antonio.pereira/ :




“Antonio Pereira é compositor e cantador com três CDs gravados, "O Lago das 7 Ilhas", "Estrada de Barro" e "Lendas".

Com sua voz inconfundível, cabelos compridos e sandália de couro, se destaca entre os pioneiros da resistência aos ritmos sazonais na Amazônia.

Em 1981, após sair uma empresa do Distrito Industrial, comprou uma pequena caixa de som e resolveu fazer aquilo que gostava: ser cantador. Com um público fiel, lotava as casas noturnas, interpretando Zé Ramalho, Elomar, Milton Nascimento e outros.

Após 4 anos de estrada começou a se juntar com outros músicos e realizar shows, para grandes platéias. Em 1985 participou no CD do projeto “NOSSA GENTE”, com a música de sua autoria “MI CANTO”. Vencedor do V Festival Universitário de Música (FUM/86), com a música de sua autoria “PÁSSARO CANTO E CATIVEIRO”.

Em 1987, com outros cantores amazonenses, fez show em Belém-PA, levando para fora do estado a nossa música. Participou, em 1988, do Festival de Artes e Ciências, na Bahia, com a música “Vida Cabocla” de autoria do paraibano radicado no Amazonas, Pepê Fonnã. O sucesso neste festival lhe abriu espaço para um show, logo em seguida, no tradicional Teatro “Vila Velha”.

Em 89, gravou em fita cassete, 12 músicas de sua autoria e outros. Bastante divulgada pela TV Rio Negro, que estava iniciando suas atividades, além das rádios locais. Com este processo iniciou-se em Manaus, a abertura da nossa música com o rótulo de MPA (Música Popular Amazonense), que o gerou a necessidade de se afastar dos bares e trabalhar de forma profissional, em shows a serem realizados em Manaus e nos Municípios.

Em 1991 venceu o Festival da Canção de Itacoatiara (FECANI), com a música “GAIA” do autor Renato Linhares. Escolhido por membros do DCE e artistas da terra, Pereira representou o Amazonas no festival de Cultura da UNE (União Nacional dos Estudantes) na histórica cidade mineira de Ouro Preto em 92, onde cantou para 20.000 pessoas.

Em 96 gravou seu primeiro CD, nos estúdios da Amazon Record. No ano seguinte, fez shows para divulgação em Rio Branco, Roraima e Fortaleza. 1998, segundo semestre, após planejamento e trabalho em pré-produção, inicia a gravação do segundo CD, estúdio Espelho da lua, com os mais conceituados músicos do Amazonas, lançando em 99 no Teatro Amazonas. Relança seu primeiro CD, com o título “O lago das 7 Ilhas”. Em 2000, gravou o seu terceiro CD, com o apoio da Fundação Villa Lobos “LENDAS”, com certeza um trabalho que o projetará a nível nacional. “




No site http://www.mpbnet.com.br/musicos/antonio.pereira/ você também pode ouvir algumas músicas desse cantador brasileiro. Abaixo você pode ver algumas poesias em forma de composição de autoria de Antonio Pereira.

Conceição do Araguaia
(Antonio Pereira e Zeca Barbosa)


Em Conceição do Araguaia
A refeição dos pajés
Sutilmente a lua
Tristemente a lua
Em noites de lua presenciou
Valei-me ó pai
Agasalha-me em teu manto
Negro, cor do pranto
E fé na dor do povo.

Orvalhada
(Antonio Pereira)


Teus olho é verde assim
Qual fruta, qual capim
Do campo em orvalhada
Do campo verde assim
O meu cantar tem cor
De mato verde assim
Igual teus olho verde
Igual teus olho assim

Que seja pra sempre teus olho
Verde, como o campo assim.





Paisagens do rio Madeira
(Antonio Pereira)


Lá no ponto onde o Aripuanã
Deságua no Madeira
E se abraçam num desfile pro lugar
Numa dança faceira
Contemplava o adeus do sol pra lua olhar
Por sobre a barranqueira
Tarde mansa, num remanso a canoa
E a visão derradeira
Nova Olinda, Borba, Apuí, Manicoré
Humaitá, Nova Aripuanã

Pássaro, canto e cativeiro
(Antonio Pereira)


Numa terra bem distante
Viveu um cantador
Era o único da terra, um só cantador
Vivia errante a esmo, em noites de lua
Ele pela rua sozinho a cantar
Sina que Deus lhe deu
Numa tardezinha de fim de abril
Cantando na feira pro povo escutar
A charrete da princesa
Com tanta beleza
Trouxe sua alteza que quis lhe levar
E o cantador se foi
Era a dor do passarinho
Preso na gaiola só para cantar
Pouco a pouco o cantador
Foi-se então calando
Até de vez calar
Acabou-se o cantador
Endoidando a princesa
Que com tal tristeza
Se pôs a cantar e nunca mais parou.

São Luís
(Antonio Pereira)


Quando olhei pra terra fria
Sem fogueira eu só quis
Me apegar com o velho Lua
São Gonzaga, São Luís
Ah meu boi, cadê tua renda
Tua prenda, boi me diz
Seu Luís, só tu desvenda
São Gonzaga, São Luís
Vou-me embora, boi
Me entenda
Na palma da minha mão
São Luís deixou um mote
Pra aboiar com São João.






Trilha de fogo
(Antonio Pereira)


Olhos brilham como fogo
Virando esse jogo, eu não posso ganhar
Quanto vaga-lume acima além da colina
Acender e apagar
Queima, queima minha fogueira
Já não és barreira na trilha que eu sei
Noite segunda e terceira
Sou a bagaceira que eu mesmo espalhei
Se essa luta me aniquila
Me fere, me atira fora do meu ser
Sento perto desse fogo
Embora perca o jogo mostro o que é viver
Queima, queima...



"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!!!"

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