domingo, 13 de novembro de 2011
Maria Encantada
Para não ficar muito tempo sem postar no "A Arte Do Meu Povo", aqui está a minha última criação, uma viajem mistica pelo mundo das cidades do interior do Nordeste brasileiro.
Prometo,assim que a minha vida voltar ao normal, retornarei com toda força a alimentar o blog com o que há de melhor na nossa cultura brasileira do Brasil.
Maria Encantada
Nivaldo Cruz – outubro de 2011
Bem lá em cima, no céu
Eu ví Maria avuá
Sem asa, sem avião,
Sem ter onde ela pegá.
Maria tava encantada,
Não era pra duvidá.
Tudo cumeçô um dia
Quando ela viu, ele chegá
Era um moço bem vistoso
Nunca visto naquele lugá,
Era genti diferenti,
Já paudia disconfiá.
O moço veio , chegô
E foi pra igreja rezar.
A curiosidade tomô conta
Di todos daquele locá,
Principalmente Maria, qui
Cumeçô se apaixoná.
Seria ele um padre novo?
Porque padre José tá idoso.
Ou tava era fugindo,
Podia ser um criminoso.
Ele podia ser um tudo
Duvidar num era custoso.
Maria era moça nova,
Bunita e sonhadora,
Acreditava nos romance
Que lia a professora
E das histórias de cordel
Também era admiradora.
Vivia num mundo,
Cheio de fantasia e encanto,
De Principes, plebeus, reis,
Anjo, querubim e santo.
De palácios, tronos, reino,
Coroas, cedro e manto.
Desde pequena,
Ela vivia era assim,
Sabia de cor as histórias,
Contava tim tim por tim tim,
Cada vírgula, cada ponto,
Cada meio e cada fim.
A maioria das pessoas
Achavam ela diferente,
Gente estranha, gente de casa,
Dsconhecido e parente.
Todo mundo dizia que a moça
Não vivia no mundo da gente.
Só o seu padrinho de pia,
A entendia perfeitamente,
Por isso era o seu
Grande amigo e confidente.
Só ele sabia o que se passava
Na cabeça daquela adolescente.
Dimdim Patricio,
Era um homem letrado
O único naquela região
Por isso bem respeitado,
Ele via na sua afilhada
Um ser privilegiado.
-Essa menina é um
Verdadeiro encanto!
Exclamava admirado
Por todo e qualquer canto,
E a sua admiração
Causava muito espanto.
Pois naquele lugar
Ninguém pensava igual,
Para todo mundo alí,
A menina era uma anormal,
Nada tinha de admirável
Nem se quer de natural.
Se não fosse a tão
Grande admiração e respeito
Pelo homem educado,
Todos achariam um jeito
De enternar a coitada pois
O estado de loura era avançado.
Essa era a opinião
Do povo em geral,
Até os pais da menina
Pensavam de jeito igual,
Achavam que o compadre
Também sofria dealg um mal.
A menina Maria
Via o mundo diferente,
Pelo seu ponto de vista
A maldade tava ausente
E o mundo lhe dava
Tudo, tudo de presente.
Não era ambiciosa
Tudo a contentava
Se tinha, era bom!
Se não tinha, não ligava.
O seu mundo maravilhoso
Sempre belo continuava.
Maria desde pequena
Tinha um prescentimento
Que do céu alguém olhava
Lhe dando contentaento.
Tinah essa certeza
Que batia cem por cento.
Tava olhando sim,
Era a certeza de Maria,
Isso era presente
Toda hora, todo dia
E a cada momento,
Bem mais forte sentia.
O que era aquilo,
Ela não sabia falar,
Só sabia que era bom
E que a certeza ia aumentar
Até que um belo dia
Essa coisa ia chegar.
Ela sabia que a tal coisa
Do céu ia descer
Que um dia na frente dela
Ele iria aparecer e
Naquele momento
Tudo ia esclarecer.
Maria cresceu,
O tempo passou
E a certeza dela
Só aumentou,
Tudo isso só
Ao padrinho confidenciou.
Numa noite enluarada,
Bem bonita do sertão.
Aconteceu algo no céu
Que chamou a atenção
Da moça Maria e
De mais ninguém nesse chão.
Da janela do quarto,
Maria pro céu olhava,
Quando percebeu que
Alguma coisa mudava.
Uma estrela agitada,
Para a moça dançava.
E nessa dança, das outras
A estrela desprendeu
E tava vindo para a terra
Como acontecia no sonho seu,
Era chegado o momento,
Foi o que ela percebeu.
A estrela veio, veio
Até que Maria pode ver,
Ela caiu bem alí
Pros lados do amanhecer,
Daqui a pouco ela vem
Bem aqui para min ver.
Maria pensou, e outra não deu
Quando a barra do dia raiou
Já tava aquele escarcéu
Por causa doe stranho que chegou
E foi para a igreja matriz
Lá entrou e se trancou.
Todo mundo saber
Mais informações queria,
Mas só a aluada Maria
Só e somente ela sabia,
Quem era aquele
E o que ele lhe trazia.
Na praça da matriz
Estava toda a multidão,
A cidade estava alí,
Todo mundo de prontidão,
Para saber quem era
Aquele diferente cidadão.
Derepente a porta da igreja
Se abriu de uma vez só
De lá saiu uma luz forte que
Cegava que nem o sol,
No meio dela um rapaz que
Num parecia vindo do pó.
Olhou no meio d a multidão
A jovem Maria, lá reconheceu
Foi até ela, sem em ninguém tocar
O povo não acreditou no que aconteceu,
Chegando perto dela, ele
A abraçou e um beijo lhe deu.
Maria começou a brilhar
Do chão subiu, levantou
Para o céu foi voar.
Essa é a história doutor
Da Maria encantada,
Pode espalhar por favor.
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