Na década de 60 do século XX o Brasil era um país mais rural que urbano, e a nossa brasilidade estava a flor da pele. O homenageado de hoje do “A Arte Do Meu Povo” teve papel fundamental nesse momento mostrou a cultura do Sul para todo o país, valorizando o sentimento de ser brasileiro, por isso e por tudo que fez pela nossa cultura popular, Teixeirinha não merece ser esquecido.
Se você quiser conhecer mais sobre Teixeirinha acesse o site oficial http://www.teixeirinha.com.br/.
Sobre o grande Teixeirinha o site Wikipédia trás os seguinte:
“Vítor Mateus Teixeira, mais conhecido como Teixeirinha, (Rolante, RS, 3 de março de 1927 — Porto Alegre, 4 de dezembro de 1985) foi um cantor e compositor brasileiro, também conhecido como o "Rei do Disco", pelos recordes de vendas de discos que consegue até hoje, mesmo já falecido. Teixeirinha (ou txuta) teve uma infância difícil, especialmente por ter perdido aos sete anos o pai, um carreteiro, e aos nove anos a mãe, em um incêndio.
Em 1960, Teixeirinha estoura nas paradas de sucesso com a música "Coração de Luto", que descreve sua triste infância e principalmente a morte trágica de sua mãe. O lançamento de "Coração de Luto" tornou-se sucesso nacional, pois vendeu milhões de cópias e se tornou um dos singles mais vendidos da história da música mundial. "Coração de Luto" chegou a ser regravada por diversos intérpretes, entre eles, a dupla sertaneja Milionário & José Rico, com uma roupagem sertaneja.
Em 1961 conheceu em Bagé a cantora Mary Terezinha, que se tornou sua efetiva companheira.
Atuou também no cinema, sendo que o filme Coração de Luto, de 1967, era uma autobiografia.
Teixeirinha é um típico músico da música gaúcha, sendo ele um ícone do estilo. Uma de suas canções mais famosas é "Querência Amada", que em sua introdução possui uma dedicatória ao pai e acabou se tornando um hino informal ao Rio Grande do Sul.
Teixeirinha e Mazzaropi foram os maiores fenômenos populares do cinema sul-americano regional. No caso do cantor gaúcho, seus filmes chegaram a superar 1,5 milhões de espectadores, obtidos apenas nos três estados do sul do país. Eram co-produzidos por distribuidores e exibidores locais, que lhes asseguravam a permanência em cartaz. Sua última produção, "A Filha De Iemanjá" foi distribuída pela Embrafilme com fracos resultados. Uma análise mais detalhada dos resultados de exibição pode conduzir a uma melhor compreensão da relação regional da distribuição e da exibição.”
Foram mais de 300 músicas gravadas, aqui algumas composições desse grande nome da nossa cultura:
A Carta da Despedida
Teixeirinha
Declamado
“Se estou chorando
É porque alguém um dia
Quando eu mais queria
Me abandonou
Dei-lhe um lar
Humilde mas honrado
Tudo que ela queria
Eu tinha comprado
Sem eu ver um dia
Saiu deixou uma carta
E nunca mais voltou
Até o nosso filho
Que ainda não tinha nascido
Levou consigo escondido
E, aqui chorando estou.”
O cano d’agua furou
O canarinho morreu
Flores do nosso jardim
O seu perfume perdeu
O sabiá cantador
Não cantar mais resolveu
Depois que você partiu
Tudo aqui entristeceu
Seu retrato na parede
Desbotou está tão triste
Suas vestes no guarda roupa
Seu perfume ainda existe
Eu não queria chorar
Mas a saudade insiste
Ver nosso lar tão sozinho
Meu coração não resiste
Vejo o fogão na cozinha
Prato sujo de comida
No quarto do nosso amor
Uma cama mal vestida
Lá na mesa da varanda
A carta da despedida
Dando adeus
Mas não dizendo
O motivo da partida
A noite não traz consolo
O dia só traz saudade
Você levou para sempre
A minha felicidade
Se o nosso filho nasceu
Escreva por caridade
Ele é sangue do meu sangue
Fruto da sua maldade.
Meu Pedaço de Chão
Teixeirinha
Quanta saudade do luar da minha terra
Do meu ranchinho na serra
Dos passarinhos cantando
Jamais esqueço o meu pedaço de chão
Da roça e da plantação
Que um dia eu deixei chorando
A tarde cai
Vem a noite a madrugada
Uma vida atropelada
Que a cidade me oferece
Por isso eu lembro
Todo o dia e toda hora
O que eu deixei em outrora
Meu coração não esquece
A companheira
Que de lá veio comigo
Quero acalmar não consigo
Tenho que chorar com ela
Nós comentamos
O tempo de namorado
Ela relembra o passado
Quando foi moça donzela
Cidade grande
A gente não tem vizinho
Não tem aquele carinho
Da vida do interior
Destino ingrato
Que me trouxe prá cidade
Só prá e viver de saudade
Com você meu grande amor
Adeus amigos
Que não esqueço jamais
Prá lá eu não volto mais
Mas uma coisa eu garanto
Enquanto eu for
O cantor de tanta gente
Na lembrança esta presente
O luar que amo tanto
Adeus sabiá
Cantador da verde mata
Foi com a tua serenata
Que eu aprendi a cantar
Vim prá cidade
Aprender mais por aqui
Mas só o que eu aprendi
Foi de saudade chorar.
Lua cheia
Teixeirinha
Lua cheia apareceu por trás do monte
Era ontem quando tudo aconteceu
Eu voltava do sepulcro de um amigo
Que de amor por uma mulher morreu
Foi comigo exatamente certa vez
Ele era seresteiro como eu
Da janela da amada em serenata
Cantou algo que muito me comoveu
Lua
Manda a tua luz prateada
Desperta a minha amada
Esta canção ele cantou
Pra mulher que tanto amou
Na sua vida passada
Essa lua era a mesma aquela lua
Que pra sua idolatrada ele exclamou
Ela veio pratear a campa fria
Do eterno apaixonado que tombou
O violão que era dele ia comigo
Que um dia antes da morte me entregou
Afinei cantei ontem para a lua
Toda a màgoa que consigo ele levou
Lua cheia dos eternos namorados
Inspirados no teu sublime luar
Eu tambem busco em ti a poesia
Para agora o meu amigo homenagear
Companheiro por ti estou vendo a lua
Lá no alto provocando o meu cantar
Esta lua que te uniu ãquela ingrata
Fará hoje o pranto dela derramar
Lua
Manda a tua luz prateada
Desperta a minha amada
Esta canção ele cantou
Pra mulher que tanto amou
Na sua vida passada
Velho amigo lá no céu já entre tantos
Desencantos de uma mulher que erra
Estão todos já bem acima da lua
Essa lua que mil versos ela encerra
Também vai encerrar minha canção
Para o amigo que ontem deixou a terra
No amor quando um ama e o outro não
É mais triste do que a sina de uma guerra
Fim.
Coração De Luto
Teixeirinha
O maior golpe do mundo
Que eu tive na minha vida
Foi quando com nove anos
Perdi minha mãe querida
Morreu queimada no fogo
Morte triste, dolorida
Que fez a minha mãezinha
Dar o adeus da despedida
Vinha vindo da escola
Quando de longe avistei
O rancho que nós morava
Cheio de gente encontrei
Antes que alguém me dissesse
Eu logo imaginei
Que o caso era de morte
Da mãezinha que eu amei
Seguiu num carro de boi
Aquele preto caixão
Ao lado eu ia chorando
A triste separação
Ao chegar no campo santo
Foi maior a exclamação
Cobriram com terra fria
Minha mãe do coração
Dali eu saí chorando
Por mãos de estranhos levado
Mas não levou nem dois meses
No mundo fui atirado
Com a morte da minha mãe
Fiquei desorientado
Com nove anos apenas
Por este mundo jogado
Passei fome, passei frio
Por este mundo perdido
Quando mamãe era viva
Me disse: filho querido
Pra não roubar, não matar
Não ferir, não ser ferido
Descanse em paz, minha mãe
Eu cumprirei seu pedido
O que me resta na mente
Minha mãezinha é teu vulto
Recebas uma oração
Desse filho que é teu fruto
Que dentro do peito traz
O seu sentimento oculto
Desde nove anos tenho
O meu coração de luto.
"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!!!"
Cadê o Léo canhoto?
ResponderExcluirCadê o Léo Canhoto que é o maior de todos por tudo o que ele fez...
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