Seguindo com a série de causos contidos no livro “Istóras de Cantadô” de 1992, o A Arte Do Meu Povo, apresenta Irritação di Cantadô.
Mais uma vez, explico que o texto foi escrito errado de propósito. Pois, houve uma preocupação em tentar manter a beleza pura e simples do falar do catingueiro.Beleza essa, que vem se perdendo no tempo como resultado negativo dessa globalização vigente.
Espero que aprecie, comente, faça suas críticas.
Irritação di Cantadô
Nivaldo Cruz - 1992
Dia seu dotô...
Vô mi apresentá pru sin´ô
Sô cantadô di istóra,
Sô bom di gogó,
Sô bom di viola,
Mais istóra qui nem essa
Nunca ví não.
Foi nu anu de 30
Dispois da rivolução,
Um tá di Gertulho,
Matô meu sertão,
Dizarmô min´a genti,
Si dizeno tê bom coração.
Mais dispois prendeu
Us cabra valenti,
Matô us mió coroné,
Dexô meu povo sem líde
Dexô tudo ao lé.
Us livro di istóra
Cuntá isso num qué,
Prumode u prestijo du dito
Num saí du papé.
Mais eu cuma nordestino
Ten´io qui cuntá,
Pruque sujêra di cabra froxo
Num dá pá guentá.
Ten´io sague na testa.
I u pun´iá qui mi resta
Inda sei manuziá,
Si arguém achô rum´i
Vem cá cumigo brigá.
Mi adescurpe seu moço,
Mais essas coisa
Mi dói u zosso
I eu ten`io qui falá.
Vô dizê prus sin´ôres
us nome dus coroné
Prezus i injustiçadus:
Tin´a u coroné Orácio da Chapada,
Frankrin Lins du Pilão Arcado,
Inda tin´amuntha genti na farra,
Juão Duque di Carinhãnha,
Marcionílo di Maracás
I Cirilu da Barra.
Mais tudo num para aí,
Inda Iluqueceu
U coroné Godim di Andaraí.
Vô ficá puraqui,
Sinão nois vara u dia
I eu ten´io qui í.
Obs.: Inspirada na história verídica relatada no capítuloXX, do livro “ Jagunços e Herois! Do escritor Walfrido Moraes, que teve sua 1ª edição no ano de 1964.
"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!!!"
domingo, 14 de agosto de 2011
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